O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, maio 13, 2015

UMA CIDADE QUE REJUVENESCE...



Quem anda pelo Porto sente que está numa cidade rejuvenescida. Ao passar na rua das Flores, reconhece a “rua formosa” de tempos idos. E o Largo de S. Domingos, a mais acolhedora praça do Porto? Para já não falar em Mouzinho da Silveira e no fervilhar de gente em Santa Catarina. Dá gosto passear na “Baixa”! Ganhou nova vida, mesmo à noite, com a animada “movida” e a oferta cultural que a dinamiza. É passado o tempo em que metia medo percorrer as ruas desertas...
Os jornais fazem-se eco desta “nova” cidade. Em 12 de fevereiro, a protagonista de uma telenovela dizia: Acabo de chegar de um fim de semana maravilhoso no Porto.! Recomendo vivamente. De dia, de noite, a cidade respira uma nova vida.
E não é só a cidade turística... Nesse mesmo dia, o JN enaltecia as inovações desportivas. Começava pela “cedência do Parque do INATEL à Câmara do Porto que devolve aos portuenses e aos seus clubes um equipamento que há muito não lhes pertencia”. Falava ainda da reabilitação da piscina de Campanhã o que me fez lembrar um episódio com cerca de vinte anos: o jogo em que o Salgueiros se sagrou, pela primeira vez, campeão nacional de Polo Aquático teve que realizar-se em Penafiel porque, no Porto, não havia qualquer piscina coberta com a profundidade exigida: a de Campanhã possuía-a mas, por ser ao ar livre, não era admitida em jogos oficiais. Uma vergonha!
No dia 14 desse mês, era a cultura: “A Cultura do Porto é a melhor do ano 2014 segundo a SPA. A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) atribuiu o prémio de melhor programação cultural autárquica 2014 à Câmara do Porto.”
Em 24 de abril, o JN diz:” A Câmara do Porto ficou com três grandes projetos entre mãos... que marcarão o futuro desta cidade no que respeita, sobretudo, à renovação/requalificação de espaços com muita degradação”. O primeiro “tem em vista a melhoria das condições de vida de uma vasta zona de Campanhã, em torno da estação ferroviária”. O segundo diz respeito à reabilitação das “ilhas” do Porto: “há ainda 957 ilhas, onde vivem 10 400 pessoas em 8 265 casas a cair aos bocados”. O último é para o Mercado do Bolhão que “visa a manutenção das condições ímpares de um espaço que faz parte da história do Porto.”
Respira-se outro ar. Ao afrontamento institucional sucedeu a inclusão. Agora, quem, ao domingo, vai à missa à Trindade já não é incomodado se deixar o carro no largo da igreja. A lei não mudou, o espírito é que é outro... Assim, espero que o “Teatro Experimental do Porto” do saudoso António Pedro volte à cidade que lhe deu nome. E que as instalações do antigo matadouro municipal, uma nódoa que envergonha o Porto, mereçam a atenção da Câmara.
Apetece-me terminar com José Régio. Mas vós, ó flores/Pois que Maio chegou/Revesti-o de clâmides de cores!

(13/5/2015)