O Tanoeiro da Ribeira

terça-feira, novembro 26, 2013

Coro Gregoriano do Porto no Santuário da Senhora do Naso


 

 
Nos dias 16 e 17 de novembro, o Coro Gregoriano do Porto, a convite da Confraria de Nossa Senhora do Naso, da freguesia da Póvoa em Miranda do Douro, participou no festival “MUSICA NE L SAGRADO” que, no dizer de Sérgio João, um dos seus organizadores, visava “a dinamização da cultura do sagrado”. A mostra de gregoriano que o Coro do Porto levou às terras nordestinas procurou realçar o papel desse canto na cultura europeia e no culto da Igreja. Por isso, a sua atuação desdobrou-se em dois momentos: no sábado à tarde, um concerto, às 16 horas; no domingo de manhã, a Eucaristia, às 9 horas. Foram momentos de beleza e oração. O santuário encheu-se de cristãos que, em total recolhimento, reviveram a espiritualidade e a paz dos tempos antigos e rezaram pelos antepassados que, como eles, oraram naquele santuário da “Rainha dos Mirandeses”. E o Coro experienciou o que, ainda hoje, se conserva do comunitarismo das terras de Miranda. A partilha de emoção estética e religiosa e o calor do acolhimento fizeram esquecer a onda de frio que assolava o planalto mirandês. Foi uma vivência que perdurará na memória dos seus participantes.



PROGRAMA

ENTRADA

Veni Creator Spiritus  (Vem, Espírito Criador, visita a mente dos teus fiéis)

I – TEMPOS LITÚRGICOS

ADVENTO

Rorate caeli (Derramai, ò Céus, lá do alto, o vosso orvalho, as nuvens mandem-nos o Justo)

NATAL

Puer natus ( Um Menino nos nasceu e um Filho nos foi dado)

QUARESMA

Atende Domine  (Escutai-nos, Senhor, e tende misericórdia)

 

POEMA A NOSSA SENHORA - JOSÉ RÉGIO

 

PÁSCOA 

Et valde mane (No primeiro dia da semana, muito cedo, foram ao túmulo)

 

II – CÂNTICOS AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Ave Verum  (Ave, ó verdadeiro Corpo do Senhor)

Pange Lingua (Cantai, ó povos, este admirável mistério)

 

POEMA A NOSSA SENHORA - ANTÓNIO NOBRE

 

III – CÂNTICOS A NOSSA SENHORA

Stabat Mater (Estava a Mãe dolorosa junto da cruz, bem chorosa)

Ave Maria  (Avé Maria, cheia de graça)

Salve Mater Misericordiae (Salve Mãe de misericórdia, Mãe de Deus )

 

 

 
 

CORO GREGORIANO DO PORTO

      Nasceu no dia 3 de Dezembro de 1995 (1.º Domingo do Advento), fruto do encontro de antigos alunos dos seminários do Porto. Se o “Veni Creator”, cantado no mosteiro de Arouca, foi o seu motete inspirador, o “Rorate caeli”, na igreja da Lapa no Porto, foi o seu cântico fundador.      

      Atualmente, sob a orientação do diácono Dr. Joaquim Freitas Soares, por falecimento do seu maestro e fundador, Dr. Belarmino Soares, participa regularmente nas celebrações litúrgicas na Igreja da Trindade, Porto.

      Formado por professores, bancários, jornalistas, comerciantes, num total de 21 elementos, dedica-se exclusivamente à interpretação do Canto Gregoriano.

      Realizou concertos em muitas localidades do País, desde Melgaço a Lisboa, por convite das Universidades do Porto, Vila Real e de Coimbra, de Autarquias Locais, Museus, Associações, Paróquias e outras instituições de índole cultural e religiosa. Realizou um concerto na Assembleia da República e, por duas vezes, cantou a “Missa do Peregrino” na Catedral de Santiago de Compostela. No dia 9 de maio do ano passado, cantou o “Salve Mater Misericordiae, na audiência papal na Praça de S. Pedro em Roma. Gravou para a TSF e atuou na RTP1.    Está representado na coletânea “Os Melhores Coros Amadores da Região – Porto”. Gravou quatro CDs: em 2000, “Rorate” (esgotado); em 2004, “Gaudete”; em 2008, “ Ecce Mater Tua” e em 2011 “Cantate Domino”.


      A sua veste coral é um apelo à interculturalidade: o modelo, alba-cogula beneditina, simboliza a cultura europeia; a cor, parecida com a dos monges tibetanos, lembra as culturas não-ocidentais.

 

 
APRESENTAÇÃO DO CONCERTO

                O homem é o ser das lonjuras e da transcendência a quem a imanência do quotidiano não esgota a fome de viver. A arte é uma manifestação deste movimento que nos transporta para uma realidade nova.          O caráter heterocósmico da arte exprime-se, de um modo muito especial, na música. Anselmo Borges, professor na Universidade de Coimbra, diz: “ao mergulhar numa melodia, esquecemo-nos de nós e, no entanto, é lá que somos verdadeiramente nós: é de tal modo exaltante que o tempo também fica anulado e era ali que quereríamos ficar para sempre. A música é a experiência viva do meta-físico”. Há eternidade em cada instante…         A música gregoriana, cuja origem remonta aos primórdios do cristianismo, remete-nos para a semipenumbra das catedrais românicas e para o silêncio dos claustros medievais.

                        Este concerto procura fazer-nos reviver a música que, ao longo dos séculos, se cantou, neste Santuário de Nossa Senhora do Naso, no dia da sua festa maior. Queremos também fazer-nos contemporâneos de todos aqueles que aqui rezaram e louvaram a Virgem Nossa Senhora e Mãe.

           
 Durante os próximos minutos, esqueçam as preocupações da vida quotidiana, deixem-se envolver pela “mágica espiritualidade” do canto gregoriano. Soltem as asas da imaginação. Sintam-se companheiros de todos aqueles que, ao longo dos tempos, sentiram a doçura deste canto. Para não quebrar a paz e serenidade do momento, agradecemos que não batam palmas no final de cada cântico. Se palmas merecermos, no final do concerto, as receberemos com muito carinho. Obrigado