Vestindo corações de afectos
“ E quem é o meu próximo?
Jesus então disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó e caiu despojado nas mãos de ladrões, que o despojaram. (…) Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericórdia.” Lc 10, 29-37
A Obra Diocesana, desde o seu início, fez-se “próxima” daqueles que tinham sido despojados das suas casas, dos seus amigos, dos seus nichos afectivos de convivência. E fez-se junto deles para com eles humanizar os novos espaços habitacionais.
A Obra escolheu o Bairro do Cerco do Porto para iniciar o seu trabalho junto das populações: porque era um dos maiores bairros e porque estava, à data, a ser ocupado por famílias vindas das mais diversas partes da cidade. Famílias que se sentiam totalmente desenraizadas e onde o vizinho não conhecia o do lado. Era essa a política da época: desfazer as comunidades humanas que viviam nas ilhas, dispersando-as pelos múltiplos bairros da Cidade.
É sintomático que, nas primeiras reuniões que, bloco a bloco, a Obra realizou para detectar as principais necessidades do bairro, tenha surgido, à cabeça, o desejo de um espaço de convívio. Assim nasceu a “Comissão do Centro de Convívio” que abriu um Centro de Convívio numa cave do bloco 19. Foi a primeira realização no bairro que se tornou pólo gerador de Comunidade. Era lá que os moradores se encontravam para tomar um café ou assistir aos programas da televisão. Os corações foram-se vestindo de afectos… e as amizades foram-se cruzando e enraizando.

O sacerdote responsável pela Obra, foi viver para uma casa do bloco 15. Passou a ser um vizinho entre vizinhos. Normalmente, usava uma capa sobre a batina eclesiástica. As crianças acotovelavam-se debaixo da sua capa. Algumas delas eram bem traquinas… O sacerdote a todas afagava. Quantos, ainda agora, já com mais de cinquenta anos, recordam com saudade esses passeios debaixo da capa.

A “Casa dos Rapazes”, lugar de convívio dos jovens, tornou-se mais um pólo fazedor de “proximidade”. Ainda hoje são muitas as amizades que permanecem. Quantos casamentos nasceram dos encontros dos jovens nas muitas actividades que a Obra desenvolvia. Os afectos fizeram-se “Amor” e uniram corações para toda a vida.

A “Sala de Estudo”, e o “Jardim Infantil” e as “Colónias de Férias”… Quanta afeição se foi gerando. Como diz o ditado popular: “Quem meus filhos beija, minha boca adoça…” A Obra nasceu do espírito maternal da Igreja e fez-se coração junto dos mais desprotegidos.
Este coração foi crescendo, à medida que a obra, qual árvore benfazeja, foi estendendo os seus ramos pelos muitos bairros da Cidade. Diversificaram-se os serviços, multiplicaram-se os trabalhadores, os utentes, os amigos mas o mesmo coração continua a animar e a ritmar todo o seu trabalho.
Como me congratulo com o carinho que a Obra dedica à Terceira Idade! Quem passou a vida a aconchegar os outros bem merece o nosso afecto.
Quanto me alegro, volvidos mais de 45 anos, ver como a Obra Diocesana cresceu e como continua a vestir de afectos o coração de quantos nela trabalham ou dela beneficiam.

Receber é bom. Dar é melhor. Dar-se é ainda melhor. Dar-se com ternura e alegria é SUBLIME.
Jesus então disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó e caiu despojado nas mãos de ladrões, que o despojaram. (…) Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericórdia.” Lc 10, 29-37
A Obra Diocesana, desde o seu início, fez-se “próxima” daqueles que tinham sido despojados das suas casas, dos seus amigos, dos seus nichos afectivos de convivência. E fez-se junto deles para com eles humanizar os novos espaços habitacionais.
A Obra escolheu o Bairro do Cerco do Porto para iniciar o seu trabalho junto das populações: porque era um dos maiores bairros e porque estava, à data, a ser ocupado por famílias vindas das mais diversas partes da cidade. Famílias que se sentiam totalmente desenraizadas e onde o vizinho não conhecia o do lado. Era essa a política da época: desfazer as comunidades humanas que viviam nas ilhas, dispersando-as pelos múltiplos bairros da Cidade.
É sintomático que, nas primeiras reuniões que, bloco a bloco, a Obra realizou para detectar as principais necessidades do bairro, tenha surgido, à cabeça, o desejo de um espaço de convívio. Assim nasceu a “Comissão do Centro de Convívio” que abriu um Centro de Convívio numa cave do bloco 19. Foi a primeira realização no bairro que se tornou pólo gerador de Comunidade. Era lá que os moradores se encontravam para tomar um café ou assistir aos programas da televisão. Os corações foram-se vestindo de afectos… e as amizades foram-se cruzando e enraizando.
O sacerdote responsável pela Obra, foi viver para uma casa do bloco 15. Passou a ser um vizinho entre vizinhos. Normalmente, usava uma capa sobre a batina eclesiástica. As crianças acotovelavam-se debaixo da sua capa. Algumas delas eram bem traquinas… O sacerdote a todas afagava. Quantos, ainda agora, já com mais de cinquenta anos, recordam com saudade esses passeios debaixo da capa.

A “Casa dos Rapazes”, lugar de convívio dos jovens, tornou-se mais um pólo fazedor de “proximidade”. Ainda hoje são muitas as amizades que permanecem. Quantos casamentos nasceram dos encontros dos jovens nas muitas actividades que a Obra desenvolvia. Os afectos fizeram-se “Amor” e uniram corações para toda a vida.
A “Sala de Estudo”, e o “Jardim Infantil” e as “Colónias de Férias”… Quanta afeição se foi gerando. Como diz o ditado popular: “Quem meus filhos beija, minha boca adoça…” A Obra nasceu do espírito maternal da Igreja e fez-se coração junto dos mais desprotegidos.
Este coração foi crescendo, à medida que a obra, qual árvore benfazeja, foi estendendo os seus ramos pelos muitos bairros da Cidade. Diversificaram-se os serviços, multiplicaram-se os trabalhadores, os utentes, os amigos mas o mesmo coração continua a animar e a ritmar todo o seu trabalho.
Como me congratulo com o carinho que a Obra dedica à Terceira Idade! Quem passou a vida a aconchegar os outros bem merece o nosso afecto.
Quanto me alegro, volvidos mais de 45 anos, ver como a Obra Diocesana cresceu e como continua a vestir de afectos o coração de quantos nela trabalham ou dela beneficiam.
Receber é bom. Dar é melhor. Dar-se é ainda melhor. Dar-se com ternura e alegria é SUBLIME.