O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, janeiro 28, 2015

D. António Barroso vive nas suas obras


Na semana em que, a propósito do 1º centenário da Associação dos Médicos Católicos, ouvi, na Rádio Renascença, enaltecer o contributo de D. António Barroso para a sua criação, chegou-me às mãos a revista Boa Nova de Dezembro de 2014 (N.º 1025) com o artigo Pelas terras do reino do Congo evocando a memória de D. António Barroso, enriquecido com o “retrato de D. António Barroso pintado na parede da casa episcopal de Mbanza Congo”. Pela novidade e riqueza de conteúdo, pensei que deveria fazer-me seu eco.
Augusto Farias começa por confessar que “Há muito que me tinha proposto ir visitar as terras do antigo reino do Congo por onde D. António Barroso passou os seus tempos de jovem missionário no último quartel do século XIX. Saí de Luanda na companhia do jovem Zola que ia a Mbanza Congo.” Nesta povoação vivera o rei do Congo, “um reino que foi dividido pela conferência de Berlim em 1885 sem respeitar a história e a afinidade etnográfica desses povos ao sabor dos interesses coloniais europeus da altura”. A tradição faz dela a capital de todo o país bakongo que, atualmente, se estende por vários Estados. E esclarece que “Foi no meio dessa encrenca política que D. António Barroso foi enviado pelas estruturas coloniais portuguesas para um território que estava abandonado e corria o risco de mudar de dono. Foi metido num vespeiro internacional”.
O autor vai pontilhando a descrição da sua viagem com alusões ao grande apóstolo do Congo. Assim, ao visitar uma escola de missionárias, comenta que elas “realizam o grande projeto idealizado por D. António Barroso, há um século e tal, no que se refere à promoção da mulher.” Ao passar na margem sul do Zaire, anota que “várias vezes me lembrei dessas longas caminhadas a pé feitas por D. António Barroso por carreiros de mato acossado pelas intempéries, pelo perigo de animais selvagens e por febres de paludismo que naquela altura não tinha cura”. Numa zona onde está a nascer uma enorme cidade, escreve: “Por aqui passou D. António Barroso. Ele já previa, a um século de antecedência, o futuro destas terras. Por isso era necessário criar polos de presença cristã que fossem ao mesmo tempo centros de educação e promoção humana. Daí a sua preocupação em fazer escolas onde rapazes e raparigas pudessem ser protagonistas do seu futuro”. Na viagem de regresso, afirma que D. António “estabeleceu postos avançados de catequese e evangelização na esperança de aí surgirem novas missões com dinamismo para anunciar o nome de Jesus e se tornarem polos de promoção humana”.
Limitei-me, caro leitor, a respigar, com a devida vénia, algumas passagens da extensa reportagem. Se a quiser ler na íntegra, poderá consultar a revista na nossa “Sala de Cima”.
(28/1/2915)