O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, maio 27, 2015

NASCEU PEQUENINA...


No dia “Europeu da Solidariedade e Cooperação entre Gerações”, o Presidente da República agraciou a Obra Diocesana de Promoção Social com o título de Membro Honorário da Ordem de Mérito.
Que Obra é esta que, anualmente, serve 215 mil pequenos-almoços, 580 mil almoços, 505 mil lanches, 125 mil suplementos; trata 650 toneladas de roupa e cuja frota percorre 485 mil Kms? Que além dos centros sociais em doze bairros camarários e seus “serviços centrais”, possui um armazém para acondicionamento de géneros alimentícios e outros; uma lavandaria, que trata e cuida de toda a roupa dos utentes e uma central de costura? Que, para além dos muitos voluntários incluindo os órgãos diretivos, é servida, atualmente, por 389 colaboradores?
Que, no ano passado, celebrou as “bodas de ouro” da sua criação?
E vem-me à mente a imagem do grão de mostrada de que fala o Evangelho de S. Mateus (13,31).
Assim foi a “Obra dos Bairros”, em 1964, gerada no coração de D. Florentino de Andrade e Silva, Administrador Apostólico da Diocese do Porto, durante o exílio de D. António Ferreira Gomes, apoiada pelo humanismo cristão do Dr. Nuno Pinheiro Torres, presidente da Câmara do Porto e animada pela dedicação e saber de D. Julieta Cardoso, diretora do Instituto de Serviço Social do Porto que foi sede inicial da Obra. D. António apadrinhou-a e deu-lhe maior projeção convidando Francisco Sá Carneiro, então líder da famosa “Ala Liberal”da Assembleia Nacional, e Fernando Távora, já um arquiteto de renome e diretor da Escola de Belas Artes do Porto. Os anos foram passando e a Obra foi crescendo com a dedicação abnegada dos seus funcionários. Não sendo possível a todos nomear, quero a todos envolver no nome da assistente social Maria Augusta Negreiros, a primeira trabalhadora contratada pela Obra e sua primeira assistente coordenadora.
Também os voluntários deram grande contributo para este engrandecimento. Porque impossível referir os seus nomes, limito-me àqueles que foram presidentes da direção, após o reconhecimento oficial da Obra em 1967: Victor Capucho (1967 -1971) , Maria Elisa Acciaiuoli Barbosa (1971 -1982), Paulo Cunha (1982-1998), Bernardino Chamusca (1998- 2004), Américo Ribeiro (a partir de 2004). E não pode ser ignorado o apoio dos Prelados da Diocese que sempre a acarinharam e seus assistentes eclesiásticos, nomeadamente Frei Bernardo Domingues e P. Lino Maia.
Porque nasceu para promover o desenvolvimento integral do homem como agente da sua própria história, a Obra não seria possível se, desde a primeira hora, não tivesse contado com o empenho dos moradores dos bairros.
Com seus colaboradores, a Obra Diocesana honra a Igreja, serve a cidade e bem merece o título que lhe foi atribuído. Com ela me congratulo e por ela dou graças a Deus.

( 27/5/2015)