MI - Monte da Virgem
D.
António Barroso
Há dias, ao visitar o Monte da Virgem, fui
surpreendido pelo medalhão que encima este texto. E interroguei-me: Porquê? A
resposta logo me surgiu numa placa que diz: “Bênção da pedra fundamental XXV-VI-MCMV ”. Não havia dúvida. Foi D. António Barroso quem
presidiu a esta bênção. Confirma-o uma inscrição latina: “A Diocese do Porto
dedica à Imaculada Virgem Maria este Monumento de amor, cuja primeira pedra
colocou o Prelado D. António Barroso a 25 de junho de 1905”
Ao caminhar para a capela, deparei-me com o busto do
Padre Luís, com a inscrição: “Legou-nos o Monte da Virgem (…) e o seu santuário
consagrado à Imaculada Conceição. Tão grande era o seu amor pelos pobres que se
despojava das suas roupas para os agasalhar. Pediu que continuassem a sua Obra”.
E a “Obra do Padre Luís” aí está a atestar que sua vontade foi cumprida…
Na sacristia, consultei o livro, editado em 1956,
com o título: “O Monte da Virgem” (As
minhas recordações). E qual não foi o meu espanto ao verificar que o seu
autor era exatamente o bondoso Padre Luís. É uma relíquia e um tesouro, exemplar
único que bem merece ser reeditado…
Começa assim:
“No primeiro dia de Janeiro de mil novecentos e cinco, um grupo de cinco
homens, unidos pela mesma amizade, subia lentamente o “Monte Grande”, erguido em
frente da cidade do Porto, num extremo da freguesia de Oliveira do Douro”. O
Padre Luís, um desses amigos, esclarece que, no ano anterior, um deles tinha gravado
“numa das rochas do Monte Grande, em homenagem a Nossa Senhora, as iniciais de
“Maria Imaculada” (MI). O grupo sentado em volta do rochedo decidiu: “O Monte
Grande, futuro pedestal do monumento a Maria Imaculada, chama-se desde esta
hora “Monte da Virgem”.
A respeito de D. António Barroso, o P. Luís
esclarece “ O Monte da Virgem ficou sempre um dos lugares preferidos do seu
coração e do seu amor a Nossa Senhora. Muitas vezes o subia a pé, recitando o
terço, em companhia de algum sacerdote do Paço. Dizia que isso lhe servia de
descanso, e ao mesmo tempo lhe permitia recordar as suas jornadas de
missionário em Angola e Moçambique”. E afirma: ”Ficou sendo um dos prelados de
maior relevo na história da Diocese: genuína têmpera de português antigo e
invulgar modelo de missionários, de sacerdotes e de bispos”. Autorizado
testemunho!
Que belo lugar para lembrar D. António Barroso e
rezar pela sua beatificação…
( 6/12/2016)
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