O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, maio 11, 2016

SALVA. MATER MISERICORDIAE


 

 Fez, no passado dia 9, quatro anos, que o Coro Gregoriano do Porto rezou este cântico, na Praça de S. Pedro em Roma, na Audiência Geral de Bento XXVI.
Ao cantar este motete, não poderia sonhar que, em breve, um outro Papa iria decretar o Jubileu da Misericórdia e fazer deste cântico o tema da sua homilia, no dia 1 de janeiro -“Dia da Paz”- na abertura da Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior:
 “Salve, Mater Misericordiae. É com esta saudação que queremos dirigir-nos à Virgem Maria. «Salva Mãe de misericórdia, Mãe de Deus e Mãe do perdão, Mãe da esperança e Mãe da graça, Mãe cheia de santa alegria». Nestas poucas palavras, está sintetizada a fé de gerações de pessoas, que, mantendo os olhos fixos no ícone da Virgem, pedem a sua intercessão e consolação”.
 

Como ressonância da passagem da “Virgem Peregrina” pela nossa diocese, respigo alguns pensamentos dessa homilia do Papa Francisco:

Maria é Mãe de Deus, é Mãe de Deus que perdoa, que dá o perdão, e, por, isso, podemos dizer que é Mãe do perdão. Esta palavra - «perdão» -, tão mal entendida pela mentalidade mundana, indica precisamente o fruto próprio e original da fé cristã. Quem não sabe perdoar, ainda não conheceu a plenitude do amor. E só quem ama de verdade é capaz de chegar até ao perdão, esquecendo a ofensa recebida. Ao pé da cruz, Maria vê o seu Filho que Se oferece totalmente a Si mesmo e, assim, dá testemunho do que significa amar como Deus ama. Naquele momento, ouve Jesus pronunciar palavras nascidas provavelmente do que Ela mesma Lhe ensinara desde criança: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc,23,34). Naquele momento, Maria tornou-Se, para todos nós, Mãe do perdão. A Mãe do perdão ensina à Igreja que o perdão oferecido no Gólgota não conhece limites. O perdão da Igreja deve ter a mesma extensão que o de Jesus na Cruz, e de Maria ao seu pé. Não há alternativa”.

E o Papa Francisco continua: “ Mãe da esperança e Mãe da graça, Mãe cheia de santa alegria. A esperança, a graça e a santa alegria são irmãs: todas são dom de Cristo; melhor, são nomes d’Ele, inscritos, por assim dizer, na sua carne. A prenda que Maria nos dá, ao oferecer-nos Jesus Cristo, é o perdão que renova a vida, permitindo-lhe voltar a cumprir a vontade de Deus e enchendo-a de verdadeira felicidade. Esta graça abre o coração, para olhar o futuro com a alegria de quem espera. A força do perdão é o verdadeiro antídoto para a tristeza provocada pelo rancor e a vingança. O perdão abre à alegria e à serenidade, porque liberta a alma dos pensamentos mortíferos quando o rancor e a vingança se insinuam na mente e dilaceram o coração tirando-lhe o descanso e a paz. Coisas detestáveis são o rancor e a vingança!”

E conclui: “Com amor de filhos, aclamemo-La: Santa Mãe de Deus!”

(11-5-2016)