E O CÉU ALI TÃO PERTO...
Quão gratificante foi aquela noite de 30 de
dezembro!
A abrir, a “Orquestra de Sopros e Percussão”, com
largas dezenas de alunos do ensino secundário. Rostos a respirar juventude, olhares
em horizontes de esperança. Discretos na postura, distintos no porte. Com que
elevação e saber, sob a direção de Luís Carvalhoso, interpretaram as diversas
obras do seu programa! Ao vê-los, veio-me à mente o poema de Torga com que a VP embelezou o seu número de Natal.
“Junquem de flores o chão do velho mundo / Vem o futuro aí!”. Uma juventude
assim dá gosto ver e viver! Que contraste com aqueles outros jovens, de rostos
envelhecidos, com quem, por vezes, nos cruzamos na vida, sem rumo nem fulgor…
Seguiu-se a “Orquestra Sinfónica”, também ela com
várias dezenas de jovens alunos. Sob a mesma direção artística, o mesmo garbo
na apresentação, o mesmo brio na execução, o mesmo futuro no olhar.
Mas o auge atingiu-se quando, sob a direção das professoras
Catarina e Patrícia Silva, centenas de crianças se associaram à Orquestra
Sinfónica para nos cantar a “História da
Pequena Estrela” - um ternurento conto de Natal, pontilhado por canções
doces em gorjeios de primavera.
Assim rezava a história: Uma noite, todas as
estrelas no céu estão muito excitadas porque, em Belém, tinha nascido o Rei dos
Reis. A ”pequena estrela” confessa que deseja oferecer um presente que seja
digno de tão ilustre Bebé. As outras riem-se dela por ser tão minúscula. Ela, porém,
não desiste e parte à procura dessa prenda especial. Vai para norte, sul, este
e oeste mas nada encontra que satisfizesse o seu desejo. E, desanimada, conclui
que as outras estrelas tinham razão: era muito pequenina. Mas o que ela não
sabia era que, enquanto viajava dum lado para o outro, muitos a seguiram até ao
estábulo onde Jesus nascera: animais, pastores, reis magos, cujas personagens
entravam em cena, à medida que a narradora ia contando a história. Primeiro, a
“pequena estrela”, uma criança acompanhada por outras estrelas que cintilavam.
A seguir, um burro muito resmungão e seus acompanhantes. Depois, os pastores
que traziam consigo uma ovelhinha bem dengosa. Finalmente, os Reis Magos,
imponentes nos trajes e oferendas.
Foi toda uma comunidade educativa em ação: os mais
pequeninos cantaram - e que bem cantaram! Os mais velhos tocaram – e como o
fizeram! Os professores dirigiram e representaram – e muito bem. Os
funcionários prestaram todo o apoio. Os pais esgotaram a sala Suggia da Casa da
Música. Está de parabéns a AMCC.
Que deliciosa festa de Natal! Fez-me evocar o salmo
150: “Louvai o Senhor ao som da trombeta, Louvai-O com a lira e a cítara.
Louvai-O com a harpa e a flauta”.
Não foi por acaso que os pintores encheram o Paraíso
de anjos músicos…
(1/2/2017)
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