No Dia Mundial das Comunicações Sociais
Na homilia da Eucaristia em que
participei no passado domingo, o celebrante privilegiou, na sua
síntese, a família como “primeiro lugar onde aprendemos a
comunicar” e a missão de anunciar o Evangelho, um anúncio que tem
de ser creditado pelo testemunho. Hoje, disse, temos tantos meios de
comunicação à distância, desde o telefone,o telemóvel, a
internet... Saibamos aproveitá-los para anunciar o Evangelho que não
pode ficar encerrado dentro da bíblia, por mais bela que ela seja, a
enfeitar um móvel das nossas casas, mas precisa de ser conhecido,
vivido, proclamado e testemunhado. Esse é o papel que o Senhor hoje
pede a cada um de nós. Mas para além destes, existem os meios de
comunicação social. Os de maior divulgação, normalmente acentuam
os aspetos mais negativos do homem e dão-nos a imagem dum mundo sem
esperança onde não apetece viver. Esquecem o bem que se faz no
mundo. Quanto mais vendável é o produto que oferecem, melhor é
para a empresa que os sustentam. Devemos lê-los para sabermos de que
falam e avaliar o mundo em que vivemos. Mas não nos podemos
contentar com uma visão parcelar e distorcida da realidade. Os
órgãos de comunicação da Igreja, sem esquecer a fraqueza e a
fragilidade humanas, ressaltam o bem que o homem, salvo por Cristo,
vai realizando no dia a dia. Esclarecem-nos e ajudam-nos a
interpretar, à luz do Evangelho, os acontecimentos que nos rodeiam,
libertando-nos da confusão e da angústia que perturbam e anestesiam
o espírito. Contam-nos coisas bonitas que também existem e nos dão
ânimo. Falam-nos- da “Alegria do Evangelho”. A eles, se destina
o ofertório da missa de hoje. A Igreja Portuguesa tem a Rádio
Renascença. A diocese do Porto tem um, e apenas um, a Voz
Portucalense que não se confina ao seu território, mas é lida e
apreciada em Portugal inteiro e mesmo no estrangeiro. Nela, sente-se
o palpitar do coração da Igreja, com particular enfoque na
diocesana. Ilumina com a luz do Evangelho os acontecimentos da vida.
Precisamos de a ler e divulgar. Ela que vive, em grande parte, do
trabalho gratuito e voluntário dos seus colaboradores, espera o
nosso apoio.
Esta homilia fez-me lembrar as palavras
do Santo Padre em A Alegria do Evangelho: “A homilia pode
ser, realmente, uma experiência intensa e feliz do Espírito, um
consolador encontro com a Palavra, uma fonte constante de renovação
e crescimento. (…) O desafio de uma síntese inculturada consiste
em transmitir a síntese da mensagem evangélica, e não ideias ou
valores soltos. Onde está a tua síntese, ali está o teu coração”.
Foi agradável e bom participar nesta
Eucaristia. E interroguei-me: no Dia Mundial das Comunicações
Sociais, quantos cristãos da Igreja do Porto terão ouvido falar do
jornal diocesano?
(20-5-2015)
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