OBRIGADO, DOM ALBERTO
Quando a vida permite, gostamos de nos “perder” por terras
do interior. Em maio, atraídos por Aquilino, rumámos ao concelho de Vila Nova
de Paiva que nos recebeu, vestido com o amarelo da giesta e da carqueja, e nos
surpreendeu. Foram as inúmeras “orcas” (dólmenes), vestígios do homem
pré-histórico, com destaque para as de Pendilhe
e Queiriga,
monumentos
nacionais. Foram os “canastros” de Pendilhe
a justificarem Aquilino Ribeiro: “A
aldeia, mal o sol pula detrás dos montes, esvazia-se para os campos. É lá que
estão os tesouros. A casa pouco mais representa do que o ponto de passagem,
abrigo para a noite”. Foram as águas do Paiva, em Fráguas…
E muito mais. Mas o
que verdadeiramente me surpreendeu foi uma pequena placa numa casa bem modesta,
na aldeia de Touro.
Dizia: “Aqui viveu D. Alberto Cosme do Amaral, Bispo de
Leiria-Fátima Homenagem prestada pelo Município de Vila Nova de Paiva-2 de
Março de 2009 *12-10-1916 / 07-10-2005”.
Interrogativo, dirigi-me a umas senhoras de idade
que logo me confirmaram: - “Sim, foi nesta casa que nasceu e viveu Dom
Alberto”. E, sem mais, acrescentaram:-“Era humilde e muito bondoso”. O sorriso
aflorou-lhes ao rosto quando lhes disse que o conhecera como bispo auxiliar do
Porto e testemunhei a minha admiração pela sua cordialidade.
Sensibilizou-me ver como aquelas suas vizinhas o louvavam,
não pela honra de ter sido bispo de Fátima, mas por sua humildade e bondade.
Essa é a recordação que perdura em mim: a de bispo paciente, de grande
afabilidade, simplicidade e espiritualidade. Foram, também, estas as qualidades
mais lembradas aquando da sua morte (7-10-2005).
D. Jorge Ortiga, então presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, enalteceu a sua simplicidade e uma vida de constante “interpelação para a santidade, anunciando os valores que salvam a humanidade”. D. Carlos Azevedo, secretário da CEP, recordou “um homem simples, afável e, acima de tudo, de uma grande serenidade».
D. Serafim, que lhe sucedera como bispo de Leiria-Fátima, na sua mensagem à diocese, escreveu: “D. Alberto, na sua delicadeza, não fez exclusão, não marginalizou ninguém. Dedicou-se de maneira especial aos sacerdotes, a quem escrevia sempre que faziam anos. Tinha um amor muito grande à Igreja e muita dedicação ao Papa”.
D. Jorge Ortiga, então presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, enalteceu a sua simplicidade e uma vida de constante “interpelação para a santidade, anunciando os valores que salvam a humanidade”. D. Carlos Azevedo, secretário da CEP, recordou “um homem simples, afável e, acima de tudo, de uma grande serenidade».
D. Serafim, que lhe sucedera como bispo de Leiria-Fátima, na sua mensagem à diocese, escreveu: “D. Alberto, na sua delicadeza, não fez exclusão, não marginalizou ninguém. Dedicou-se de maneira especial aos sacerdotes, a quem escrevia sempre que faziam anos. Tinha um amor muito grande à Igreja e muita dedicação ao Papa”.
Nasceu em 12
de outubro de 1916 e foi ordenado presbítero em 13
de Agosto de 1939. Nomeado bispo auxiliar do Porto em 8 de Julho de 1964,
passou a auxiliar de Coimbra em 1969. De 1972 a 1993, foi bispo de
Leiria-Fátima, onde, por duas vezes (1982 e 1991), recebeu o Papa João Paulo
II.
Dez anos são passados sobre a morte, mas permanece o
seu exemplo de ternura fraterna e, acima de tudo, de serviço discreto à Igreja.
Quem o conheceu jamais o esquece…
Muito obrigado, Dom Alberto!
(9-6-2016)
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