UMA CIDADE COM-VIDA
Que o Porto está diferente todos o reconhecem, Basta
ver as inúmeras casas reabilitadas e ouvir as línguas dos turistas que enchem
suas ruas. Mas já o que nem todos se apercebem é do dinamismo cultural que o
anima. E não falo das múltiplas iniciativas da Câmara e outras entidades, nem
das salas de espetáculos e museus, nem dos concertos e festivais. Falo sim das
muitas escolas que o povoam. Sem desprimor para as restantes, gostaria de
destacar duas escolas artísticas com que contactei nos últimos tempos. Por
coincidência, ambas se situam na proximidade da estrada medieval “que, saindo
do Porto pela Porta de Carros, levava a Guimarães”. A primeira, na “Baixa”,
ocupa o Palácio do Bolhão, “um dos edifícios mais notáveis da arquitectura
civil do Porto oitocentista”. Que esplêndidos tetos! “A sua atividade divide-se
em três cursos: Cenografia, Figurinos e Adereços; Interpretação; Luz, Som e
Efeitos Cénicos.” Para além disso, funciona como teatro com a apresentação de
variadas peças bem aproveitadas por uma população que, aos poucos, vai
retomando o elã cultural, entretanto perdido, e que tinha ganho com “O Porto
Capital da Cultura”. Pude testemunha-lo no dia 28 de maio com o “Sud-Express -2016”, um espetáculo “sobre
as viagens e a viagem” baseado num capítulo da obra de Sampaio Bruno, O Porto Culto. Uma maravilha de texto,
canto e representação.
A outra escola, numa bela mansão oitocentista, é de
música e localiza-se na zona alta da cidade, no troço entre o Largo da
Aguardente (Praça do Marquês) e a Cruz das Regateiras (Hospital de Conde
Ferreira). “ No seio da sua oferta educativa, destacam-se essencialmente os
cursos básicos em regime integrado do 5º ao 9º ano e os cursos profissionais de
nível secundário a par de iniciações musicais, cursos básicos e secundários em
regime supletivo e articulado. As suas principais formações na área musical vão
desde a existência de vários grupos de música de câmara às orquestras de
cordas, sopros e percussão, orff, bem como coros”. Tornou-se um polo de atração
para a cidade e zonas envolventes a norte do Douro e não só. O número dos seus
alunos é de tal modo significativo que a direção teve de dividir a “festa
final” deste ano em quatro concertos diferenciados. O das “orquestras de
cordas” lotou a Sala Suggia da Casa da Música. Foram mais de 200 os alunos, das
orquestras “Orff”, “Guitarras”, “Cordas” de Iniciação: do 2º Ciclo; do 3º
Ciclo; do Secundário, que tocaram e encantaram a assistência. À medida que a
estatura e a idade iam subindo, também a interpretação se ia aprimorando. Que
bonitas estavam as crianças do Coro Pré-Escolar que encheram de ternura e graça
toda a sala que as mimou com muitas palmas. Estão todos de parabéns.
É uma cidade renascida que nos convida para uma
visita.
( 27-7-2016)
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