O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, junho 08, 2016

SANTO ANTÓNIO EM PÁDUA


 


Basílica de Santo António em Pádua

Não, não disse de Pádua, mas em Pádua, porque, para nós, é de Lisboa.

É de Lisboa porque aí nasceu em 1195 e foi batizado como Fernando. E é de Pádua porque lá morreu, com cerca de 40 anos, e, então, chamava-se António. E por que não de Coimbra, se foi aí, no Mosteiro de Santa Cruz, que adquiriu os seus afamados conhecimentos religiosos e se sentiu atraído pelo ideal franciscano?

Mas, hoje, quero falar, sim, da sua presença em Pádua.

Pouco antes de falecer, foi viver para essa cidade onde sempre fora acolhido com grande afeição. No 13 de junho de 1231, (faz agora 885 anos) morreu em Arcela, então um arrabalde de Pádua. Foi sepultado na igreja de Sta Maria Mater Domini, anexa ao convento dos franciscanos e, posteriormente, integrada na basílica atual. Um mês depois, os paduanos pediram ao Papa Gregório IX que o elevasse às honras do altar. Reconhecida a doutrina e a santidade, foi canonizado antes de se completar 1 ano após a sua morte. A basílica de Santo António, a maior igreja de Pádua, é prova evidente do grande carinho que o povo nutre por aquele a quem chama simplesmente “Il Santo”. Começou a ser construída em 1232 para acolher o seu corpo. Trata-se dum edifício grandioso e exótico, com predomínio dos estilos românico e gótico mas denotando uma surpreendente influência bizantina que, no exterior, é notória na cúpula central em forma de cone que se ergue rodeada por várias outras mais baixas e arredondadas.
 
 
No interior, o estilo torna-se ainda mais complexo, com numerosos monumentos funerários e altares renascentistas e barrocos decorados com esculturas e pinturas de grande efeito estético.
 
 
 As relíquias encontram-se na Capela do Tesouro para onde foram transferidas em 1745. O corpo, que estava originalmente na capela Madonna Mora, recebeu, no Renascimento, uma capela própria, criada por artistas de renome, com grandes relevos, em mármore, com motivos da sua vida.
 
 É o centro de todas as atenções desta basílica que continua a ocupar um lugar privilegiado de oração para os paduanos e atrai cristãos de todo o mundo. E nós sentimo-nos em casa quando nela entramos. Há um sentido de pertença e honra que nos enche a alma. É que, sem chauvinismos nem falsas modéstias, o Santo que ali se venera é português, mesmo que os outros continuem a rezar a “Santo António de Pádua”…

(8-6-2016)

 


 

 

 

1 Comments:

Enviar um comentário

<< Home