O Tanoeiro da Ribeira

quinta-feira, dezembro 04, 2014

Aqui há santidade (II)


Celebrar a gratidão é, hoje, um modo fecundo de semear a esperança. (D. António Francisco)
Notas biográficas de D. António Barroso
21/2/ 1899 - É nomeado bispo do Porto.
2/8/1899 - Vindo de comboio de Lisboa, é aclamado pela multidão em Campanhã. Acompanhado por 130 carruagens, segue até à igreja de Santo Ildefonso onde se inicia o cortejo a pé até à Catedral.
23/4/1901 - Na sequência do famoso “caso Calmon”, vai, em nome do episcopado, entregar ao rei D. Carlos uma carta coletiva onde se expõe o pensar da Igreja sobre as congregações religiosas. Transforma-se num alvo a abater pela sanha anticlerical.
24/12/ 1910 - É publicada a Pastoral Coletiva assinada pelos bispos portugueses mas o Governo proíbe a sua leitura
2/3/ 1911 – D. António escreve uma carta em que defende a leitura dessa Pastoral. E, logo no dia 7, o Governo destitui-o das funções de bispo do Porto e proíbe-o de entrar em qualquer lugar da diocese. Começa o exílio no Colégio de Cernache donde passará para Remelhe
12/6/ 1913 - É julgado no tribunal de S. João Novo por ter vindo a Custóias (Matosinhos) ser padrinho de batismo, em representação do papa Pio X. É absolvido.
3/4/ 1914 - Amnistiado, regressa, discretamente, à diocese e vai viver para o Paço de Sacais. No dia seguinte, celebra Solene Te Deum na Sé Catedral.
7/8/ 1917 - É condenado a dois anos fora da diocese e dos distritos limítrofes, por ter autorizado três senhoras de uma associação religiosa a viverem juntas em Vila Boa de Quires. Este segundo exílio passa-o em Coimbra.
20/12/ 1917 - Anulado o castigo, regressa ao Paço de Sacais onde morre a 31 de agosto de 1918.
Notas de imprensa - No dia da morte, a imprensa enalteceu-o. A caridade exerceu-a tão largamente, como o seu coração lho pedia. O preceito do Evangelho recebeu do ilustre Prelado a máxima consagração (O Primeiro de Janeiro); O paço episcopal do Porto passou a ser o doce refúgio de quantos desventurados se acolhiam sob a protecção de D. António Barroso. (O Comércio do Porto). O periódico “A Ilustração Católica aconselhava: Escrevei na memória o seu nome e lembrança/E guardai para a vida a sua bela herança/De piedade, orações e sorrisos de Pai.
No “Dia da Voz Portucalense” deste ano centenário do regresso de D. António Barroso do exílio em 1914, vamos lembrar a sua bela herança e rezar para que se realizem as condições humanas e eclesiais que possibilitem a proclamação oficial da sua santidade como exemplo universal de vida cristã.
O Santo Padre diz que a alegria evangelizadora refulge sempre sobre o horizonte da memória agradecida. Dar graças a Deus e rezar pela beatificação de D. António Barroso é sinal da memória agradecida da Igreja do Porto e um modo fecundo de semear a esperança.

( 3/12/2014)