A vida humana é sagrada
Foi no dia 23 de Fevereiro. A televisão deu e eu vi uma mulher a sair do tribunal, esmagada pela dor. Nos seus olhos não havia violência mas desilusão. Era um rosto perdido no vazio. Esperava que lhe dissessem o que aconteceu ao seu”menino”. E ninguém lhe disse. Em contraposição, vi gente, carregada de ódio, a insultar o réu que o tribunal acabava de absolver. E havia mesmo quem defendeu-se o uso da tortura para o obrigar a falar e, até, a pena de morte. O que me fez lembrar tempos medievais com a multidão, à volta da forca, a vociferar contra os desgraçados que estavam no patíbulo da morte. Numa espécie de catarse coletiva para frustrações individuais. A correção fraterna de que Jesus fala é coisa bem diferente…
Fiquei perplexo.
Não é Portugal um “Estado de Direito”? O réu não se considera inocente enquanto não for condenado pelo tribunal? Não diz a nossa Constituição que “ a todos são reconhecidos os direitos ao bom nome e reputação”? Não somos discípulos d’Aquele que disse “não julgueis para não serdes julgados”, e, na cruz, pediu “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”? Não ordena o 5º Mandamento da Lei de Deus”Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo”)? Não fomos nós, portugueses, os primeiros, já lá vão 160 anos, a abolir a pena de morte? Não recebemos, então, os louvores do Mundo civilizado, como o grande escritor francês Vitor Hugo?
“ Não; não há povos pequenos. Há pequenos homens, ai de nós! E algumas vezes são esses os que conduzem os grandes povos. Eu amo e glorifico o vosso belo e querido Portugal. Ele é livre; portanto, é grande. Portugal acaba de abolir a pena de morte. Consumar esse progresso é dar o grande passo da civilização. De hoje em diante, Portugal está à frente da Europa. Vós não haveis cessado de ser, portugueses, navegadores intrépidos. Avante outrora no Oceano, hoje na verdade. Proclamar princípios é mais belo ainda que descobrir mundos. Clamo: Glória a Portugal”.
Não temos nós, na Baixa do Porto, uma rua com o nome do portuense Sampaio Bruno para quem a pena de morte é “imoral, improfícua, injusta e perigosa”? Como diz Manuel Gama, “Quanto à pena de morte, Sampaio Bruno expressa, com traço indelével, a sua luta e oposição. “ A vida humana é inviolável e sagrada”. Daí o orgulho que sentia em que Portugal se encontrasse na senda do progresso moral, pela iniciativa, em 1867, da abolição da pena de morte”. E nós?
As multidões reagem com espírito de bando. Tanto assumem a pacatez do rebanho, como a violência da matilha ou a ferocidade da alcateia. Depende de quem as conduz… Ninguém pode ser condenado na praça pública. As polícias investigam. Os tribunais julgam; a comunicação social informa e também investiga mas não lhe compete julgar...
Fiquei perplexo.
Não é Portugal um “Estado de Direito”? O réu não se considera inocente enquanto não for condenado pelo tribunal? Não diz a nossa Constituição que “ a todos são reconhecidos os direitos ao bom nome e reputação”? Não somos discípulos d’Aquele que disse “não julgueis para não serdes julgados”, e, na cruz, pediu “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”? Não ordena o 5º Mandamento da Lei de Deus”Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo”)? Não fomos nós, portugueses, os primeiros, já lá vão 160 anos, a abolir a pena de morte? Não recebemos, então, os louvores do Mundo civilizado, como o grande escritor francês Vitor Hugo?
“ Não; não há povos pequenos. Há pequenos homens, ai de nós! E algumas vezes são esses os que conduzem os grandes povos. Eu amo e glorifico o vosso belo e querido Portugal. Ele é livre; portanto, é grande. Portugal acaba de abolir a pena de morte. Consumar esse progresso é dar o grande passo da civilização. De hoje em diante, Portugal está à frente da Europa. Vós não haveis cessado de ser, portugueses, navegadores intrépidos. Avante outrora no Oceano, hoje na verdade. Proclamar princípios é mais belo ainda que descobrir mundos. Clamo: Glória a Portugal”.
Não temos nós, na Baixa do Porto, uma rua com o nome do portuense Sampaio Bruno para quem a pena de morte é “imoral, improfícua, injusta e perigosa”? Como diz Manuel Gama, “Quanto à pena de morte, Sampaio Bruno expressa, com traço indelével, a sua luta e oposição. “ A vida humana é inviolável e sagrada”. Daí o orgulho que sentia em que Portugal se encontrasse na senda do progresso moral, pela iniciativa, em 1867, da abolição da pena de morte”. E nós?
As multidões reagem com espírito de bando. Tanto assumem a pacatez do rebanho, como a violência da matilha ou a ferocidade da alcateia. Depende de quem as conduz… Ninguém pode ser condenado na praça pública. As polícias investigam. Os tribunais julgam; a comunicação social informa e também investiga mas não lhe compete julgar...
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