“Quando alguém nasce…”
Foi no dia dez de Dezembro. Fazia 61 anos que a ONU publicara a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”.
Ia de carro, quando ouvi os “Delfins” cantar: “Quando alguém nasce, nasce selvagem”, e fiquei a pensar: afinal, o que é o homem?
- “ um ser bio-psico-social”; “síntese de finito e infinito” - responde-me a Razão.
- Imagem de Deus a quem chama Pai - acrescenta-me a Fé.
Nascemos animais, sujeitos ao instinto da sobrevivência. O mundo será o reino da competição onde os indivíduos lutam ferozmente para assegurar os bens necessários à sua sobrevivência. Imperará a “lei da selva”, a lei do mais forte onde “o homem é o lobo do homem”.
Mas, ao nascer, o homem traz em si a matriz da humanidade, como ser espiritual, dotado de razão e vontade. O mundo, mais que uma simples fonte de subsistência, transforma-se num espaço onde cada um irá conceber e realizar o seu projecto de vida. Embora finito no agir, o homem busca o infinito no sonho e no amor.

A herança genética, porém, não passa de um “feixe de potencialidades” que só através da socialização se desenvolverá. Todos ouvimos falar das “crianças – lobos” que, quando descobertas, manifestavam um comportamento igual ao dos animais que as criaram. A família e a sociedade no seu conjunto são o alfobre onde germinam as sementes de humanidade com que nascemos. É a presença do outro que vai moldando o nosso carácter. O “tu” precede o “eu”. Recordo sempre aquele meu sobrinhito que, para me pedir um chocolate, dizia”tu gosta de chocolate”. Ajudar a crescer humanamente é educar para a liberdade na responsabilidade.
A humanidade no seu conjunto não pode esquecer esta função educadora. As gerações futuras serão o que nós por elas fizermos, hoje. A Declaração Universal dos Direitos Humanos surge, pois, como um grito de esperança de uma humanidade sofrida e indica caminhos de paz que passam pelo respeito dos direitos de todos os homens.
É interessante verificar como um documento que se apresenta como um “ideal comum… com reconhecimento e aplicação universais”, logo no seu primeiro artigo manifesta ressonâncias radicalmente cristãs: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, dotados de razão e consciência, têm de comportar-se uns com os outros com espírito fraternal”. Só há fraternidade entre irmãos. E só o cristianismo fala de um Deus que é Pai de todos os homens.
É que o homem, para além de tudo, é criatura, por isso, finito. Porém, mais que criatura, o homem foi criado à imagem de um Deus que “é um só em três Pessoas iguais e distintas”; é filho de um Deus que é Amor. Daí a sua grandeza.

Por isso, à pergunta “o que é o Homem”, gosto de responder: “É alguém que ama”. Porque é no Amor que o homem se encontra como ser espiritual e social. É no Amor que o homem se manifesta como imagem de Deus. No Amor, o homem aproxima-se da infinitude. No diálogo amoroso o tempo pára e o momento faz-se eternidade. A mãe que tem vários filhos ama cada um como se fora o único. O infinito nunca se reparte.
O Amor realizará o sonho de uma humanidade fraterna porque sabe perdoar. E sem perdão não haverá Paz.
Se a Razão procura transformar o mundo de selvagem em humano, só a Fé converterá o humano em divino. “Hoje vos nasceu na cidade de David um Salvador que é o Cristo Senhor”(Mt 2,11). Esta é a grande mensagem do Nascimento do Deus-Menino.
Ia de carro, quando ouvi os “Delfins” cantar: “Quando alguém nasce, nasce selvagem”, e fiquei a pensar: afinal, o que é o homem?
- “ um ser bio-psico-social”; “síntese de finito e infinito” - responde-me a Razão.
- Imagem de Deus a quem chama Pai - acrescenta-me a Fé.
Nascemos animais, sujeitos ao instinto da sobrevivência. O mundo será o reino da competição onde os indivíduos lutam ferozmente para assegurar os bens necessários à sua sobrevivência. Imperará a “lei da selva”, a lei do mais forte onde “o homem é o lobo do homem”.
Mas, ao nascer, o homem traz em si a matriz da humanidade, como ser espiritual, dotado de razão e vontade. O mundo, mais que uma simples fonte de subsistência, transforma-se num espaço onde cada um irá conceber e realizar o seu projecto de vida. Embora finito no agir, o homem busca o infinito no sonho e no amor.
A herança genética, porém, não passa de um “feixe de potencialidades” que só através da socialização se desenvolverá. Todos ouvimos falar das “crianças – lobos” que, quando descobertas, manifestavam um comportamento igual ao dos animais que as criaram. A família e a sociedade no seu conjunto são o alfobre onde germinam as sementes de humanidade com que nascemos. É a presença do outro que vai moldando o nosso carácter. O “tu” precede o “eu”. Recordo sempre aquele meu sobrinhito que, para me pedir um chocolate, dizia”tu gosta de chocolate”. Ajudar a crescer humanamente é educar para a liberdade na responsabilidade.
A humanidade no seu conjunto não pode esquecer esta função educadora. As gerações futuras serão o que nós por elas fizermos, hoje. A Declaração Universal dos Direitos Humanos surge, pois, como um grito de esperança de uma humanidade sofrida e indica caminhos de paz que passam pelo respeito dos direitos de todos os homens.
É interessante verificar como um documento que se apresenta como um “ideal comum… com reconhecimento e aplicação universais”, logo no seu primeiro artigo manifesta ressonâncias radicalmente cristãs: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, dotados de razão e consciência, têm de comportar-se uns com os outros com espírito fraternal”. Só há fraternidade entre irmãos. E só o cristianismo fala de um Deus que é Pai de todos os homens.
É que o homem, para além de tudo, é criatura, por isso, finito. Porém, mais que criatura, o homem foi criado à imagem de um Deus que “é um só em três Pessoas iguais e distintas”; é filho de um Deus que é Amor. Daí a sua grandeza.
Por isso, à pergunta “o que é o Homem”, gosto de responder: “É alguém que ama”. Porque é no Amor que o homem se encontra como ser espiritual e social. É no Amor que o homem se manifesta como imagem de Deus. No Amor, o homem aproxima-se da infinitude. No diálogo amoroso o tempo pára e o momento faz-se eternidade. A mãe que tem vários filhos ama cada um como se fora o único. O infinito nunca se reparte.
O Amor realizará o sonho de uma humanidade fraterna porque sabe perdoar. E sem perdão não haverá Paz.
Se a Razão procura transformar o mundo de selvagem em humano, só a Fé converterá o humano em divino. “Hoje vos nasceu na cidade de David um Salvador que é o Cristo Senhor”(Mt 2,11). Esta é a grande mensagem do Nascimento do Deus-Menino.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home