O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, abril 12, 2017

MONUMENTO À IMACULADA
Depois falar do Monte da Virgem, hoje demoro-me na descrição do Monumento à Imaculada que o coroa e lhe dá plena significação. Para o que, de novo, me socorro do livro “O Monte da Virgem” do saudoso P. Manuel Leão.


Lá bem no alto, a Imaculada parece abençoar a “Cidade da Virgem” de que é padroeira.


- Face norte – O escudo nacional sobre a Cruz de Cristo. Por baixo, medalhão com a insígnia da Ordem de Nª Sª da Conceição de Vila Viçosa. Na parte inferior, uma inscrição latina diz: A Diocese do Porto dedica à Imaculada Virgem Maria este Monumento de amor, cuja primeira pedra colocou o prelado D. António Barroso, em 25 de Junho de 1905. Depois de terminado, benzeu-o e consagrou-o à Virgem Imaculada, implorando a sua proteção materna, o bispo da mesma diocese D. António Meireles, em 22 de Agosto de 1837. Na base, Pio IX proclama o dogma da Imaculada Conceição.


- Face poente – O busto de D. António Barroso que benzeu a sua “pedra fundamental”. Lateralmente, ”Ave, cheia de Graça (…)”. Na base, D. João IV oferece a coroa real a Nª Sª da Conceição de Vila Viçosa, com a legenda: Prometemos e juramos, com o Príncipe e Estados, de confessar e defender sempre, até dar a vida sendo necessário, que a Virgem Senhora Mãe de Deus foi concebida sem pecado original. Dada nesta nossa cidade de Lisboa, aos 25 dias do mês de Março de 1646. El Rei.
 


- Face sul – Ao centro, um medalhão com o reverso duma das moedas mandadas cunhar por D. João IV, comemorando a proclamação de Nª Senhora como padroeira do Reino. O friso representa a Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, com a legenda, à direita - “Bendita entre as mulheres” e à esquerda –“”A Mãe do Senhor em minha casa” e ainda “Magnifica minha alma (…)”. Na base do pedestal, o escudo da cidade do Porto.


- Face nascente – À direita, uma caravela, numa alusão mariana aos descobrimentos. O friso evoca o III Concílio de Éfeso onde Nossa Senhora foi proclamada “Mãe de Deus”. À direita, continua a Ave-Maria. Dominando toda a cena, que representa as naves da igreja de Santa Maria de Éfeso, a figura de S. Cirilo de Alexandria que presidiu à primeira sessão conciliar. Na base do pedestal, a renovação da consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria, feito pelos bispos portugueses no Monte da Virgem. Com o Coração de Maria e o Coração de Jesus, ao centro, o cardeal Cerejeira lê a fórmula da consagração; de joelhos, está o bispo do Porto, D. Agostinho de Jesus e Sousa. 15 de Julho de 1945.


Amigo leitor, a beleza do local e a riqueza documental do Monumento merecem o esforço da subida ao Monte da Virgem. Façamo-lo no “Dia da Voz Portucalense”. É um espaço de silêncio onde sabe bem rezar, como fazia o peregrino e nosso bispo, D. António Barroso.  (12/4/2017)