UMA CIDADE QUE REJUVENESCE...
Quem anda pelo Porto sente que está
numa cidade rejuvenescida. Ao passar na rua das Flores, reconhece a
“rua formosa” de tempos idos. E o Largo de S. Domingos, a mais
acolhedora praça do Porto? Para já não falar em Mouzinho da
Silveira e no fervilhar de gente em Santa Catarina. Dá gosto passear
na “Baixa”! Ganhou nova vida, mesmo à noite, com a animada
“movida” e a oferta cultural que a dinamiza. É passado o tempo
em que metia medo percorrer as ruas desertas...
Os jornais fazem-se eco desta “nova”
cidade. Em 12 de fevereiro, a protagonista de uma telenovela dizia:
Acabo de chegar de um fim de semana maravilhoso no Porto.!
Recomendo vivamente. De dia, de noite, a cidade respira uma nova
vida.
E não é só a cidade turística...
Nesse mesmo dia, o JN enaltecia as inovações desportivas.
Começava pela “cedência do Parque do INATEL à Câmara do Porto
que devolve aos portuenses e aos seus clubes um equipamento que há
muito não lhes pertencia”. Falava ainda da reabilitação da
piscina de Campanhã o que me fez lembrar um episódio com cerca de
vinte anos: o jogo em que o Salgueiros se sagrou, pela primeira vez,
campeão nacional de Polo Aquático teve que realizar-se em Penafiel
porque, no Porto, não havia qualquer piscina coberta com a
profundidade exigida: a de Campanhã possuía-a mas, por ser ao ar
livre, não era admitida em jogos oficiais. Uma vergonha!
No dia 14 desse mês, era a cultura: “A
Cultura do Porto é a melhor do ano 2014 segundo a SPA. A Sociedade
Portuguesa de Autores (SPA) atribuiu o prémio de melhor programação
cultural autárquica 2014 à Câmara do Porto.”
Em 24 de abril, o JN diz:” A
Câmara do Porto ficou com três grandes projetos entre mãos... que
marcarão o futuro desta cidade no que respeita, sobretudo, à
renovação/requalificação de espaços com muita degradação”. O
primeiro “tem em vista a melhoria das condições de vida de uma
vasta zona de Campanhã, em torno da estação ferroviária”. O
segundo diz respeito à reabilitação das “ilhas” do Porto: “há
ainda 957 ilhas, onde vivem 10 400 pessoas em 8 265 casas a cair aos
bocados”. O último é para o Mercado do Bolhão que “visa a
manutenção das condições ímpares de um espaço que faz parte da
história do Porto.”
Respira-se outro ar. Ao afrontamento
institucional sucedeu a inclusão. Agora, quem, ao domingo, vai à
missa à Trindade já não é incomodado se deixar o carro no largo
da igreja. A lei não mudou, o espírito é que é outro... Assim,
espero que o “Teatro Experimental do Porto” do saudoso António
Pedro volte à cidade que lhe deu nome. E que as instalações do
antigo matadouro municipal, uma nódoa que envergonha o Porto,
mereçam a atenção da Câmara.
Apetece-me terminar com José Régio.
Mas vós, ó flores/Pois que Maio chegou/Revesti-o de clâmides de
cores!
(13/5/2015)
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