O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, maio 20, 2015

No Dia Mundial das Comunicações Sociais


Na homilia da Eucaristia em que participei no passado domingo, o celebrante privilegiou, na sua síntese, a família como “primeiro lugar onde aprendemos a comunicar” e a missão de anunciar o Evangelho, um anúncio que tem de ser creditado pelo testemunho. Hoje, disse, temos tantos meios de comunicação à distância, desde o telefone,o telemóvel, a internet... Saibamos aproveitá-los para anunciar o Evangelho que não pode ficar encerrado dentro da bíblia, por mais bela que ela seja, a enfeitar um móvel das nossas casas, mas precisa de ser conhecido, vivido, proclamado e testemunhado. Esse é o papel que o Senhor hoje pede a cada um de nós. Mas para além destes, existem os meios de comunicação social. Os de maior divulgação, normalmente acentuam os aspetos mais negativos do homem e dão-nos a imagem dum mundo sem esperança onde não apetece viver. Esquecem o bem que se faz no mundo. Quanto mais vendável é o produto que oferecem, melhor é para a empresa que os sustentam. Devemos lê-los para sabermos de que falam e avaliar o mundo em que vivemos. Mas não nos podemos contentar com uma visão parcelar e distorcida da realidade. Os órgãos de comunicação da Igreja, sem esquecer a fraqueza e a fragilidade humanas, ressaltam o bem que o homem, salvo por Cristo, vai realizando no dia a dia. Esclarecem-nos e ajudam-nos a interpretar, à luz do Evangelho, os acontecimentos que nos rodeiam, libertando-nos da confusão e da angústia que perturbam e anestesiam o espírito. Contam-nos coisas bonitas que também existem e nos dão ânimo. Falam-nos- da “Alegria do Evangelho”. A eles, se destina o ofertório da missa de hoje. A Igreja Portuguesa tem a Rádio Renascença. A diocese do Porto tem um, e apenas um, a Voz Portucalense que não se confina ao seu território, mas é lida e apreciada em Portugal inteiro e mesmo no estrangeiro. Nela, sente-se o palpitar do coração da Igreja, com particular enfoque na diocesana. Ilumina com a luz do Evangelho os acontecimentos da vida. Precisamos de a ler e divulgar. Ela que vive, em grande parte, do trabalho gratuito e voluntário dos seus colaboradores, espera o nosso apoio.
Esta homilia fez-me lembrar as palavras do Santo Padre em A Alegria do Evangelho: “A homilia pode ser, realmente, uma experiência intensa e feliz do Espírito, um consolador encontro com a Palavra, uma fonte constante de renovação e crescimento. (…) O desafio de uma síntese inculturada consiste em transmitir a síntese da mensagem evangélica, e não ideias ou valores soltos. Onde está a tua síntese, ali está o teu coração”.
Foi agradável e bom participar nesta Eucaristia. E interroguei-me: no Dia Mundial das Comunicações Sociais, quantos cristãos da Igreja do Porto terão ouvido falar do jornal diocesano?

(20-5-2015)