DE QUEM ESTOU A FALAR?
Foi no mês de março. Estava a almoçar num restaurante em
Pavia, no Alto Alentejo, quando entraram dois casais e um menino – ouvi
chamar-lhe Francisco - que brincava com o avô. Esta coincidência despertou a
minha atenção e então reparei que o avô era uma pessoa bem conhecida. No final,
dirigi-me à sua mesa e disse-lhes: - “Peço desculpa. Nunca interrompi uma
figura pública quando está em família, mas hoje fiz uma exceção para agradecer
a este senhor. E não o faço por ser o «Engenheiro do Penta» do Porto nem pela
boa campanha que a seleção nacional tem feito sob o seu comando. Faço-o porque
várias vezes me cruzei com ele na igreja das Antas no Porto”. Então, ergueu a
cabeça e olhou para mim. E continuei: “Faço-o porque, numa época, em que alguns
«fazedores de opinião» não-crentes sentem gozo em o publicitar e os cristãos se
escondem num público silêncio, este senhor tem a coragem de afirmar a sua Fé.
Como cristão, não podia deixar passar esta oportunidade sem lhe manifestar a
minha gratidão”. E acrescentei: “ O culpado foi o vosso neto que tantas vezes
chamou pelo avô. Os netos são o rebuçado com que Deus nos adoça a vida”. Sorriu
e pediu-me para repetir esta frase à sua esposa que entretanto chegou à mesa.
Os dois beijaram o neto. E agradeceram.
No final do Campeonato Europeu de Futebol, o mesmo senhor
iniciou a conferência de imprensa lendo uma carta que levava escrita. Começava
assim: “Em
primeiro lugar e acima de tudo, quero agradecer a Deus Pai por este momento e
tudo aquilo da minha vida”. E terminava com estas palavras:
“Por
último, mas em primeiro, ir falar com o meu maior amigo e sua mãe. Dedicar-Lhe
esta conquista e agradecer-Lhe por ter sido convocado e por me conceder o dom
da sabedoria, perseverança e humildade para guiar esta equipa e Ele a ter iluminado
e guiado. Espero e desejo que seja para glória do Seu nome".
No dia 25 de
agosto, a “Sábado” ilustrava a primeira página com a sua fotografia e
anunciava: “A Primeira grande entrevista depois do Euro - «Foi Cristo que mudou a minha vida». O entrevistador esclarecia: “É
uma conversa com um homem que tem a fé no centro da sua vida e se empenha para
a pôr ao serviço dos outros todos os dias”. E acrescentava: “Foi o primeiro a
levar a seleção nacional a um título, mas nem esse feito se compara ao impacto que
a sua vida sofreu quando assumiu o compromisso com Cristo. Desde então
empenha-se em evangelizar, sem impor nada a ninguém mas também sem disfarçar a
relação intensa com a fé. “ - “Uma das
minhas vocações é evangelizar”- é o título da entrevista que se desenrola
ao longo de nove páginas. Vale a pena ser lida. Só uma ponta do véu…: ”Descobri que Cristo está vivo. Essa a grande
revelação.”
Certamente, já
se aperceberam de quem estive a falar...
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