O Tanoeiro da Ribeira

segunda-feira, setembro 28, 2009

ABRIGO SUBTERRÂNEO

No início do ano, o professor propôs aos alunos o seguinte trabalho:
Imaginem que a nossa cidade está sob a ameaça de bombardeamento. Aproxima-se um homem que vos pede uma decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode acomodar oito pessoas. Há dezasseis que pretendem entrar. Seguidamente encontra-se a lista dessas pessoas:
Um carpinteiro - Um atleta olímpico - Um cantor - Um juiz - Um jogador de futebol - Um bombeiro - Uma médica - Uma mãe de 28 anos - Um jornalista - Uma actriz de telenovela - Um serralheiro - Uma estudante - Um picheleiro - Uma professora - Uma avó de sessenta anos - Um polícia - Uma menina de 5 anos - Uma advogada

A tarefa consiste em escolher as oito pessoas que, no parecer do grupo, deverão ser salvas. Para isso, deverão colocar o nº 1 para a pessoa que pareça mais importante salvar; o nº 2 para a segunda, até ao nº 8 para a menos importante das que querem salvar.”
Este trabalho foi realizado por 23 grupos, de 4 turmas, num total de 89 alunos. Apurados os resultados, salvar-se-iam: 1- “Uma menina de 5 anos”; 2- “Uma mãe de 28 anos”; 3- “Uma médica”; 4- “Uma estudante”; 5- “Uma professora”; 6- “Uma avó de sessenta anos”; 7- “Um bombeiro”; 8- “Um polícia”.

Muitas ilações serão possíveis. Eu, porém, limito-me a realçar:
• Todas as turmas salvariam, em primeiro lugar, a “menina de 5 anos” o que revela grande apreço dos jovens pela infância.
• Também a maternidade é tida em alta consideração pois todas a turmas escolheram a “mãe de 28 anos” para ser a segunda a ir para o abrigo.
• Quando tantos professores se sentem ofendidos na sua dignidade pessoal e profissional, é curioso verificar que são os alunos quem quer salvar a “ professora”. E estes jovens já conheceram muitos professores ao longo do seu percurso escolar.
• Todas as turmas salvariam a “avó de sessenta anos”. Ainda dizem que os novos não ligam aos mais velhos…
• A surpresa esteve, especialmente, na última pessoa a entrar no abrigo. A polícia impõe a ordem e garante a segurança. Qual destas funções terá sido prioritária na escolha? Os jovens gostam da ordem ou temem a insegurança? Fica a dúvida… A verdade é que, ao fazerem esta opção, deixaram fora muitas das pessoas que a sociedade mais considera e a comunicação social mais exalta. É que a opinião pública nem sempre coincide com a opinião publicada.

Amigo, convido-o, se tiver paciência, a fazer este exercício. Quem salvaria?

Concluindo...
Os jovens pensam. E não pensam mal…
Ao descobrir a sua capacidade crítica, o adolescente questiona tudo o que o rodeia. A adolescência é “ iconoclasta”, é a idade da rebeldia, que tenta romper limites. Não é nenhum mal. Aconteceu com todos nós. É sinal de crescimento. Os adolescentes não podem é ser deixados “ao-deus-dará”, numa idade de convulsões e perplexidades. Precisam de quem os ajude a pensar com seriedade e serenidade, porque, salvo muito raras excepções, todos são educáveis. O mal é que, como diz o povo, “só colhe quem semeou” e “ninguém pode dar aquilo que não tem”…

domingo, setembro 13, 2009

A ”Sala de Cima”da Fundação Voz Portucalense e o grupo “Boa Memória”

Na passada 4ª feira, a nossa “Sala de Cima” viveu uma tarde particularmente animada com a presença de uma vintena de professores aposentados que quiseram conhecer-nos e partilhar a sua experiência de vida. Ao acolhê-los, a nossa sala realizou-se como espaço de memória e de tertúlia.


O grupo “Boa Memória” nasceu da vontade de professores da Escola EB2,3 de Rio Tinto que, ao reformarem-se, não quiseram perder o que de melhor foram conseguindo numa profissão que os dignificou e marcou para toda a vida. E de bom, para além do mais, ficou uma amizade ganha na realização de projectos colectivos que a todos envolviam, no convívio de uma camaradagem sadia que os irmanava e onde cada um era avaliado pelo contributo que dava para engrandecimento da escola que todos consideravam como “a nossa escola”. Era uma amizade autêntica que não se esgotava na dimensão da relação interpessoal.


O nome do grupo sintetiza os seus grandes objectivos: viver a memória. E ao falar da memória, é a boa memória que interessa e não as horas amargas que pontilharam momentos da sua experiência profissional. Valorizar a memória não é viver agarrado ao passado, mas buscar nele a densidade que dá significado ao presente. O passado é uma mais-valia. Viver a memória é também valorizar o futuro. A amizade, vinda do passado, é um poderoso antídoto contra a solidão. A vida não se conta pelos anos que vivemos mas pelo número de pessoas que fizemos felizes. Ninguém é feliz sozinho… Ao reunirem-se, estes amigos continuam a dar-se, mutuamente, felicidade e encontram novos motivos para perspectivar o futuro. O plano que traçam para cada ano visa encontrar momentos de convivência e partilha que contribuam para o enriquecimento cultural de cada um e para um melhor conhecimento da nossa terra. No presente ano escolar, o Grupo vai começar com uma visita ao Porto no mini-trem “Porto Tripeiro” a que se seguirão visitas aos muitos museus da cidade e aos mais simbólicos monumentos do Porto.
O que conta na vida não são os anos que se viveram mas sim os anos que ainda teremos para viver. E como ninguém sabe quantos serão, há que viver o presente e encarar o futuro, sem lamúrias nem auto-limitações.
Essa é a razão de ser do “Boa Memória”.

FALANDO DE NÓS…

Em tempo de aniversários…

Quadragésimo ano da “Voz Portucalense”

Foi no dia 3 de Janeiro de 1970 que se publicou o primeiro número da Voz Portucalense. Para comemorar o seu “quadragésimo aniversário”, inaugurámos a “Sala de Cima”, onde expusemos as fotografias dos bispos fundadores da Voz do Pastor e da Voz Portucalense, respectivamente, D. António Barbosa Leão e D. António Ferreira Gomes e retomámos a tradição, muito querida a D. António Ferreira Gomes, de realizar uma palestra sobre jornalismo no dia 24 de Janeiro.

Nonagésimo aniversário da “Voz do Pastor”

Corria o ano de 1921. Eram tempos difíceis da Primeira República. No dia 13 de Fevereiro surgia no Porto o seu primeiro jornal diocesano. No próximo ano, iremos festejar o seu “nonagésimo aniversário”. Voz do Pastor e Voz Portucalense são duas faces da mesma Igreja do Porto. Juntas perfazem 90 anos ao serviço da sua missão profética.
Acontece que, também no próximo ano, a Igreja Universal celebra o “Ano do Sacerdócio” e a nossa Diocese está empenhada na “Missão 2010”.

Eventos comemorativos
Queremos anunciar que, para associar estas efemérides tão importantes, estamos a organizar os seguintes eventos:

1 - O “Dia da Voz Portucalense”, na Sé Catedral, sob a presidência de D. Manuel Clemente, no dia 24 de Janeiro, dia da Festa de S. Francisco de Sales, patrono dos jornalistas;
2 - Peregrinação a Ars e Annecy/Genebra, diocese de que foi bispo S. Francisco de Sales, com visitas a Cluny, Paray-le –Monial e Taizé, na semana de 4 de Agosto, dia da Festa do Santo Cura de Ars;
3 - Romagem aos túmulos do Pe. Adriano Martins, primeiro editor da Voz do Pastor, e dos Bispos fundadores dos semanários diocesanos, no domingo 21 de Novembro, aniversário do falecimento da mãe de D. António, “o momento mais doloroso (do seu) longo exílio”.
Em datas posteriores, pormenorizaremos cada uma destas iniciativas. Desde já, solicitamos e agradecemos a vossa atenção.