São Bom Homem
Na semana passada, falei de São Bom Homem e logo
alguém me perguntou quem foi este santo.
Segundo a hagiografia, viveu no século XII em
Cremona. Era filho dum comerciante que o batizou com o nome de Homobono, ou
seja, Bom Homem. Na família, cultivou a probidade e a honradez. Seu pai, para
além do industriar na arte do seu ofício, inspirou-lhe o horror à fraude e à
injustiça. Aprendeu a ser rigoroso no seu trabalho de comerciante: os seus
livros estavam sempre na melhor ordem, seus pagamentos com toda a pontualidade.
Fazia da sua profissão uma condição providencial para ser bom cidadão e cristão
virtuoso e exemplar.
São Bom Homem sofreu, com enorme paciência, o
capricho, a injustiça e a arrogância de muitos com quem tinha de conviver. Com
o seu paciente silêncio, as brandas respostas ou retribuindo as injúrias com
favores, sempre venceu a malícia que o rodeava.
Considerava que a caridade com o pobre, que todo o
cristão deve praticar, deve ser mais vivida pelo comerciante para não se deixar
“dominar pela avidez de amontoar o vil metal”. E de tal modo exerceu esta
virtude que, não só distribuiu pelos necessitados o dízimo da fortuna deixada
por seu pai, como ia “procurá-los às choças, socorria-os, e com tal
liberalidade, que sua esposa queixava-se de que daria cabo de tudo”. Ao que ele
respondia: “dar esmola é pôr a juros no banco de Deus, que Jesus Cristo se
obrigava a pagar na razão de cento por um”. O seu hagiógrafo assegura que Deus,
muitas vezes, o recompensou, aumentando-lhe
o que tinha depositado nos armazéns.
Apesar do
muito trabalho com o seu negócio, arranjava sempre tempo para a oração e para
ir, todas as noites, à igreja de S. Gil assistir às matinas e só de lá voltava
depois de ouvir a missa da manhã. Era tal a sua devoção que inspirava nos
outros os mesmos sentimentos: os tíbios tornavam-se fervorosos e muitos
pecadores se convertiam com o exemplo da sua vida e a unção da sua palavra. A
13 de dezembro de 1197, encontrava-se, como de costume, a assistir às matinas.
Ajoelhou diante do cruxifixo até se iniciar a Santa Missa. Ao Glória in excelsis, abriu os braços em
forma de cruz. Pouco depois, caiu de rosto no chão. Pensando tratar-se dum ato
de devoção, os circunstantes só se aperceberam da sua morte quando, após o
Evangelho, viram que ele não se levantava. E assim expirou.
O bispo de Cremona solicitou a Roma a sua
canonização que, após aturado processo de investigação, foi decretada pelo Papa
Inocêncio II.
Com Nossa Senhora de Agosto, é padroeiro da
Confraria dos Alfaiates e a sua imagem, única em Portugal em tamanho natural, é
venerada na capela dos Alfaiates.
Amigo leitor, se a quiser conhecer, aceite o convite
da VP para assistir à sessão
comemorativa de S. Francisco de Sales.
(25/1/2017)
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