O Porto na literatura
Aquando
da eleição do Porto como “melhor destino europeu”, o JN escreveu: Mais que uma marca que se solidifica, o
Porto é algo que marca quem o toca e por ele é tocado. Já o haviam
reconhecido muitos dos nossos escritores. Apenas alguns:
Luís
de Camões – Lá na leal cidade donde teve / Origem (como é fama) o nome
eterno / De Portugal, armar madeiro leve / Manda o que tem o leme do governo.
Almeida Garrett - Se na nossa cidade há muito quem troque o b por v, há pouco quem troque
a liberdade pela escravidão.
Camilo Castelo Branco - Velha burguesa, mãe de Portugal que ela criou, vestiu de ferro, e fez
nação, robusta e destemida, entre os seus braços e sobre a amurada das suas
naves.
Miguel
Torga -Se Garrett pôde nascer do calor do
seu coração, se António Nobre pôde morar em paz dentro das suas portas, e se
mesmo numa das suas cadeias pôde ser escrito o Amor de Perdição, que demónio é
preciso mais para honrar os pergaminhos de alguém?
Jaime
Cortesão - Graças ao Porto, o povo teve
coluna vertebral.
José
Gomes Ferreira - Cidade de luz de
granito/ Tristeza de luz viril/com punhos de grito.
Jorge
de Sena - Para a minha alma eu queria uma
torre como esta/ assim alta,/ assim de névoa acompanhando o rio.
Vitorino
Nemésio -Uma ida ao Porto é sempre uma
lição de portuguesismo. É indispensável – claro – um mínimo de contacto
reiterado com esse lar da nação para nele vermos algumas das significações
latentes que enriquecem a nossa consciência.
João
Chagas - O Porto é uma família. Quando
algum mal o acomete, todos sentem com a mesma intensidade; quando desejam
alguma coisa, todos a desejam ao mesmo tempo.
José
Saramago - Afinal, o Porto, para
verdadeiramente honrar o nome que tem, é, primeiro que tudo, este largo regaço
aberto para o rio, mas que só do rio se vê, ou então, por estreitas bocas
fechadas por muretes, pode o viajante debruçar-se para o ar livre e ter a
ilusão de que todo o Porto é a Ribeira.
Sophia
de Mello Breyner - O Porto é o lugar onde
para mim começam as maravilhas e todas as angústias.
Agustina
Bessa-Luís - Toda a cidade, com as
agulhas dos seus templos, as torres cinzentas, os pátios e os muros em que se
cavam escadas, varandas com os seus restos de tapetes de quarto dependurados e
o estripado dos seus interiores ao sol fresco, tem toda ela uma forma, uma alma
de muralha.
É
esta a “cidade dos afetos” que sorri a quem o visita. É este o povo de coração
bom, generoso e leal de que fala Alexandre Herculano. Esta é a "Cidade da Virgem" que se honra de
ser a"Antiga, mui nobre e sempre leal e invicta Cidade do Porto”.
É
este o “Porto Sentido” de Carlos Tê, “cascata
sanjoanina/erigida sobre um monte/no meio da neblina/por ruelas e calçadas/da
Ribeira até à Foz” que Rui Veloso tão bem canta…
(26/3/14)
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