Aqui há santidade
O crente é, fundamentalmente, “uma
pessoa que faz memória”. (A Alegria do Evangelho).
Neste
ano de 2014, passam duas datas que marcam a memória da Igreja do Porto. A primeira
foi assinalada com um Colóquio Internacional que encerrou, no dia 19 de outubro
na Sé Catedral. São os 900 anos da fundação da Diocese. Na sua abertura, o
bispo do Porto, D. António, deu especial relevo a quatro dos seus antecessores:
D. Hugo “a quem devemos muito do que hoje somos como diocese e cidade”; D. João
Peculiar pelo seu papel “na edificação da catedral”; D. António Barroso e D.
António Ferreira Gomes “Um e outro
tiveram de pagar o doloroso preço do exílio para salvaguardar a liberdade e o
direito para os seus concidadãos”.
Já
no dia 9 anterior, Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto na
“oração de sapiência” no Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes, tinha
destacado o nome destes dois últimos bispos. Depois de referir D. António
Ferreira Gomes “que para cá e para lá dos
seus muros graníticos (Porto) conseguiu fazer ouvir a sua voz livre por todo o
mundo”, afirmou “que ele é parte do
nosso património cultural, como antes foi D. António Barroso”.
Muito
significativo! No mesmo mês, em dois momentos igualmente solenes, os
responsáveis máximos da cidade e da diocese realçaram o nome de um bispo que,
há um século, foi pastor da Igreja do Porto. Acontece que, precisamente neste
ano, faz 100 anos que ele regressou à diocese e à cidade após 3 anos de exílio.
Esta data irá ser recordada com uma Eucaristia presidida por D. António
Francisco, seguida de Te Deum, no dia 21 de dezembro, às 15 horas, na Sé
Catedral.
No
dia em que faleceu (31/8/ 1918), os jornais, de variadas tendências partidárias
e ideológicas, confluíram na homenagem ao “bispo dos pobres” que cumpriu as
promessas que fizera na “ Pastoral de Saudação” dirigida à diocese aquando da
sua nomeação (27/7/1899) onde afirmara o seu desejo de ser vigia sempre alerta, sentinela sempre atenta, pai sempre extremoso,
médico espiritual sempre atento, e bispo sempre pronto a atender, de portas
abertas a todos aqueles que forem portadores de diversos males ou de quaisquer
necessidades. A fama de santidade perdurou para além da sua morte. Na minha
infância, ainda minha mãe falava do bispo
santo de barbas brancas. No dia 4 de setembro de 1911, em Remelhe, D.
Manuel Clemente, então bispo do Porto, encorajou a Fundação Voz Portucalense a
prosseguir a campanha em favor da beatificação de D. António Barroso porque,
disse, Aqui há santidade.
No
dia 21, participemos nessa celebração que enriquece as comemorações dos 900
anos da diocese. Como diz o nosso bispo, um
hino de gratidão, rezado com fé, anuncia sempre uma hora de esperança. Fica
o apelo.
(
26/11/14)
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