E o "Dia dos Pais"?
As
avós - Uma avó é uma mulher que não tem filhos: por isso gosta
dos filhos dos outros. As avós não têm nada que fazer, é só
estarem ali. Quando nos levam a passear, andam de vagar e não pisam
as folhas nem as lagartas. Nunca dizem despacha-te. Normalmente são
gordas, mas mesmo assim conseguem atar-nos os sapatos. Sabem sempre
que a gente quer mais uma fatia de bolo, ou uma fatia maior. Uma avó
de verdade nunca bate numa criança: zanga-se mas a rir. As avós
usam óculos, e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos
lêem histórias, nunca saltam bocados e não se importam de contar
as mesmas histórias várias vezes. As avós são as unicas pessoas
grandes que têm sempre tempo. Não são fracas como elas dizem,
apesar de morrerem mais vezes do que nós. Toda a gente deve fazer o
possível para ter uma avó, sobretudo se não tiver televisão.
Acabava
de receber um email com esta redação de criança, quando ouvi um
menino de 4 anos a falar com a avó sobre a prenda que estava a
fazer para o “Dia do Pai”. - Quando é, avó? – É no próximo
dia 19. - Porquê ? - É o dia de S. José. - O pai de Jesus que eu
vi de pé no presépio? - Esse mesmo. - E o “Dia da Mãe?-
continuou ele. - É no primeiro domingo de maio, o “Mês de Maria”
- A mãe de Jesus que estava no presépio? - Sim, Nossa Senhora. - E
o “Dia dos Avós”? - É no dia 26 de julho. - E porquê? -
Porque é dia de Santa Ana e São Joaquim, os avós de Jesus. -
Engraçado. Mas eles não estavam no presépio, pois não. Porquê? -
Porque viviam muito longe. - E o “Dia dos Pais”? Perante o
silêncio da avó, o neto esclareceu: -Sim, o dia do pai e da mãe? A
avó, surpreendida, lá encontrou uma resposta:
- O Dia dos Pais é o dia de Natal. - Porquê? - Porque é quando
Jesus nasceu, e o dia dos pais é o dia do nascimento dos filhos. -
Ó avó, conta-me a história dos Reis Magos. A avó respirou de
alívio... Mas a pergunta ficou e interpela-nos: e o “Dia dos
Pais”?
Quão
belo é este diálogo! É
muito significativo que o
Santo Padre tenha escolhido para tema
do 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais:
“Comunicar
a família - ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do
amor”.
Diz: “O ventre que nos abriga é a primeira “escola” de
comunicação (...) Este encontro entre dois seres simultaneamente
tão íntimos e ainda tão alheios um ao outro, um encontro cheio de
promessas, é a nossa primeira experiência de comunicação. (...)
Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido
permanecemos num “ventre”, que é a família. Um ventre feito de
pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é “o espaço
onde se aprende a conviver na diferença”.
O
diálogo intergeracional, que se faz de afeto e enriquece na
diferença, torna a família o paradigma de toda a
comunicação. E o “Dia dos Pais”?...
( 18/3/2015)
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