SALVA. MATER MISERICORDIAE
Fez, no
passado dia 9, quatro anos, que o Coro Gregoriano do Porto rezou este cântico, na
Praça de S. Pedro em Roma, na Audiência Geral de Bento XXVI.
Ao cantar este
motete, não poderia sonhar que, em breve, um outro Papa iria decretar o Jubileu da Misericórdia e fazer deste cântico o tema da sua homilia, no dia 1 de janeiro
-“Dia da Paz”- na abertura da Porta
Santa da Basílica de Santa Maria Maior:
“Salve, Mater Misericordiae. É com
esta saudação que queremos dirigir-nos à Virgem Maria. «Salva Mãe de misericórdia, Mãe de Deus e Mãe do perdão, Mãe da
esperança e Mãe da graça, Mãe cheia de santa alegria». Nestas poucas palavras,
está sintetizada a fé de gerações de pessoas, que, mantendo os olhos fixos no
ícone da Virgem, pedem a sua intercessão e consolação”.
Como ressonância da passagem da “Virgem Peregrina”
pela nossa diocese, respigo alguns pensamentos dessa homilia do Papa Francisco:
“Maria é Mãe
de Deus, é Mãe de Deus que perdoa, que dá o perdão, e, por, isso, podemos
dizer que é Mãe do perdão. Esta
palavra - «perdão» -, tão mal entendida pela mentalidade mundana, indica
precisamente o fruto próprio e original da fé cristã. Quem não sabe perdoar,
ainda não conheceu a plenitude do amor. E só quem ama de verdade é capaz de
chegar até ao perdão, esquecendo a ofensa recebida. Ao pé da cruz, Maria vê o
seu Filho que Se oferece totalmente a Si mesmo e, assim, dá testemunho do que
significa amar como Deus ama. Naquele momento, ouve Jesus pronunciar palavras
nascidas provavelmente do que Ela mesma Lhe ensinara desde criança: «Perdoa-lhes,
Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc,23,34).
Naquele momento, Maria tornou-Se, para todos nós, Mãe do perdão. A Mãe do perdão ensina à Igreja que o perdão
oferecido no Gólgota não conhece limites. O perdão da Igreja deve ter a mesma
extensão que o de Jesus na Cruz, e de Maria ao seu pé. Não há alternativa”.
E o Papa Francisco continua: “ Mãe da esperança e Mãe da graça, Mãe cheia de santa alegria. A
esperança, a graça e a santa alegria são irmãs: todas são dom de Cristo;
melhor, são nomes d’Ele, inscritos, por assim dizer, na sua carne. A prenda que
Maria nos dá, ao oferecer-nos Jesus Cristo, é o perdão que renova a vida,
permitindo-lhe voltar a cumprir a vontade de Deus e enchendo-a de verdadeira
felicidade. Esta graça abre o coração, para olhar o futuro com a alegria de
quem espera. A força do perdão é o verdadeiro antídoto para a tristeza
provocada pelo rancor e a vingança. O perdão abre à alegria e à serenidade,
porque liberta a alma dos pensamentos mortíferos quando o rancor e a vingança
se insinuam na mente e dilaceram o coração tirando-lhe o descanso e a paz. Coisas detestáveis são o rancor e a
vingança!”
E conclui: “Com amor de filhos, aclamemo-La: Santa
Mãe de Deus!”
(11-5-2016)
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