"TRANSMITIR A FÉ
Aconteceu
neste verão. Avós e neto deliciavam-se a apreciar um gelado e o neto falava do
passeio que, com os pais, acabava de fazer à Madeira. – Sabes, avô, a casa da
Lu (é uma amiga dos pais que aí visitaram) tem uma capela. – E tu foste vê-la?
– Perguntou a avó. - Sim. – E rezaste por nós? – Foi lá a missa pela mãe da Lu.
E eu rezei pela minha família, pelos meus amigos da escolinha e até pelos
amigos que vou ter na primária. Sabes, o pai disse-me que Jesus mora no meu
coração. Posteriormente, a mãe contou que todos ficaram admirados com o seu
entusiasmo: - Foi quem rezou mais alto o
Pai-Nosso.
Esta
conversa trouxe-me ao pensamento A
Alegria do Amor onde o papa Francisco aborda, ao longo de quatro números, o
papel da família na transmissão da fé.
No n.
287, escreve “ A educação dos filhos deve estar marcada por um percurso de
transmissão da fé, que se vê dificultado pelo estilo de vida atual. (…) Apesar
disso, a família deve continuar a ser lugar onde se ensina a perceber as razões
e a beleza da fé, a rezar e a servir o próximo. Isto começa no batismo, onde –
como dizia Santo Agostinho – as mães que levam os filhos «cooperam no parto
santo». Depois tem início o percurso de crescimento desta vida nova. A fé é dom
de Deus (…); mas os pais são instrumentos de Deus para a sua maturação e
desenvolvimento. Por isso, «é bonito quando as mães ensinam os filhos pequenos
a enviar um beijo a Jesus ou a Nossa Senhora. Quanta ternura há nisto! Naquele
momento, o coração das crianças transforma-se em lugar de oração».
No
número seguinte, elucida os pais sobre a pedagogia a seguir: “A educação na fé
sabe adaptar-se a cada filho, porque os recursos aprendidos ou as receitas às
vezes não funcionam. As crianças precisam de símbolos, gestos, narrações. Os
adolescentes habitualmente entram em crise com a autoridade e com as normas,
pelo que é conveniente estimular as suas experiências pessoais de fé e
oferecer-lhes testemunhos luminosos que se imponham simplesmente pela sua
beleza”.
No n.
289, fala do papel evangelizador da família. “O exercício de transmitir aos
filhos a fé, no sentido de facilitar a sua expressão e crescimento, permite que
a família se torne evangelizadora e, espontaneamente, comece a transmiti-la a
todos os que se aproximam dela e mesmo fora do próprio ambiente familiar”.
E por
último, abre a família a novos horizontes: “A família torna-se sujeito da ação
pastoral, através do anúncio explícito do Evangelho e do legado de múltiplas
formas de testemunho, nomeadamente a solidariedade com os pobres, a abertura à
diversidade das pessoas, a salvaguarda da criação, a solidariedade moral e
material para com as outras famílias (…), o empenho na promoção do bem comum”.
Ensinamentos
que merecem ser meditados na sua versão integral.
(21-9-2016)
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