O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, junho 28, 2023

PARA QUE SE GUARDE A MEMÓRIA

‘Vinde ver um mundo que está a acabar…’ foi o apelo que, na década de oitenta, o P. Fontes fez na sua ‘Etnografia Transmontana’ sobre a ‘Terra do Barroso’. Idêntico convite pareceu-me ouvir, fez ontem um mês, na inauguração da exposição ‘Afurada Anos 60’, nas palavras da sua ‘alma-mater’.: “Uns simples cliques transportam-nos à Afurada dos anos 60 do século XX. O objectivo é mostrar aos mais novos o que foi a terra que também os viu nascer”. Faço-me eco deste apelo quando a Afurada já está toda engalanada para a festa em honra do seu padroeiro que, à sua medida’ quer rivalizar com o S. João do Porto. Vem da Idade Média esta devoção pelo Santo-Pescador nas ‘póvoas marítimas’ do que é testemunha a grande romaria que, ainda hoje, anima as gentes da Póvoa de Varzim. Também, bem cedo, as populações piscatórias das zonas ribeirinhas do Porto se puseram sob a sua proteção. Já, em 1120, na doação do Couto do Porto, de D. Teresa a D. Hugo, se referia a ‘igreja de S. Pedro’ em Miragaia onde desagua o rio Frio que, segundo os Bispos do Porto, definia os limites ocidentais do seu Couto A atual igreja, dos séculos XVII/XVIII, conserva o seu orago, mas já nada resta da sua antiga alma piscatória. No limite oriental, o Couto Episcopal incluía os ‘pesqueiros de Campanhã” na foz dos rios Torto e o Tinto onde as povoações ribeirinhas edificaram duas capelas em honra de S. Pedro. Uma, em Campanhã, é a atual matriz de S. Pedro de Azevedo, mas, já nada resta da tradição piscatória. A outra, em Valbom, sobranceira à ‘Ribeira de Abade’ onde se podem observar os típicos barcos valboeiros. Na estrada marginal, ainda se veem placas que dizem ‘vendem-se lampreias’. Mas quase nada resta da antiga atividade no rio e muito menos da sua comunidade. É, contudo, na Afurada, na margem esquerda do estuário do Douro, que sobrevive a povoação, tipicamente piscatória das redondezas do Porto. Pouco a pouco vai perdendo o caráter que lhe conheci quando, em 1958, fui aí representar o drama ‘Deus escreve direito’ escrito, pelo filho desta terra que, passados 65 anos, a presenteia com uma impressiva exposição fotográfica. E quem é este “jovem privilegiado, mas solidário” que, num ambiente de tanta pobreza, possuía, já, “máquina e laboratório fotográfico” e teve a intuição e arte de fixar para a posteridade os rostos e ‘artes’ dos seus vizinhos? Cátia Oliveira, doutoranda em Estudos do Património, termina assim o texto ‘Navegar à vista’ que enriquece a ‘folha de sala’: “Resta-nos agradecer, ao jovem ‘Zé Felismino’, o privilégio que agora temos de medir o tempo em imagens. O jovem que se fez J. Marques da Cruz, mas manteve na Afurada morada afectiva”. A exposição, com trinta e seis fotografias e um vídeo, “convoca a memória e reveste-a de significado. Dá-lhe rostos e olhares que nos fitam, testemunha práticas, vivências e momentos que nos impactam. São, por isso, estas imagens, um retrato social, económico, educacional e devocional de uma Afurada que, na década de 60, bolinava entre o desenvolvimento e a genuína teimosia das suas gentes.” (‘Navegar à vista’) No dia da inauguração, Marques da Cruz ofereceu ao Centro Interpretativo do Património da Afurada o seu riquíssimo acervo fotográfico sobre a Afurada da década de sessenta. O que levou Cátia Oliveira a escrever “este espólio fotográfico, composto por centenas de valiosos documentos visuais que retratam a segunda metade do século XX, amplia e fortalece o arquivo do CIPA”. Está diferente a velha Afurada. Afidalgou-se para os turistas. As tascas e tabernas aperaltaram-se. Proliferaram as esplanadas. Até os preços se aprimoraram… Um Mundo a acabar? A Afurada perdeu algum do seu pitoresco e alinhou por modas ‘made in’, mas a alma das suas gentes manter-se-á viva enquanto houver pessoas como a ‘Lola das Lampreias’ que, na abertura da exposição, interrompeu a cerimónia e, virada para o vídeo que acabava de ver, exclamou: ‘Bonita, bonita é esta Afurada e não a que temos agora. Estamos para aqui fechados, sem transportes”. A exposição, de que o programa ‘Portugal em Direto’ da RTP1, na passada segunda-feira, fez uma criteriosa reportagem, estará patente até ao dia 4 de julho, no CICA. Merece uma visita. Pelo valor histórico-etnográfico; pela riqueza documental, pela beleza da fotografia feita de luz e sombra – símbolo dum povo trabalhador e devoto que, mesmo em grande penúria, nunca deixou de festejar o seu santo padroeiro. (28/6/2023)

quarta-feira, junho 21, 2023

VAMOS CONHECER A NOSSA TERRA - (IV) - DO LEÇA AO FERREIRA

Era inverno. A viagem iniciou-se em Alfena, a ouvir as águas do Leça que, pressurosas, se esgueiravam sob a ponte de S. Lázaro, de origem romana e reconstruída na Idade Média. Por aqui passava a estrada Porto-Guimarães, e serve, ainda, o Caminho de Santiago. Em Ermesinde, parámos junto do ‘Colégio’, onde esteve aquartelado o exército napoleónico, aquando da 2ª Invasão francesa (1809). O seu comandante, Moulet, estará na origem do ‘molete’ de Valongo. Por aqui, também, se travaram as lutas liberais. Numa lápide à entrada da Santa Rita. consta: “Aqui repousam os restos mortais de humildes e desconhecidos Soldados que sacrificados nas lutas liberais entre D. Pedro e D. Miguel pela ocasião do Cerco do Porto (1832-1834) foram sepultados em vala comum no adro d’esta egreja. R.I.P.”. Na ‘Quinta da Mão Poderosa’, viveu e faleceu ‘o pastor da inteligência’, D. António Ferreira Gomes. Aqui, visitei o meu velho professor, D. Armindo, que me agradeceu, já com mão trémula: “Grato pela visita que me serviu para matar saudades”. Saudosa recordação… Junto da capela de Santa Justa, estendemos o olhar pelos horizontes que vão do “Mar ao Marão” e espreitámos os ‘fojos’ onde os romanos extraíram ouro. Também por esta serra, a que chamaram ‘Cuca-Macuca’, andaram os Mouros que, ao serem expulsos, cantavam: ‘Ó Serra da Cuca-Macuca /Tanta pena nos deixais/ Atirais com ouro às cabras /E não sabeis com q’atirais.’ Depois foi descer até ao ‘valis longus’ do rio Ferreira. Em Valongo – Terra da Regueifa - admirámos o ‘Cruzeiro do Padrão’, onde é pregado o ‘Sermão do Encontro’ na Procissão dos Passos que, desde 1710, percorre as suas ruas. Na rotunda da Estação, surpreendeu-nos o monumento às ‘trilobites’, a lembrar estes primitivos animais marinhos que, na ‘era paleozoica’, habitavam o fundo do mar pouco profundo que cobria esta terra, antes de a orogenia hercínica, há cerca de 350 milhões de anos, ter dobrado os quartzitos da serra de Valongo onde abundam os seus fósseis. Em Campo - Terra da Ardósia - depois duma oração no local do acidente (14/7/1956) que vitimou o ‘Pai Américo’, visitámos o ‘Museu da Lousa’ que nos mostra a vida amarga dos mineiros - ‘toupeiras humanas’- nas pedreiras de ardósia. Para um surpreendente mergulho na natureza e no ‘antigamente’, nada melhor do que um desvio até à Queiva. As águas do Ferreira precipitam-se, em cascata, contra a ‘Fraga do Castelo’ e abundam ruínas de moinhos. Aqui, e não só, se moía a farinha com que se fazia o ‘pão de Valongo’. Se Valongo – que já fora da Estrada (A Villa de Vallongo, pag. 131) - a meia encosta no caminho do Porto, era terra de padarias e comércio, já Campo, no fundo do vale, foi, com a fertilidade da veiga e a energia do rio, terra de moleiros e lavradores. Disso é prova a ‘Ponte dos Arcos’, o aqueduto – hoje, viaduto - por onde, desde 1875, passava o ‘rego de consortes’ que levava a água de Ponte Ferreira para as agras da margem esquerda. Depois, foi a igreja matriz, construída no início do seculo XX que conserva, da igreja anterior, a talha dourada, azulejos e um magnífico conjunto escultórico com S. Martinho e S. Marçal. Bem perto, admirámos a gótica ‘Ponte do Morte’ que dava acesso ao couto, doado por D. Afonso Henriques ao Bispo do Porto, o ‘Couto de Luriz’, onde, segundo uma antiga tradição oral, terá nascido a ‘Rainha Santa Mafalda’. Por aqui passava a estrada medieval que ia do Porto para Entre-os-Rios. Na também medieval ‘Ponte Ferreira’, que servia a antiga estrada Porto -Vila Real, relembrámos a célebre batalha (1832) que recebeu o seu nome, o primeiro grande confronto do ‘Cerco do Porto’. Em Sobrado, admirámos a capela-mor da igreja (séc. XVII/XVIII), ‘expoente máximo do barroco do Concelho’. No seu adro e largo anexo, desenrolam-se os principais quadros da ‘Bugiada e Mouriscada’, no dia de S. João. O ‘S. João de Sobrado’ é uma festa única, numa singular simbiose de história e lenda; mito e religião; etnografia e pantomina; teatro religioso e cultura popular. E é já no próximo sábado. Vale a pena conhecer! Uma palavra de louvor às gentes desta terra que, num monumento, perpetuaram a memória do seu pároco, P. Agostinho Freitas. Foi este piedoso e culto sacerdote que, quando abade de Chave, Arouca, orientou a ida para o seminário do nosso diretor, P. Correia Fernandes. (21/6/2023)

quarta-feira, junho 14, 2023

A PAZ DO OLHAR...

A Comunicação Social informou: O ‘Prémio Vida Literária Vitor Aguiar e Silva’, iniciativa conjunta da Associação Portuguesa de Escritores e da Câmara de Braga, foi atribuído a Lídia Jorge, “personalidade de invulgares méritos e reconhecimento na atividade cultural” (28/4/2023). Nessa data, acabava eu de ler ‘Misericórdia’, o seu ‘mais recente romance’, editado pelas ‘Publicações D. Quixote’. Nele, a autora transcreve, com as alterações decorrentes da adaptação do código oral ao escrito, “um arquivo áudio com duração de 38 horas contendo os depoimentos” duma residente no lar chamado ‘Hotel Paraíso’. “Mas as palavras, a respiração e o ritmo correspondem por inteiro ao original” (Pág. 9). É tal a sua dinâmica vivencial que se leria de fio a pavio, de modo contínuo, não foram as suas 457 páginas. Dada a riqueza de conteúdo, limitei-me a respigar algumas vivências que, com vénia, agora partilho. Cedo nos apercebemos do estado de alma de quem vive num ‘Lar’, mesmo quando, como é o caso, se trata duma residencial de 5 estrelas e resulte duma opção pessoal: “Este é o meu lugar de exílio. Aqui me depositaram a meu pedido e por minha livre vontade. (…) O que não quer dizer que não sofra.” (pág. 119). E ouvimos os seus desabafos… “Não há gaveta, não há bolso, não há bolsa, não há travesseiro, nem colchão, nem fundo de bainha nem sola de sapato a que só eu, sozinha, tenha acesso. E essa é a dificuldade de me encontrar a viver no Hotel Paraíso. Exílio. Não há mais nada que seja só meu, nem o meu corpo, nem o meu espírito. “(pág. 266) Quem com eles convive não pode ignorar estes sentimentos silenciosos… - Os cuidadores no seu dia-a-dia. Há gestos contrastantes dignos de: . Louvor - “Nina lavou-me o rosto com algodão embebido em água-de-rosas, depois água simples, perfumou-me, colocou-me o colar, o anel de pedra azul, pendurou-me os brincos de balanço e acomodou-me na cadeira. (Pág. 21) . Repulsa - “Enquanto removiam as minhas roupas falavam e riam muito alto. (…) Sem terem chegado a dizer-me bom dia ou outra palavra de saudação, conduziram-me até à Sala Azul (…) As raparigas alojaram-me na mesa, empurraram-me a cadeira de modo a que o meu peito ficasse rente à toalha, partiram, não chegaram a dizer-me bom dia.” (pág. 24) - Os diretores, na sua azáfama, não podem ignorar que estão a tratar com pessoas de longas e diversificadas histórias de vida. Merece reflexão a sua fala sobre a estagiária Anita que, entretanto, foi nomeada diretora. “Olhava-nos então pausadamente nos olhos, o seu olhar percorria os nossos rostos contemplando o que eles guardavam, vagarosa, como se tivesse tempo para visitar as nossas próprias almas. (…) Agora (que é a diretora) os olhos da antiga Anita passam rápidos sobre todas as superfícies sem se deter em nenhuma delas (…) E eu penso que, por ter de mandar em tudo, agora já não possui nada daquilo que havia feito dela uma pessoa amada. Anita transformada em doutora Noronha perdeu a paz do olhar“. (pág. 46) - A família deve levar-lhes apenas os seus ‘miminhos’ e não os seus preconceitos. “Ambos (filha e genro) entraram, vinham carregados de sacos. Mas ele, (…) ficou admirado por não ver a televisão no seu lugar. (…) Ficou embravecido, escancarou o armário onde desde há muitas semanas o aparelho se encontra. (…) Eu disse-lhe – ‘Não a ligue, se faz favor. (…) E levantei a mão direita o mais alto que me foi possível’. Ele, então disse que eu assim iria afundar-me, ficar enrolada sobre o meu próprio corpo. (…) Finalmente, calou-se. (pág 158) Concluindo… Quando as debilidades e as dependências se acentuam, as pessoas, mais do que de coisas, precisam de se sentirem acarinhadas e amadas. Como diz o adágio, ‘de velho se torna a menino’… O que pedem a quem deles cuida é ‘paz no olhar’ e disponibilidade para ouvir as suas histórias, mesmo quando, pela enésima vez, repetidas. Têm tanto para contar… Sem conselhos ou admoestações. Já lhes bastou a vida… Um voto - Que este ‘cheirinho’ suscite a leitura integral dum romance que nos mexe por dentro e cuja protagonista é inspirada na própria mãe da autora (DN, 20/11/2022). (14/6/2023)

terça-feira, junho 06, 2023

MUDAM-SE OS TEMPOS...

“Saudade e gratidão / eis a nossa despedida / saudade por que nos vamos / gratidão por toda a vida.” Assim cantámos, em 1958, na ‘Academia de Despedida’ do seminário de Vilar. E voltámos a cantar, na ‘Reunião de Curso’ do passado dia 19, no seminário do Bom Pastor. Agora a saudade não é ‘por que nos vamos’, mas é, sim, dos muitos colegas que connosco cantaram e já não estão entre nós. Também eles ‘estiveram’, na Eucaristia concelebrada pelos padres Avelino Ricardo, do Seminário do Bom Pastor – que presidiu; Damião Basto, de Agrela; António Meireles, de S. João da Folhada; Augusto Baptista, de Perosinho; José Loureiro, de Custóias e monsenhor Correia Fernandes, o nosso diretor. Por motivos de doença, não puderam participar os padres Brito Peres, de Arouca, e Pedro Gradim, de Leça do Balio. E a gratidão fez-se oração de louvor por, após 65 anos, podermos continuar a festejar a vida e a honrar a memória. Quando todos os professores, de então, já partiram, a gratidão personalizou-se no P. Valdemar Pinto, nosso professor de Português do 4.º e 5.º ano, que nos deixou dois cadernos com as nossas redações. Quanta emoção ao vermos a caligrafia adolescente e a ‘inocência’ dos nossos textos, como disse o José Felismino que organizou um dossier individual e ofereceu a cada um dos presentes. Que bom estava o almoço, servido pelas irmãs religiosas que tão bem nos acolheram, em sua casa, nesta festa em que celebrámos o 60.º aniversário do fim do curso de 1951-63 e a ordenação de 23 presbíteros. Até nos presentearam com um bolo comemorativo e as velas foram sopradas pelo mais novo do Curso, o P. Correia Fernandes. No final, o P. Avelino dirigiu-lhes palavras de agradecimento e, em sua honra, cantámos: ‘Olha a bela capelinha…’ No passado dia 4, na ‘Primeira Comunhão’ da Clara e na ‘Profissão de Fé’ do Francisco, em S. Nicolau, relembrei uma dessas redações que poderá levar-nos a reviver momentos felizes da infância. Comunhão Solene – 1955 “(…) De manhã, o rufar dos tambores, o estoirar dos foguetes e o badalar festivo dos sinos vieram-me acordar. Um sol de Agosto doirava a terra e bebia as últimas gotas de orvalho – sóis em miniatura. Vesti-me e caminhei para a igreja. As crianças pouco a pouco foram chegando, na fronte delas resplandecia, qual pedra em água cristalina, a alegria dimanada do seu coração. As oito horas bateram sonoras e compassadas no relógio da torre. Iam começar as cerimónias. Os pequenos de fato preto, laço branco no braço, ‘ferrolho’ ao pescoço, e um terço branco a tremeluzir no peito, seguiam na frente em duas filas indianas; as pequenas, de sapatos brancos, vestido alvo e roçagante, um véu cor da neve formando na cabeça uma coroa de flores, um terço puro como as suas almas enrolado no braço; o cabelo loiro apertado e enfeitado por laços branquíssimos que reluziam através do véu, uma saquinha da mesma cor do lenço e do terço, pendente dum braço, seguiam após os rapazes. Era, na verdade, maravilhoso! Tudo exalava pureza e alegria: quer o sorriso franco e doce das crianças; quer os vestidos brancos, os laços que não passavam de sinal exterior dos sentimentos da alma. (…) As cerimónias acabaram e a petizada, qual rebanho de cordeirinhos em fresca manhã primaveril, dispersaram-se pelo adro da igreja onde as famílias as esperavam com o almoço (pequeno almoço). (…) Quando as cinco horas soaram, já as crianças despejavam Ave Marias, quais pétalas preciosas, no regaço de Nossa Senhora. Findo o ‘terço’, organizou-se a procissão. À frente as bandeiras de S. José e do Sagrado Coração de Jesus com pequenos vestidos com opas amarelas e vermelhas; depois os pequenos e pequenas da ‘Cruzada Eucarística’, de faixa branca com uma cruz vermelha; a seguir vários anjinhos; após estes, os meninos e as meninas da Comunhão; depois, as raparigas da JACF com saia azul e blusa branca (…); em seguida a bandeira de S. Martinho e o pálio (…); atrás desse, a música e a grande massa de fiéis. Uma multidão compacta apinhava-se nas bordas da estrada, furando pelos ombros uns dos outros, desejosos de observar a procissão. Já as sombras subiam do fundo do vale (…) quando me despedi daquela ‘criançada’ já saudosa.” Outros tempos, outras vivências. O mesmo gosto pela vida… (7/6/2023)