O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, julho 26, 2023

NO SORRISO DA FLAUTISTA, A HOMENAGEM...

A inspiração para este título surgiu-me na ‘Casa da Música’, aquando do ‘Concerto para flauta e orquestra de sopros’ , de Mike Mower, pela ‘Banda Sinfónica Portuguesa’. A solista surpreendeu-me pela delicadeza da interpretação e pelo sorriso com que nos brindou. E interroguei-me: - Quem é esta jovem que, à qualidade artística, alia uma postura que nos envolve? A resposta deu-ma a ‘folha de sala’: Natural de Cabeceiras de Basto (1990), Adriana Ferreira estudou flauta na ARTAVE e licenciou-se em Musicologia na Universidade de Paris – Sorbonne. É flautista principal da Orquestra da Academia Nacional de Santa Cicília em Roma. Ocupou o mesmo lugar na Orquestra Filarmónica de Roterdão e, durante seis anos, foi flautista co-principal da Orquestra Nacional de França. Como primeira flauta convidada, colabora com a Orquestra de Câmara da Europa, a Orquestra do Teatro alla Scala de Milão, a Orquestra Sinfónica da Rádio Finlandesa, entre outras. Ligado por amizade à sua terra, contactei a Banda Cabeceirense onde a Adriana se iniciou na flauta transversal. Por agradável coincidência, o atual presidente da Assembleia Geral, João Magalhães, é um amigo que conheço desde a sua adolescência. Seu pai, no último ‘Dia da Voz Portucalense’ (2017), foi agraciado com o ‘Diploma Reconhecimento’ pelo nosso saudoso D. António Francisco. A meu pedido, falou-me da menina, colega das suas filhas, e fez-me chegar a entrevista publicada pela Revista Musical Portuguesa DACAPO, em 2016, onde se respira a frescura das Terras de Basto e a singeleza das suas gentes. Pergunta - “O que te fez apaixonar pela flauta?” Resposta – “Na realidade, comecei a estudar flauta transversal por acaso! Aos seis anos, comecei por ter aulas particulares de música (…) Mais tarde, pedi aos meus pais para me inscreverem na Banda de Música e, aos oito anos, integrei –me na Banda Cabeceirense. Como naquela altura, a Banda precisava de um flautista, decidiram atribuir-me o lugar, mas, como eu era muito pequenina, acabaram por comprar-me um flautim (…) Dois anos mais tarde, depois de completar dez anos, os meus pais compraram-me uma flauta e, aos doze anos, prestei provas na Escola Profissional Artística do Vale do Ave – ARTAVE - onde fui admitida (…) Foi assim que começou esta bela aventura musical. (…) Que início tão simples para percurso tão promissor!... E continuou: “Devo confessar que me sinto extremamente afortunada por me terem dado uma flauta transversal para as mãos em tão tenra idade, embora a música seja a mensagem, a essência, não posso deixar de dizer que sou realmente uma apaixonada do meu instrumento musical…” O talento é um dom, nasceu com ela. Mas os seus êxitos pressupõem muito trabalho, muita resistência e muita vontade de vencer. Também o apoio dos seus pais. E o contribuo dos seus mestres. Ninguém se faz sozinho. Daí, a minha homenagem - A seus pais e a todos os que estão com os filhos na realização dos seus sonhos; - À ‘Banda Cabeceirense’, fundada em 1820, e, nela, a todas as ‘bandas’, verdadeiros alfobres musicais; - À ARTAVE e a todas as escolas similares que ajudam a burilar tantos diamantes que brilham no universo das artes - À Banda Sinfónica Portuguesa que privilegia os instrumentistas portugueses; - À Adriana e, nela, a todos os jovens músicos. Aproveito a oportunidade para felicitar a ‘Casa da Música’ que está a assinalar a sua ‘maioridade’ com uma programação de excelência. Realço dois dos seus concertos. O primeiro, “Hinos do Mundo”, nas vésperas de ‘25 de Abril’. Em 1966, em plena Guerra Fria, “Stockhausen apela à união de todos os povos, celebrando ao mesmo tempo a sua diversidade”. O segundo,”Grandes Concertos Virtuosos III”, no passado dia 30, incluiu o ‘Concerto para piano e orquestra’ de Ferrucio Busoni. Ao presenciar o “grande virtuosismo” do pianista de renome mundial, Vady Kholodenko, que nasceu em 1986, em Kiev e fez a sua formação musical em Moscovo, vi o absurdo e a barbaridade da guerra na Ucrânia... E recordei o que ouvi a Jordi Savali, Embaixador do Diálogo Intercultural da União Europeia, nesta mesma sala, em 2014: “A música une os povos e enriquece-se na diferença”. Boas férias!... (15/7/2023)

sábado, julho 22, 2023

O SOL DO ENTARDECER...

São meigos os raios solares quando a noite vai chegando…. Aquecem, mas não queimam; amaciam-nos o rosto, mas não magoam o olhar. Assim os netos quando os anos se nos alongam e, no céu da vida, já se vislumbra a ‘estrela da tarde’… A metáfora surgiu-me no passado dia 25, quando, ao entrar no parque de S. Roque para o piquenique celebrativo do 5º aniversário das nossas gémeas, vimos quatro bracitos no ar a correr para nós e a Eva me disse ‘Avô, guardei esta batata para ti! É boa. Eu já comi’. Os olhos humedeceram e o sabor da oferta chegou-me ao coração… Deu-nos Deus a graça de termos quatro netos ainda pequenos e a viver perto de nós. - ‘Avô, gosto muito de ti’ - segreda-me ao ouvido a Eva (5 anos) - ‘Avô, tu gostas muito da avó!’ - exclama a Luz (5 anos) - ‘Avô, hoje, contei às minhas colegas a história do amigo pobre que andava sempre atrás de ti’ - informa a Clara. (oito anos) - ‘Avô, gosto de ler as tuas histórias de menino’– confessou-me o Francisco na noite de 23 de junho. (12 anos) Levantamo-nos bem cedo para ir levar as meninas à escola. É um acordar em festa!... Falam e cantam toda a viagem. Aquele abraço matinal enche-nos o dia… E a nossa ‘oração da manhã’ faz cântico de louvor e gratidão. De tarde, é o desporto, o balé, o parque infantil… Um ‘serviço’ que se ‘remunera’ a si mesmo… Acresce, ainda, o prazer de os ter, à vez, a dormir em nossa casa ao longo da semana. Mesmo quando sou ‘posto’ fora da cama pelas gémeas que se metem no nosso meio… Como sabe bem, ao adormecer, ajoelhar junto da sua cama e cantar: ‘O dia chegou ao fim / Silêncio a noite desceu. / Boa noite! Paz em Deus!’ É a nossa ‘oração da noite’ feita de louvor e ação de graças pelo dom da vida que se renova e prolonga… Que mais podemos pedir?!... Saúde. Que Deus os abençoe e ajude a, como Jesus, crescer “em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc, 2,52) Os netos são a brisa que nos refresca os anos já tisnados pela vida; o rocio que nos asperge, após longa caminhada. Quando isto escrevia, tomei conhecimento, através da VP (21/6/23), da “Mensagem do Papa Francisco por ocasião do III Dia Mundial dos Avós e dos Idosos - XVI Domingo do Tempo Comum”. Ao aproximar-se o dia 23 de julho, partilho convosco duas perícopes dessa ‘Mensagem’ que bem merece ser lida no seu texto integral. - Esperança e Certeza “O Senhor espera que os jovens, ao encontrar os idosos, acolham o apelo a guardar as memórias e reconheçam, graças a eles, o dom de pertencerem a uma história maior. A amizade duma pessoa idosa ajuda o jovem a não cingir a vida ao presente e a lembrar-se que nem tudo depende das suas capacidades. Por sua vez, aos mais velhos, a presença dum jovem abre à esperança de que não se perderá tudo aquilo que viveram e se vão realizar os seus sonhos.” -Bênção e Modelo “O Espírito Santo abençoa e acompanha todo o encontro fecundo entre gerações diversas, entre avós e netos, entre jovens e idosos. De facto, Deus quer que os jovens, como fez Maria com Isabel, alegrem os corações dos anciãos e extraiam sabedoria das suas experiências. Mas o primeiro desejo do Senhor é que não deixemos sozinhos os idosos, que não os abandonemos à margem da vida, como hoje, infelizmente, acontece com demasiada frequência.” Aos jovens, deixo: -Um apelo Que a ‘Jornada Mundial da Juventude’, como deseja o Papa Francisco, vos leve a ‘refletir sobre a ligação entre jovens e idosos’. A evolução psicológica não é favorável aos avós. À medida que crescem, os netos tornam-se menos ‘ternurentos’ no seu amor. Ao invés, os avós, ao envelhecer, cada vez mais estão dependentes de pequeninos gestos de carinho. E sentem saudades dos abraços de criança… Não basta amá-los. Estai atentos e lembrai-vos que sois sempre, como sói dizer-se, “a menina dos seus olhos’, a ‘alegria do seu viver’. E ficam felizes com tão pouco… - E um pedido Quando estiverdes próximos dos vossos avós, levantai os olhos do telemóvel e fixai os seus rostos. Se olhardes bem, podereis encontrar-vos escondidos nalguma das suas rugas. Mas em seus olhos, brilhará o vosso nome. Os avós sabem-se na margem - o seu lugar - mas não se veem à margem da vida dos netos. E, até por isso, nunca podem/devem ser marginalizados. “Quem abraça precisa de ser abraçado” (Luís Osório). (19/7/2023)

quarta-feira, julho 12, 2023

'AD MULTOS ANNOS' PARA UM QUASE OCTOGENÁRIO

“Aqui há tempos um senhor amigo d'O Gaiato e ansioso da sua expansão, aconselhou-me a ir ter com os jornalistas de nomeada a pedir colaboração. Disse, até, nomes. Enquanto escutava as razões do amigo, ia dizendo com os meus botões: «Eis um coveiro de boa fé»! Sim. Seria a morte irremediável do quinzenal. Caía-lhe a crista, a seguir as penas, depois a morte! Os «fundos» compactos não são para aqui. Tão pouco os escritores.” (Padre Américo, in Doutrina, 1º vol. página 157) Quando passam 67 anos sobre a morte do nosso venerável padre Américo -16 de julho de 1956, vítima do acidente que, dois dias antes, sofrera em S. Martinho de Campo, Valongo - recordo estas suas palavras a propósito de ‘O Gaiato’ que, no dia 5 de março do próximo ano completará 80 anos de vida. O espírito do seu fundador mantém-se vivo e em pleno vigor. Assim, no seu 79º aniversário, o número 2061, de 11 de março passado, foi preenchido com textos dos habituais colaboradores Tudo ‘prata da casa’, gente a sentir e a viver por dentro o espírito evangélico que o alicerça e o carisma do seu fundador. Padre Júlio (‘Da Nossa Vida’); Padre Quim (‘Benguela – Vinde Ver’); Padre Rafael (‘Malanje’); Américo Mendes (‘Nota da Redacção’); Padre Telmo (‘Sinais’); Padre Manuel Mendes (‘Pão da Vida’); Padre Acílio (‘Património dos Pobres’). O P. Júlio abria esse número comemorativo com o artigo ‘O GAIATO’: “O GAIATO nasceu no coração de Pai Américo como fonte de Bem para saciar a fome e sede de justiça que o impelia a cuidar dos seus Pobres. Pel’O GAIATO, incarnando a dor dos Pobres, atraía para Eles outros como ele insatisfeitos com as injustiças do mundo, e despertava os distraídos, insensíveis ou indiferentes, para a urgência de satisfazer as carências dos Pobres”. Para mais abaixo, continuar: “O GAIATO é, de facto, um imperativo por si mesmo. A sua vida nasce para que a Obra que em Pai Américo foi concebida e desenvolvida, continue o seu processo de crescimento ao longo do tempo em que O GAIATO é um esteio fundamental em que assenta toda a Obra da Rua e todas as suas realizações. Não se pode conceber a Obra da Rua sem a existência, viva e autêntica, d’O GAIATO”. Como em aniversários anteriores, o mesmo número transcrevia “alguns dos muitos testemunhos que nos chegam todos os dias dos nossos queridos leitores” (Nota da Redacção), de que destaco: “Sempre que leio o vosso jornal o meu coração amacia, enternece-se e dá-me uma força anímica, fortalecendo-me o espírito.” (Assinante 52871) “Muito obrigado pelo Bem que me fazem e pelo testemunho evangélico da vossa dedicação a Cristo presente nos pobres e marginalizados deste mundo”. (A. 4491) “A vossa Obra me enche o coração de alegria e admiração pelo tanto que fazem com tão pouco…” (A. 8354) “Que o santo padre Américo vos ajude a prosseguir com a Obra maravilhosa que ele fundou.” (A. 74428) A terminar, faço-me eco do apelo do nosso conhecido e bem-querido P. Telmo: “Não pensamos que vamos partir e tudo fica na terra dos vivos… Liberta o teu coração e olha com amor o teu irmão que sofre e precisa. Foi este o pensamento do nosso Pai Américo, sempre a doutrina do seu e nosso, ‘O GAIATO’, que hoje faz anos. Parabéns e um beijinho.” Saibamos aproveitar este dom de Deus que o Padre Américo fundou em 5 de março de 1944. Num gesto de gratidão, inscrevamo-nos como seus assinantes. Basta telefonar para o n.º 255752285 ou escrever para o email: jornal.o.gaiato@obradarua.pt . Será uma flor que oferecemos ao Pai Américo, no aniversário da sua morte. E ajudaremos a fortalecer este tão simpático ‘velhinho’ que já vai nos 80 anos de vida. PS. A minha homenagem à ‘Obra da Rua’, na memória de Luís Aleluia, o eterno ‘menino Tonecas’, que “cresceu na Casa do Gaiato a partir dos nove anos, altura em que perdeu a mãe. Na instituição, tomou ‘o primeiro banho de chuveiro quente’ e ganhou ‘80 irmãos’, como referiu em entrevista a Manuel Luís Goucha”. (JN, 25/6/2023) ALELUIA! Em 30 de junho, o P. Acílio presidiu à ‘Missa de 7º Dia’, em Setúbal “donde o ator era natural”. (JN, 2/7) Que Deus o tenha na Sua Paz. (12/7/2023)

quarta-feira, julho 05, 2023

UM CÂNTICO À ESPERANÇA

Este título surgiu-me quando acabei de ler ‘Folhas à Solta’ de José Augusto da Silva Vieira. Um bálsamo para a alma que me humedeceu o olhar… Escrito durante a “guerra permanente com o vírus de uma pandemia execrável” e a invasão da Ucrânia pela Rússia, “uma monstruosidade”, este livro é um poético apelo à Esperança. Como bem escreveu, em posfácio, Queirós Ribeiro, “O poeta repara, sente, contempla, sonha, emociona-se e canta ora em tom maior ora em tom menor mas acaba sempre por se solver, re/solver,na harmonia das palavras que apontam o indizível e indefinível”. Logo no primeiro poema que dá título ao livro, surge o binómio contrastante entre o facto e o sonho. No início, é a claustrofobia angustiante: “Somos Folhas Soltas / amarradas pelo cordão desta pandemia longa e dura. / Aves prisioneiras em gaiolas de saudade. / Espreitamos a medo o céu da liberdade.” No final, a esperança libertadora: “Queremos ser Folhas à Solta. / Queremos ter sonhos à solta. / Queremos ver multidões à solta. / E a noite incandescente de amor há-de chegar./ E alguém há-de gritar: / O Povo venceu!”. O poema – “não fiques a ver navios comanda o teu leme” – é um mergulho introspetivo na intimidade do Eu onde se encontra com a sua ‘estrela polar’. “Vou ao leme e, não largando o leme, /conquisto a bonança da vida. / Navego em mim. Mas – sabes? – penso em ti. /Sem ti, o mar não tem sentido. / E, quando não há sentido, nem a bússola conhece o norte.” O ‘Eu’ só existe porque há o ‘Tu’ e é o ‘Nós’ que lhes dá sentido. O ‘Nós’ nega o aforismo de Sarte: ‘O inferno são os outros’. Está na base de tudo o que somos… Ele precede-nos… Em “por cada minuto zangado perdes sessenta segundos de felicidade”, faz uma análise ontológica do tempo psicológico. “E quando a zanga cresce, / e quando a zanga dura, / cava funda a sepultura, / faz das vidas um inferno. / Assim / o tempo não passa. / Assim / o segundo é eterno.” A eternidade mora dentro de nós. Está em nossas mãos fazê-la céu ou inferno… O poema – Tem gente que mora perto; Tem gente que mora longe; Tem gente que mora na gente – depois de falar de “gente que mora perto/ de si /de ti/ de mim / - de nós”. De “gente que mora longe/ de si/ de ti/ de mim/- de nós”. E de gente que mora / em si/em ti/ em mim/ /- em nós”, termina numa saudável provocação : “Agora/ sem evasão/ e sem voz perdida, / responde: / onde/mora/teu coração? / No turbilhão/ ou/ no silêncio da vida?” Em “se o copo está meio vazio que seja por brindar aos sucessos celebrados”, exalta a felicidade que flui da partilha dos pequenos ‘nadas’ que nos enchem a vida: “e não esmoreças. Muitas são as razões / e muitos os momentos para brindar (…) E em qualquer situação / Converte um simples sorriso, numa saudação, ainda que ligeira, /ou uma chamada telefónica, ainda que breve,/ em forma de celebrar.” Em “Mãe”, é o coração que fala em suaves ondas de saudade. O seu ritmo binário, a lembrar o paralelismo dos salmos, indicia uma sacralidade que os versos finais explicitam: A dor / que ainda se sente / diz-me que Mãe é Mãe eternamente” A Mãe é cantada como “amor que brota de um oásis”; “o refúgio de teus filhos”; “a grande esperança para mim”. “ “Mãe, teu coração, veste em cada manhã /as letras mais doces do alfabeto (…) Mãe, teus olhos quando choram / choram orvalho da manhã, / consolação para os filhos, longe ao perto, /amor que brota de um oásis/ sem deserto.” No poema metafísico “O rio da Vida”, parte da harmonia cósmica do ser: “O meu rio cicia os doces acordes de um Novo Hino da Alegria/ É mar à vista! / Oceano de flores que relembram com saudades! A magia dos seus afluentes.” Para mergulhar na transcendência do humano: “O meu rio corre já sem margens. / É um mistério. O mistério da Vida.” “Quando eu partir “é um hino de louvor, de gratidão, de esperança: “Quando eu partir, / não chores. As lágrimas, rolando a sua fragilidade / pela face, logo secam. / Deixa que as lágrimas se transformam em sorriso /Os sorrisos espelham então a fé/ de quem ama na hora da partida”. A vida, que já é um dom em si mesma, faz-se Graça, se vivida na Esperança. (5/7/2023)