O Tanoeiro da Ribeira

segunda-feira, outubro 24, 2016

UM MENINO BOM



Gaudium - Alegria …” - 13/10/2016 - Estou feliz. Como cidadão do Mundo que aclamou a eleição do novo Secretário-Geral da O.N.U.;  como português por ter um compatriota no lugar cimeiro da organização para a paz; como cristão por ver alguém que, na linha do Papa Francisco, transporta para o areópago máximo da política os valores evangélicos da “humildade e da gratidão”.

A VISÃO (1 a 7/9) classifica-o como “O Árbitro do Mundo”. O Presidente da República elogia-o como o “Melhor entre os melhores”. A empregada de seus avós fala do “meu menino Toni “(JN, 6/10). Boas sugestões para um título possível. Mas acabei por escolher uma frase-síntese dum morador de Donas: “ Era um menino bom”.

A VISÃO realça a sua vertente de “ativista católico” e escreve: “Recuemos seis décadas, e mergulhemos no Portugal profundo, na igreja matriz de Donas, pequena aldeia do concelho do Fundão. Vamos encontrar velhinhas extasiadas com as leituras brilhantes das passagens da Bíblia, nas missas modorrentas desses domingos de verão”. E acrescenta: “A chave da génese da formação cívica de Guterres pode ser encontrada no “Esquema 13”, saído do Vaticano II”. Este documento conciliar esteve na origem da “Gaudium et Spes” que inicia com as palavras: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos mais pobres e dos aflitos, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo, e nada existe de verdadeiramente humano que não encontre eco no seu coração.”

E o menino que em Donas, ”ajudava na igreja todos os domingos”, cresceu e tornou-se no melhor aluno do seu Curso: “Saiu com 19 valores do Instituto Superior Técnico”. E fez a síntese: Razão e coração. Ele que já em menino, “se preocupava em ajudar os mais desfavorecidos”, encontrou no Vaticano II o incentivo para novos caminhos. Ainda novo, começa a visitar os bairros de Lisboa e, já depois de ter sido Primeiro-Ministro, volta aos bairros mais problemáticos da periferia (Quinta do Mocho, em Loures e Bairro 6 de Maio, na Amadora) para, como simples voluntário, dar explicações de matemática à noite e ao sábado “Não tinha problemas nenhuns em prolongar os horários e, se fosse preciso, ficava até depois da meia-noite. Dava boleia aos jovens que moravam mais longe”

Também o JN (6/10) enfatiza o seu perfil de “católico empenhado nas mudanças sociais”, dizendo: “Ao longo da sua vida, Guterres manteve sempre iniciativas no campo da solidariedade: é fundador do Conselho Português para os refugiados e da Associação para a Defesa do Consumidor (DECO), presidiu ao Centro de Ação Social Universitário, promotora de projetos de desenvolvimento em bairros desfavorecidos em Lisboa.” 

  et Spes – Esperança

(19-10-2016)