O Tanoeiro da Ribeira

domingo, outubro 23, 2016

QUEM CONHECE ESTE MONUMENTO?



 

 

 Em 2013, esteve programada uma romagem a este monumento. Nesse sentido, deslocámo-nos à “Fábrica Social” e convidámos o seu criador, o escultor José Rodrigues, recentemente falecido (cf. VP, 14/)/2016), que, apesar de bastante debilitado, garantiu a sua presença. Infelizmente, acabou por não se concretizar. 

Para o apresentar, valho-me do livro “D. António Barroso fala nos seus monumentos” de José Adílio Barbosa Macedo, que passarei a citar. Diz na página 198 “ Está assente numa plataforma de granito e ergue-se numa estrutura quadrilateral, em bronze, com 2,50 metros de altura e 85 centímetros de lado. Sugere intencionalmente, um alto “padrão” a marcar a passagem do grande Missionário e Bispo por Angola, Moçambique, Índia e Porto. No lado da frente aparece a figura de D. António Barroso. A sua mão direita aponta na direcção da catedral, que ele tanto nobilitou com uma presença plena de bondade e caridade. No lado oposto, vê-se um pelicano alimentando os filhotes com a própria carne, com a legenda NON SIBI SED OMNIBUS= não para si mas para todos. No lado direito, três cabeças como que emergindo de um tufo de vegetação exótica, evocam a África, a Ásia e a Europa – os três continentes onde ele exerceu a sua actividade pastoral ”.

Este monumento, da iniciativa de D. Armindo Lopes Coelho com a colaboração da Câmara Municipal do Porto, quis celebrar o primeiro centenário da entrada de D. António Barroso na diocese (1899-1999). Na sua inauguração (2/8/1999), o Bispo do Porto, depois de elogiar o Mestre José Rodrigues, terminou dizendo: “Se há estrato social com quem D. António Barroso se identificava, que tem razão para o recordar, que teve motivo para o amar, que tem o direito de estar aqui presente na gratidão e na saudade, que tem autoridade moral para lhe chamar o seu Bispo – o Bispo dos pobres, o Bispo da bondade, o Bispo da santidade-, esse estrato social é o Povo. Sintamos todos a alegria de ser Povo, o Povo que faz homenagem a D. António Barroso”.

É significativo o local onde o monumento se ergue: Largo 1º de Dezembro, junto da “Associação Protectora da Infância” criada pelo Bispo dos pobres. Mas é pouco visível a quem por lá passa. E é pena até porque, com a reabilitação da antiga “Casa Pia”, será um lugar de muita passagem.

A morte do seu criador (10/8/2016) e o 1º centenário do falecimento do homenageado (1918-2018) não justificariam uma implantação com maior visibilidade? O Mestre insigne e o bom Bispo bem o merecem. E o monumento também…
 
 

( 29-9-2016)