Quanto aprendemos com eles!...
Mensagem do Santo Padre para o “Dia
Mundial do Doente” - “Sabedoria do coração é servir o irmão.
Quantos cristãos dão testemunho – não com as palavras mas com a
sua vida radicada numa fé genuína – de ser “os olhos do
cego” e “os pés para o coxo”! Pessoas que
permanecem junto dos doentes que precisam de assistência contínua,
de ajuda para se lavar, vestir e alimentar. Este serviço
especialmente quando se prolonga no tempo, pode tornar-se cansativo e
pesado; é relativamente fácil servir alguns dias, mas torna-se
difícil cuidar de uma pessoa durante meses ou até anos, inclusive
quando ela já não é capaz de agradecer. E, no entanto, que grande
caminho de santificação é este! Em tais momentos, pode-se contar
de modo particular com a proximidade do Senhor, sendo também de
especial apoio à missão da Igreja. O tempo gasto junto do doente é
um tempo santo. É louvor a Deus, que nos configura à imagem de Seu
Filho, que não veio para ser servido, mas para servir (Mt
20,28). Foi o próprio Jesus que o disse: Eu estou no meio de vós
como aquele que serve (Lc 22,27).
Estas palavras, tão divinas e tão
humanas, do nosso Papa Francisco chegaram-me no momento em que
acabara de abrir uma carta que se fazia eco do texto “Com a vida
não se brinca” publicado em 7 de janeiro. Foi de olhos
humedecidos que resolvi partilhar convosco este testemunho porque
Jesus disse: Assim, brilhe, a vossa luz diante dos homens, para
que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está
nos céus (Mt, 5,16).
Rezava assim o anexo da carta que
recebi: “ Meu irmão nasceu há setenta e seis anos com paralisia
cerebral a quem, clinicamente, vaticinaram trinta de vida. Não
falava, compreendia bastante, dependente a 100%, mas muito simpático.
O “milagre” da sua longevidade deve-se ao facto de ter sido muito
amado por todos, sempre presente em família, o que o tornou
imensamente feliz! E porque quem ama e é amado vive, daí a sua vida
longa para espanto de todos. Claro que foi uma exigência dura cuidar
dele,. Mas fui apenas, e só apenas, o servo inútil que fez o que
devia ter feito, numa família onde todos colaboraram. Quanto
aprendi com ele a deixar-me amar, a aceitar a pobreza das
minhas dependências, a ser grata perante a delicadeza dos outros e
sobretudo a saborear quanto vale a pessoa! Porque imagem de Deus,
infinitamente amada por Ele, é o fundamento de todos os valores,
vale por si e em si, independentemente da sua notoriedade ou
rentabilidade, e com destino eterno. Foi oportunidade soberana de
viver o ensinamento de Jesus: O que fizerdes ao mais pequenino é
a Mim que o fazeis (Mt 25,25)”.
Assistência contínua, não
durante uns meses, mas ao longo de setenta e seis anos...
Soli Deo honor et gloria – Só
a Deus honra e glória. (I Tim 1.17)
(18/2/2015)
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