O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, abril 06, 2016

NO "LARGO DOS AFECTOS"


 

“Terminar no Porto as cerimónias de posse iniciadas em Lisboa é uma homenagem simbólica à cidade, ao seu passado, ao seu presente e ao seu futuro. Pela sua história, com o Porto aprendemos liberdade, democracia, resistência, convivência. Pelo que hoje vemos e sentimos, percebemos dinamismo, inovação, cultura e ciência. Por tudo – passado e presente- acreditamos num futuro de grandeza, diferença, vitalidade, juventude. Por tudo – o Porto é futuro”.

 Estas palavras do Supremo Magistrado da Nação são incentivo para uma cidade que, ainda há pouco, como canta Rui Veloso, se sentia “ abandonada” na “altivez de milhafre ferido na asa”(Porto Sentido). A autoestima saiu reforçada com as palavras do nosso Bispo, D. António:”O Porto é cidade com alma modelada por trabalho, caráter, liberdade e fé. É esta cidade que o senhor presidente visita. Afirma, assim, a sua homenagem a esta alma do Porto e ao espírito solidário, empreendedor e leal dos portuenses. Daqui abre caminho mais amplo ao futuro de Portugal e ao desíngio da sua missão ao serviço dos portugueses”(JN 11/3/2016).

O Porto, “de algum modo, berço da liberdade e da democracia”- a cidade dos afetos- soube agradecer a homenagem do “Presidente dos Afetos”. E o Cerco do Porto, o bairro da minha afeição, caprichou ao recebê-lo em festa , no “Largo dos Afectos”, ao som do “hip hop” do grupo OUPA,  formado por jovens do bairro, por entre palmas e abraços. E o Chefe de Estado extravasou a sua emoção ao juntar-se ao grupo e improvisar rap:”Aqui, no bairro do Cerco, e onde está a sua gente, estará sempre o presidente”. O seu carinho foi-se expressando também em pequenos gestos como quando pegou num menino ao colo e disse: - Dá cá um abraço. Como te chamas? – Francisco. – É como o meu neto. É o nome de que mais gosto …”

E a sua presença terminou no centro social do bairro, o primeiro edifício construído pela Câmara do Porto para a Obra Diocesana de Promoção Social. Foi a chave de ouro para um presidente que elegeu os afetos como matriz do seu mandato. Estava numa instituição que nasceu, em 1964, do coração afetuoso dum bispo, D. Florentino, e que, neste ano assumira “Os afetos numa solidariedade dinâmica” como seu projeto educativo.

Em jeito de homenagem, gostaria de lembrar o testemunho do Dr. Francisco Sá Carneiro, em 1973, numa reunião da direção da Obra Diocesana a que pertencia: “Isto está a mudar por dentro. Um filho do ministro Rebelo de Sousa está do nosso lado. Chama-se Marcelo. É um jovem muito inteligente e de bom caráter”. (Nos Alvores da Obra Diocesana).

Que o novo Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, seja um construtor da paz como lhe pediu o Santo Padre aquando da sua visita ao Vaticano. Assim o desejamos e esperamos.