O Tanoeiro da Ribeira

quinta-feira, abril 25, 2013

Ecos da Semana Social - Porto 2012

O tempo passa e, na sua voragem, esbate factos e ideias cuja memória importa reavivar. Está neste caso a “Semana Social – Porto 2012” a que o Jornal Notícias deu grande relevo. Dele, respiguei alguns pensamentos de que, agora, faço eco. “O Estado social só se garantirá no futuro, internacionalmente também, se as sociedades forem de facto muito mais solidárias”.”Nestes tempos difíceis é preciso pensar e abrir rasgões de luz e esperança a tanta gente sofrida ou ameaçada no que mais importa à sua existência e dos seus”. - D. Manuel Clemente - “O povo português merece e precisa de mais”. ”Os dramas são mais que muitos e as soluções não as podemos colocar no acumular de impostos e restrições salariais”. - D. Jorge Ortiga, responsável máximo pela Pastoral Social - “As raízes da crise financeira e económica que temos está no agravamento das desigualdades”. ”Ninguém pode ficar preservado dos direitos fundamentais e da dignidade”. “Os défices do Estado não podem ser imputados aos gastos sociais”. - Guilherme d’Oliveira Martins, coordenador das Semanas Sociais - “Se o Estado não servir para promover uma melhor justiça social e um futuro melhor e mais harmonioso para todos, não serve para nada”. O desafio da crise é substituir austeridade por sobriedade”. - P. Lino Maia, presidente da CNIS - “A origem da pobreza está nas desigualdades sociais. As medidas de austeridade provocam um país desigual”. - Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Nacional - “A vida dos pobres é demasiado séria para andarmos às experiências e teimosias”. “A sociedade está marcada por individualismos e egoísmos”. - Alfredo Bruto da Costa, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz “Passar da vida de consumo para uma vida que não desiste de se consumar”. “Os modelos de vida adotados até aqui não são caminho único para a felicidade”. - P. Tolentino de Mendonça “Não é altura de enterrar o talento, mas de fazer apostas. Não se pode ignorar a redescoberta da espiritualidade”. - Filipe Pinto, dos Leigos para o Desenvolvimento Foi bom este descer à terra. É que a missão profética da Igreja não se esgota no anúncio dos grandes princípios da Justiça Social mas exige a denúncia dos casos concretos que infernizam a vida das pessoas e das sociedades. E nós? É importante denunciar os erros mas importa também que todos assumam as suas próprias responsabilidades. O Santo Padre escreveu “A solidariedade consiste primariamente em que todos se sintam responsáveis por todos e, por conseguinte, não pode ser delegada só no Estado”. Não basta exigir que o Estado cumpra o seu dever. É preciso que cada um ajude a construir a sociedade solidária, porque, como disse D. Manuel Clemente, “antes do Estado social está a sociedade social que o precede, alimenta e extravasa”.