O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, fevereiro 22, 2023

'A GRATIDÃO FAZ-NOS VOLTAR À VERDADE'

Esta afirmação de D. Tolentino, ao receber o primeiro ‘Grande Prémio Fundação Ilídio de Pinho (20/12/2022), fez-me recordar o encontro que, no Natal, tive, na casa onde nasci, com filhos dos vizinhos da minha meninice. Ofereci-lhes o meu último livro e demorámo-nos no capítulo ‘Sons da madrugada’ em cujo átrio bruxuleia uma pequena centelha de A Papoila e o Monge’ de José Tolentino Mendonça: ‘Quando saíres das cidades /Onde ouvires risos /É a minha casa. Nele, evoco memórias de tempos difíceis, de muita penúria e sofrimento mas também de grande entreajuda. O texto que, com alguma adaptação, partilho convosco, é como que uma oração por esses amigos, todos já na ‘terra da Verdade’. Todos tios e tias. “Das muitas famílias que povoam as memórias da minha infância, lembro, agora, os “Sapateiras”. Eram filhos da tia Isabel, a ‘parteira’ que assistiu ao meu nascimento. Era ela quem ajudava minha mãe nos dias da ‘barrela’ e fiava o linho cultivado em minha casa. E que bem fiava!... Ainda estou a vê-la com a roca no regaço e o fuso a girar entre os dedos… O ti’Domingos, o mais velho, foi o primeiro ‘criado de lavoura’ de meu pai. Quando nasci, já era barbeiro, junto da ponte de Luriz. Quantas vezes lá fui cortar o cabelo e brincar com o seu filho Manuel que era da minha idade… À noite, sempre se rezava o terço em sua casa. E quando morria alguém, no final, acrescentava-se uma Ave-Maria por sua alma. E o pequenito, a cair de sono, logo resmungava: - “Já temos mais um cliente…” O ti’Américo era o ‘nosso criado’ quando vim ao mundo. Foi ele quem me levou a apartar. ‘Ir a apartar’ era uma espécie de instituição familiar. Quando a mãe achava que era tempo de o filho deixar de mamar, mandava-o para casa dum familiar. Eu fui para casa da avó paterna. O ti’Serafim, o mais novo, tinha muitos filhos. Certo dia, sua esposa lamentou-se e eu, já adulto, falei com ele. Ao que me respondeu: - ‘Não tenho culpa. Basta eu pôr as calças em cima da cama e a Maria logo alcança’. E sorrimo-nos… O ti’António, apaixonado por ciclismo, era ‘doido’ pelo Fernando Moreira, o ‘Mana’ de Sobrado. Quando este não ganhava, os amigos, disfarçados e a coberto da noite, rodeavam-lhe a casa a imitar as carpideiras, berrando: - “Ó Mana! Onde está o Mana? Desapareceu? Ai que desgraça!” E choravam em coro. Nessas alturas, tinham que fugir porque ele saltava da cama mesmo em ceroulas e atirava-lhes com tudo o que tivesse à mão: - “Seus…, se vos apanho…”. Mineiros nas pedreiras de ardósia, não tinham horário, trabalhavam, dizia-se, «à contrata». Como eram muito trabalhadores, ‘arreavam’ cedo. Depois, vinham para minha casa ajudar quando o serviço apertava. Em contrapartida, meu pai emprestava-lhes os bois e demais instrumentos agrícolas para cultivar as pequenas leiras que traziam arrendadas e ajudavam a alimentar as muitas bocas que tinham em casa. Sempre prontos a ajudar. E com que lanço o faziam… Nada os assustava. Gente de bem. Na simplicidade do seu viver, eram amigos, de uma só face, de alma lavada e bom coração. Como os recordo… Nesta evocação saudosa, presto homenagem à vizinhança que encheu a minha infância de carinho no meio de muitas privações. A minha gratidão.” Que Deus os tenha na Sua Paz! À medida que os anos se vão alongando, os ‘sons da madrugada’ vão-nos chegando, cada vez mais, em tons de louvor e saudade. Ao apresentar este testemunho da vivência comunitária das nossas aldeias, sei que muitos de vós a quem os anos já vão pesando poderíeis subscrevê-lo, com outros nomes e outras circunstâncias, é certo, mas com o mesmo sentimento de pertença e gratidão. Como a distância ajuda a esbater o volume dos montes na amplitude dos horizontes, assim o tempo ajuda a relativizarmo-nos face ao mundo dos outros. Já no século XII, Bernardo de Chartres dizia, ‘somos anões aos ombros de gigantes’… Como uma garrafa cheia não tem espaço para receber mais água, assim ‘quem-está-cheio-de-si’ não tem lugar para acolher mais ninguém nem sabe agradecer. E quem-assim-é vive na ilusão da sua grandeza e na mentira da sua autossuficiência. Quando agradecemos, reconhecemos a verdade da nossa interdependência e da nossa contingência… (22/2/2023)

quarta-feira, fevereiro 15, 2023

'A MINHA TEOLOGIA QUER SER UM SERVIÇO LIVRE AO EVANGELHO'

Este é o título da entrevista com Torres Queiruga que a revista ‘Vida Nueva’ acaba de publicar (febr. 2023). Com significativa presença no Porto, de que lembro, entre outras, conferências na Faculdade de Letras, na Universidade Católica, no Centro de Cultura Católica, na Fundação António José de Almeida e no Seminário da Boa Nova, este teólogo de Santiago de Compostela é grande admirador de D. António Ferreira Gomes e sempre recorda, com emoção, “a visita àquele obispo valiente desterrado por Salazar (Repensar a Teoloxia, Recuperar o Cristianismo – Homenaxe a Andrés Torres Queiruga, Pag. 585) que tão bem o recebeu na sua casa de família em Milhundos, Penafiel, onde descansava na 2ª feira de Páscoa de 1970. Dada a sua pertinência e acuidade, respiguei algumas passagens que deixo para reflexão. Questionado sobre a acusação que, às vezes lhe é feita, de que a sua teologia confunde o Povo de Deus, Queiruga respondeu: “O Povo de Deus não é tonto e o que precisa é duma explicação compreensível e atualizada da fé”. Para logo acrescentar: “Devo confessar que, por vezes, sinto-me melhor compreendido e mais cordialmente interpretado por estes leitores ou ouvintes do que por alguns especialistas em teologia”. Pergunta - Porque razão se quer apresentar como algo de ‘incompatível’ o legítimo pluralismo teológico com a ‘fé dos simples’?” Resposta - “Procuro compreendê-lo porque, neste assunto, o sentido histórico ajuda a esclarecer. A transformação em que está metida a elaboração teológica é de grande vulto. Visto em perspetiva, significa mudar um rumo teórico de mais de mil e quinhentos anos. O que recebemos até ontem configurava, de maneira profunda, o imaginário religioso e nunca é fácil nem simples tocar no sagrado ou naquilo que se considera como tal. Por sua vez, os que estudaram teologia fizeram-no em textos pré-conciliares e, quando já se ia a caminho, veio a restauração anterior ao papa Francisco. Muitos sacerdotes jovens foram formados nela e isso nota-se, inclusive comparando com os sacerdotes mais velhos. Falar da ‘fé dos simples’ pode ser uma espécie de defesa instintiva.” P. – “Com o Papa Francisco sente-se mais livre no desempenho do seu trabalho?” R. – “A mudança é tão evidente que todos a notamos. Porém, o meu trabalho continuou exatamente na mesma linha de sempre porque nunca deixei de exercer a teologia como um serviço livre ao Evangelho: poderei equivocar-me, porém, fiz o voto (é um modo de falar) de não afirmar ou propor nada em que não creia de verdade. É muito claro para mim que nisso se joga a credibilidade da fé e a honorabilidade da teologia.” P. – “É ‘renhida’ a relação entre a fidelidade à tradição e ao magistério e o trabalho investigador do teólogo e a sua liberdade de ensino?” R. – “Seria muito mau se assim fosse. O papel da teologia consiste, precisamente, na investigação livre e criativa: é sua obrigação e seu direito. Curiosamente, os teólogos medievais tinham isto claro e distinguiam bem entre ‘magistério da cátedra pastoral’, o do papa e os bispos, e o ‘magistério da cátedra magistral’, o das universidades e teólogos. E a esta segunda se recorria, antes de tudo, nas questões teológicas. O equilíbrio foi quebrado sobretudo a partir do Vaticano I”. P. “A Igreja voltou a confiar nos seus teólogos ou pensa que se trata apenas do empenho pessoal do papa Francisco, permanecendo, contudo, as resistências e suspeitas do passado noutras instâncias eclesiais?” R. “Do ponto de vista da história da teologia, é um empenho tão lógico e natural que o papa Francisco nada mais fez – e fez muitíssimo – do que dar-lhe carta de cidadania eclesial. As resistências são fortes porque recebem o impulso e o peso de uma inércia milenar. Todavia, esta mesma crise está a abrir caminhos de futuro, incluindo, paradoxalmente, as críticas que se lhe fazem, tão incompreensíveis e, em muitos casos, teologicamente, absurdas. Que o papa atual as tolere, com uma postura democrática que, até ontem, era inconcebível, está a legitimar o princípio da liberdade crítica na Igreja. Até que se restabeleça minimamente um novo equilíbrio – e creio que assim sucederá – o avanço irá notar-se e aparecerá, como obviamente legítima, uma crítica sadia e livre na Igreja. Então, o ar eclesiástico será mais puro e respirável. Mais evangélico.” ( 15/2/2023)

terça-feira, fevereiro 07, 2023

VOU AO PSIQUIATRA...

No passado dia 22, no bairro dos pescadores no Furadouro, Ovar, meti conversa com um casal que, à porta de casa, aproveitava uma tarde soalheira. Ele, pescador e dono dum pequeno barco de ‘arte xávega’, consertava uma rede, ela bordava. A conversa alongou-se e a esposa falou da frescura do carapau acabado de pescar: “É só lavá-lo, pôr-lhe umas pedras de sal e grelhar”. E logo nos disse para, quando estiver a dar, aparecer em sua casa... Esta simpatia fez-me recuar à infância dos nossos filhos em que a atividade profissional nos enchia os dias. Para descontrair e sempre que possível, íamos passear. E, a sorrir, dizia aos amigos: - “Vou ao psiquiatra.” E recordei episódios que me ficaram na alma. O primeiro passou-se bem a norte. Lembrei-o quando, com o Padre Fontes, fomos a casa da sua irmã Maria, em Tourém, Montalegre. Perguntei-lhe pelo senhor Lázaro. Disse-me que era o sacristão e falecera havia muitos anos. Então contei-lhe: Na primeira vez que cá viemos, estava ele sentado na soleira da porta. Ao dizer-lhe que éramos do Porto, logo me interrompeu: - ‘Morri lá duas vezes. Quer dizer… Foi no hospital de S. João, mandaram-me embora para morrer em casa’. E acrescentou: - ‘Eu já morri três vezes. Se o senhor adivinhar o meu nome, ofereço-lhe a merenda”. Pela conversa, tinha-me apercebido que era letrado em episódios bíblicos. Perguntei: - “Duas vezes, foi no Porto? – Sim. – A terceira foi alguém, com o seu nome, que morreu e ressuscitou. – Foi. – O senhor chama-se Lázaro. – Certo.” E fez questão em cumprir o prometido. Outros aconteceram em terras do Além-Guadiana. Era o final de julho e o calor apertava. Vindos de Olivença, parámos junto do castelo de Mourão. Estava lá o Carlitos, de nove anos, que nos perguntou: - “Querem visitar o castelo. Eu vou chamar o meu tio que foi almoçar.” – “Obrigado, mas antes, diz-nos onde há um fontenário que aqui a pequenada está com sede.” - “Venha comigo.” Seguimo-lo até que bateu a uma porta que se abriu: - “Mãe, está aqui um senhor do Porto e os meninos querem beber.” Entrámos para a sala e, passados momentos, a mãe apareceu com um fino ´serviço de copos’ e ofereceu-nos água com uma fidalguia que nos encantou. Volvidos muitos anos, voltámos a Mourão. No largo da vila, meti-me num grupo de amigos que conversavam sobre a terra. No fim, perguntei-lhes como poderia dar um passeio no Alqueva. Logo o senhor Carvalho, o Australiano, se ofereceu para nos conduzir à casa dum amigo que tinha um barco. Infelizmente, não estava. No regresso à vila, com um sorriso, disse-me: - ‘Encoste aqui à sombra deste chaparro que é privado meu’. Parei e vi-o abrir uma porta e perguntar: - ‘Ó Lurdes, tens aí sopa de cação?’ – ‘Hoje, não, mas tenho de peixe. ‘ - ‘Vale o mesmo. É que estão aqui uns amigos do Porto que vêm almoçar connosco.’ E enquanto as senhoras preparavam o almoço, nós abríamos um melão e fatiávamos um presunto ‘pata negra’... Que bem nos soube! Ficamos amigos. Muito mais haveria para contar… Não fora abuso e lembraria o sorriso duma ‘velhinha’, no castelo de Algoso em Vimioso, que nos convidou para a festa dos 100 anos que iria celebrar; o gosto com que António Pina, na nascente do Dão, nos convidou para um copo em sua casa; o saber apaixonado com que Adelino da Conceição nos guiou na antiga Sé da Egitânia, em Idanha-a-Velha; a gentileza do senhor Flores que, em Salvaterra do Extremo, Idanha, nos levou ao castelo de Penafiel; o carinho com que quatro senhoras, em Monsaraz, atafulharam os bolsos dos nossos filhos com amêndoas que estavam a descascar; a satisfação com que, numa taberna de Barrancos, a meu pedido os irmãos Alcario conversaram em ‘dialeto barranquenho’… Terras bonitas e gente afável... Era e continua a ser… Ainda no passado dia 13 de janeiro, ao passar em Atilhó, Boticas, meti conversa com D. Henriqueta que ia a passar na rua. No final, gentilmente, convidou-nos para tomar um café em sua casa. E no dia 29, em Izeda, o senhor Veiga ‘obrigou-me’ a provar a sua jeropiga… Que melhor terapia?... Enquanto puder… Como dizia Luís Moita, recém-falecido, ‘poder guiar, essa a grande libertação do aperto do espaço’ Já que, do peso do tempo, ninguém se pode evadir… ( 9/2/2023)

quarta-feira, fevereiro 01, 2023

UM EXEMPLO QUE VEM DE LONGE...

Quando li a ‘Divina Comédia’, surpreendeu-me o relevo que o seu autor, Dante Alighieri, deu a Virgílio, o seu guia na viagem pelo mundo dos mortos, a quem enaltece: – ‘Tu és o meu mestre, o meu autor /és tu aquele só de quem tirei /o belo estilo que me deu valor’ (Canto I, 85). Esta invocação levou-me a ler a ‘Eneida’, obra-prima do grande poeta latino. Nela, também Eneias, no Canto VI, percorreu esses caminhos em busca do pai que, emocionado, o acolheu: “E quando (seu pai Anquises) viu Eneias que se dirigia para ele /através da pradaria, estendeu com alegre emoção ambas as mãos, /enquanto dos olhos brotavam lágrimas, da boca lhe saiam estas palavras: /Vieste finalmente e o teu amor filial, de que teu pai já estava à espera, /superou a dureza da viagem. É-me dado ver teu rosto, filho /ouvir a tua voz familiar e responder-te” (690). Esta epopeia descreve a longa viagem de Eneias e seus companheiros desde Troia, onde foram vencidos pelos gregos, até ao local em que irá nascer a cidade de Roma e o seu Império. Anquises, numa visão profética, antecipa acontecimentos e pessoas da história de Roma que Virgílio quer verberar ou exaltar: “E agora vamos, expor-te-ei brevemente que glória seguirá no futuro… (765)” Escrita no tempo de Augusto, glorifica o seu imperador, como, mais tarde, o nosso Luís de Camões, em “Os Lusíadas”, cantará ‘As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia lusitana…’ Ler tão belo poema foi consolo espiritual e momento de reflexão. Os deuses são diferentes, mas o homem que nele encontrei é o mesmo de todos os tempos, capaz das mais execrandas atrocidades, como atualmente podemos, desgraçadamente, comprovar, mas também das mais heroicas virtudes. No Canto II, depois de dizer a Eneias: “Ah, foge, filho, escapa-te, põe-te a salvo destas chamas. /O inimigo apoderou-se das nossas muralhas, Troia desmorona-se’ (321)”, o avô Anquises, velho e doente, ‘estendeu as mãos para o céu, dizendo, /Deuses dos meus pais, preservai a minha casa /salvai o meu neto (Julo)”. Nos netos, o sorriso do futuro… Eneias não quer fugir sem o pai. Depois de muito insistir, pede-lhe: “Então vamos, querido pai, sobe para as minhas costas, /que eu te carregarei aos ombros e não será esse esforço /que me custará. Para onde quer que as coisas se encaminhem, /correremos ambos o mesmo perigo, alcançaremos ambos /a mesma salvação. Acompanhe o pequeno Julo e que minha esposa siga de longe os nossos passos (780)”. Que belo exemplo para os filhos de hoje… Antes de dispersarem, Eneias combinou com os companheiros o local para se encontrarem: “Nesse sítio nos reuniremos, vindo cada um de seu lado”. E continuou a contar: “Dito isto… levanto o meu carrego. O pequeno Julo agarrou-se à minha mão. Creusa (a esposa) caminha atrás de nós e avançamos a coberto de lugares escuros”. Quando chegaram ao lugar combinado, a “esposa era ela a única que faltava’”. E Eneias, atormentado, logo decidiu: ‘Estou resolvido a correr novamente todos os riscos /e a regressar atravessando de novo a cidade /e a expor de novo a minha vida aos perigos (748)”. Depois descreve o que aconteceu: “Ousei bradar chamamentos por entre a escuridão, enchi /os caminhos com os meus brados. Desgostoso, repetindo em vão /chamei Creusa uma e outra vez”. E apareceu-me “diante dos olhos o espetro e a imagem da própria Creusa” que me disse: “De que te serve abandonares-te a tanto desgosto insensato, querido esposo? Afasta as lágrimas pela amada Creusa. (…) Quando isto acabou de dizer abandonou-me, derramado em pranto, /e com vontade de lhe dizer tanta coisa (858)”. Que bela página de amor familiar! E pensarmos nós que foi escrita, antes do nascimento de Jesus, num povo cujos deuses nada tinham a ver com o Deus-Amor… O Deus de Jesus praticou a ‘inclusão’ muito antes de esta palavra estar na ordem do dia. Ao falar da ‘maiêutica histórica da revelação’, escreveu Otávio Lemes: “Visto que o homem é um ser histórico, a revelação de Deus acontece na história e atinge a sua plenitude em Jesus Cristo que, como plenitude revelatória, se encarna na história humana” (cf. Heb1,1). (1/2/2023)