SER EDUCADO É...
No dia 18 de Junho, ouvi o Cónego Amadeu, capelão da Sé Catedral, elogiar um grupo de estudantes que, sentados nos bancos do transepto, ouviam as explicações sobre a arte e a história da Sé: - "Estes jovens merecem 20 valores”. Perante o sorriso agradecido destes, explicou: “vi a vossa compostura enquanto visitáveis a Catedral e vejo, agora, a vossa atenção. E isto não é vulgar”. Apontando para a Capela do Santíssimo, acrescentou: “eu ali não consigo rezar com o barulho dos visitantes e muitos não são jovens. Por vezes, tenho que sair da sacristia e vir à catedral lembrar que isto é uma igreja. As pessoas não sabem respeitar o lugar onde estão. Por isso, vos dou parabéns”.
Numa época em que se perdeu o sentido da diferença, em que não se ensina as crianças a saber adaptar o seu comportamento ao local e à situação em que se encontram, é reconfortante ouvir estes elogios.
Na tarde do dia 24 de Junho, lembrei-me destas palavras, quando, no Palácio de Cristal, assistia ao concerto de S. João. Enquanto os alunos Academia de Música de Costa Cabral, muito concentrados e nervosos, davam o seu primeiro concerto em público, a meu lado, dois casais passaram todo o tempo a falar de assuntos banais Não bateram palmas no final concerto porque nem de tal se aperceberam… E pensei…com reagiriam se alguém lhes dissesse que estavam a ser mal-educados?…
Contrastes…
* Na quaresma, assisti na Catedral de Genebra a um concerto de Bach que durou 120 minutos sem qualquer intervalo. Assistiram mais de mil pessoas, em religioso silêncio, sem um toque de telemóvel, sem uma tosse, sem ninguém a mexer…
No Domingo de Ramos, fui a Fátima ouvir, na nova Basílica, o concerto da Paixão Segundo S. João, do Cónego Ferreira dos Santos: uma oração mística e dramática. Durou apenas uns 60 minutos, incluindo um pequeno intervalo. Enquanto o Coro cantava, os telemóveis tocavam e pessoas atendiam, crianças brincavam nas coxias, gente atrasada percorria toda a igreja para ir ocupar os lugares da frente, pessoas saíam e entravam, e tosse, muita tosse…
* Há uns anos atrás, o Coro Gregoriano do Porto deu um concerto na igreja de S. Francisco do Porto que durou mais de uma hora. O silêncio era total. Os muitos turistas que visitavam o templo, ao verem que estava a decorrer um concerto, encostavam-se às paredes laterais e assim se mantiveram até final. Para evitar ruídos, ninguém se sentou ou deambulou pela igreja. Só depois de aplaudirem o Coro, é que começaram a visita.
Há uns tempos, o mesmo Coro deu um concerto de 20 minutos no átrio da Casa de Vilar. O organizador explicou a razão do concerto e pediu silêncio a todos os que por ali estavam e passavam. Apesar disso, várias pessoas continuaram como se nada estivesse a acontecer. Nos agradecimentos finais, o mesmo sacerdote, em jeito de brincadeira/desculpa, disse que o Coro merecia ir para o Guinness Book por ter conseguido cantar gregoriano no meio daquela agitação/barulheira.
Falta de educação? Má educação? E o que é educação? Muitas serão as definições possíveis.
Amigo, convido-o para um exercício que consiste em completar com palavras suas a frase seguinte: “Ser educado é…”.
Por mim, fico-me com o que meu pai me ensinou: “Ser educado é saber ocupar o lugar”.
Numa época em que se perdeu o sentido da diferença, em que não se ensina as crianças a saber adaptar o seu comportamento ao local e à situação em que se encontram, é reconfortante ouvir estes elogios.
Na tarde do dia 24 de Junho, lembrei-me destas palavras, quando, no Palácio de Cristal, assistia ao concerto de S. João. Enquanto os alunos Academia de Música de Costa Cabral, muito concentrados e nervosos, davam o seu primeiro concerto em público, a meu lado, dois casais passaram todo o tempo a falar de assuntos banais Não bateram palmas no final concerto porque nem de tal se aperceberam… E pensei…com reagiriam se alguém lhes dissesse que estavam a ser mal-educados?…
Contrastes…
* Na quaresma, assisti na Catedral de Genebra a um concerto de Bach que durou 120 minutos sem qualquer intervalo. Assistiram mais de mil pessoas, em religioso silêncio, sem um toque de telemóvel, sem uma tosse, sem ninguém a mexer…
No Domingo de Ramos, fui a Fátima ouvir, na nova Basílica, o concerto da Paixão Segundo S. João, do Cónego Ferreira dos Santos: uma oração mística e dramática. Durou apenas uns 60 minutos, incluindo um pequeno intervalo. Enquanto o Coro cantava, os telemóveis tocavam e pessoas atendiam, crianças brincavam nas coxias, gente atrasada percorria toda a igreja para ir ocupar os lugares da frente, pessoas saíam e entravam, e tosse, muita tosse…
* Há uns anos atrás, o Coro Gregoriano do Porto deu um concerto na igreja de S. Francisco do Porto que durou mais de uma hora. O silêncio era total. Os muitos turistas que visitavam o templo, ao verem que estava a decorrer um concerto, encostavam-se às paredes laterais e assim se mantiveram até final. Para evitar ruídos, ninguém se sentou ou deambulou pela igreja. Só depois de aplaudirem o Coro, é que começaram a visita.
Há uns tempos, o mesmo Coro deu um concerto de 20 minutos no átrio da Casa de Vilar. O organizador explicou a razão do concerto e pediu silêncio a todos os que por ali estavam e passavam. Apesar disso, várias pessoas continuaram como se nada estivesse a acontecer. Nos agradecimentos finais, o mesmo sacerdote, em jeito de brincadeira/desculpa, disse que o Coro merecia ir para o Guinness Book por ter conseguido cantar gregoriano no meio daquela agitação/barulheira.
Falta de educação? Má educação? E o que é educação? Muitas serão as definições possíveis.
Amigo, convido-o para um exercício que consiste em completar com palavras suas a frase seguinte: “Ser educado é…”.
Por mim, fico-me com o que meu pai me ensinou: “Ser educado é saber ocupar o lugar”.
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