"Com a vida não se brinca."
“Como
a vida é cheia de contrastes. Estamos agora a chorar a morte de
alguém que amamos e, daqui a uns dias, estaremos a festejar um novo
nascimento. A vida é um grande mistério.”
Assim
falava uma amiga no final da “Missa de 7.º Dia" por minha
sogra - uma segunda mãe - tendo ao lado a sua neta com uma
“barriguinha” bem volumosa que aconchegava a menina que viria a
nascer passados três dias e a quem os pais deram o nome de Clara.
Situações-limite tão
fortes e contrastantes geram sentimentos que se entrechocam e
levaram-me a refletir sobre a finitude e transcendência da vida
humana, seu valor e significado. Quando tal fazia, deparei-me com o
discurso que o Santo Padre fez, em 15 de novembro , a mais de seis
mil representantes da Associação de Médicos Católicos de Itália
onde diz que “brincar com a vida” das pessoas é "um pecado
contra o Criador", publicado no Osservatore Romano – edição
em Português, de 20 de novembro. Dada a pertinência da doutrina e a
clareza das palavras, resolvi partilhar convosco parte dessa leitura.
"A
vida humana é sempre sagrada, válida, inviolável, e como tal deve
ser amada, defendida e cuidada. (...) A fidelidade ao Evangelho da
vida e ao respeito que lhe é devido por ser dom de Deus, por vezes,
requer opções corajosas e contracorrente. (...) Estamos a viver num
tempo de experimentos com a vida. Mas um experimento mau. Fazer
filhos em vez de os acolher como dom, como eu disse. Brincar com a
vida. Estai atentos, porque isto é um pecado contra o Criador:
contra Deus Criador, que criou a coisas deste modo. Quantas vezes
ouvi objeções na minha vida de sacerdote. - "Mas, dizei-me,
por que se opõe a Igreja ao aborto, por exemplo? É um problema
religioso?" - Não, não é. Não se trata de um problema
religioso" - “É um problema filosófico?" - Não, não é
um problema filosófico. É um problema científico porque se trata
de uma vida humana e não é lícito eliminar uma vida humana para
resolver um problema" . - "Mas não, o pensamento
moderno..." - "Mas, ouve, no pensamento antigo e no
pensamento moderno, a palavra matar
tem
o mesmo significado!" O mesmo é válido para a eutanásia:
todos sabemos que com tantos idosos, nesta cultura do descarte, se
pratica a eutanásia escondida. Mas há também a outra. E isto
significa dizer a Deus: "Não, o fim da vida sou eu que o
decido, como quero". É um pecado contra Deus Criador. Pensai
bem sobre isto.” Neste início de ano, fica a recomendação do
papa Francisco.
Quem
desejar conhecer a versão integral deste discurso, poderá fazê-lo
na nossa "Sala de Cima" onde o Osservatore se encontra à
disposição de quem o quiser ler.
Com
os votos de um Ano Bom para todos, deixo este apelo pela vida como
dom de Deus que devemos amar, defender e cuidar. (7/1/2015)
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