D. António Barroso vive nas suas obras
Na semana em que, a propósito do 1º
centenário da Associação dos Médicos Católicos, ouvi, na Rádio
Renascença, enaltecer o contributo de D. António Barroso para a sua
criação, chegou-me às mãos a revista Boa Nova de
Dezembro de 2014 (N.º 1025) com o artigo Pelas terras do
reino do Congo evocando a memória de D. António Barroso,
enriquecido com o “retrato de D. António Barroso pintado na parede
da casa episcopal de Mbanza Congo”. Pela novidade e riqueza de
conteúdo, pensei que deveria fazer-me seu eco.
Augusto
Farias começa por confessar que “Há muito que me tinha proposto
ir visitar as terras do antigo reino do Congo por onde D. António
Barroso passou os seus tempos de jovem missionário no último
quartel do século XIX. Saí de Luanda na companhia do jovem Zola que
ia a Mbanza Congo.” Nesta povoação vivera o rei do Congo, “um
reino que foi dividido pela conferência de Berlim em 1885 sem
respeitar a história e a afinidade etnográfica desses povos ao
sabor dos interesses coloniais europeus da altura”. A tradição
faz dela a capital de todo o país bakongo que, atualmente, se
estende por vários Estados. E esclarece que “Foi no meio dessa
encrenca política que D. António Barroso foi enviado pelas
estruturas coloniais portuguesas para um território que estava
abandonado e corria o risco de mudar de dono. Foi metido num vespeiro
internacional”.
O
autor vai pontilhando a descrição da sua viagem com alusões ao
grande apóstolo do Congo. Assim, ao visitar uma escola de
missionárias, comenta que elas “realizam o grande projeto
idealizado por D. António Barroso, há um século e tal, no que se
refere à promoção da mulher.” Ao passar na margem sul do Zaire,
anota que “várias vezes me
lembrei dessas longas caminhadas a pé feitas por D. António Barroso
por carreiros de mato acossado pelas intempéries, pelo perigo de
animais selvagens e por febres de paludismo que naquela altura não
tinha cura”. Numa
zona onde está a nascer uma enorme cidade, escreve: “Por aqui
passou D. António Barroso. Ele já previa, a um século de
antecedência, o futuro destas terras. Por isso era necessário criar
polos de presença cristã que fossem ao mesmo tempo centros de
educação e promoção humana. Daí a sua preocupação em fazer
escolas onde rapazes e raparigas pudessem ser protagonistas do seu
futuro”. Na viagem
de regresso, afirma que D. António “estabeleceu postos avançados
de catequese e evangelização na esperança de aí surgirem novas
missões com dinamismo para anunciar o nome de Jesus e se tornarem
polos de promoção humana”.
Limitei-me, caro
leitor, a respigar, com a devida vénia, algumas passagens da extensa
reportagem. Se a quiser ler na íntegra, poderá consultar a revista
na nossa “Sala de Cima”.
(28/1/2915)
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home