FREI BARTOLOMEU DOS MÁRTIRES - "O ARCEBISPO SANTO"
ENTREVISTA HISTÓRICA
No âmbito das comemorações dos 750 anos do Foral concedido por D. Afonso III a Viana do Castelo, o Centro Dramático de Viana, a convite da Câmara Municipal e com o apoio do Coro Gregoriano do Porto, realizou, no dia 12 de Fevereiro, uma “entrevista histórica” a Frei Bartolomeu dos Mártires, na igreja de S. Domingos, onde se encontra o seu túmulo. “ Os meus últimos anos de vida terrena foram vividos no convento de São Domingos na Vila de Viana da Foz do Lima.” Os participantes, e eram muitos apesar da noite fria, mergulharam na intimidade de um grande português, figura cimeira da Igreja portuguesa que soube conciliar a sua alta dignidade eclesiástica com a humildade de um santo que se fez próximo de todos os que sofriam.
A sua vida

Esta pequena hagiografia baseia-se, fundamentalmente, no texto da “entrevista histórica”, da autoria de Castro Guedes, com transcrição de alguns excertos.
Nasceu, em Lisboa, em 1514, na Paróquia de Nossa Senhora dos Mártires, onde foi baptizado com o nome de Bartolomeu Fernandes do Vale. Por devoção e honra à padroeira da sua igreja, trocou o Vale do avô paterno pelos Mártires de Nossa Senhora.
Entrou na Ordem Dominicana em 1528. Terminados os estudos em 1538, dedicou-se ao ensino no Convento de São Domingos, em Lisboa, onde teve por alunos Dom António Prior do Crato e o cronista Diogo Couto
Arcebispo de Braga
Em 1558 foi eleito Arcebispo de Braga, o cargo eclesiástico mais honroso no Portugal de então. A sua humildade não foi afectada. “Eu fui sobretudo frade da Ordem Dominicana dos Pregadores.” Do seu múnus episcopal recorda “ com ternura e saudade o encontro com as gentes simples das terras do Barroso, de Trás-os-Montes e de todo este Alto Minho. Maior riqueza que as criaturas de Deus não há… Os meus esforços sempre foram em direcção às pessoas mais humildes.”
Na peste que grassou em 1569, abriu, à sua custa, um hospital nos arrabaldes de Braga para acolher os doentes, que ele próprio ia visitar e curar. Protegeu os pobres, os estudantes necessitados, os órfãos e as viúvas desamparadas. Também, foi grande a sua preocupação com a formação do clero, o ensino e a moralização dos costumes. “ Foi por isso que fiz traduzir, para uso do clero, a “Suma dos Casos” da autoria do Cardeal Caetano e eu mesmo me apressei a escrever o “Catecismo da Doutrina Cristã” e um livro de “Práticas Espirituais”. Reorganizou o Colégio de São Paulo, entregando-o aos Jesuítas, para a instrução da juventude. Na sequência do Concílio, criou o Seminário Conciliar de Braga, em 1571.
No Concílio de Trento (1562-1563)
“ Se alguma coisa fiz no Concílio de Trento foi procurar para ele contribuir o mais humildemente possível… Com a minha visão, já então, da absoluta necessidade de um regresso à humildade, justamente… Ainda me recordo: foram 268 petições naquele turbilhão de pedidos de reformas para isto e para aquilo! Ele eram reformas para os fiéis, reformas para o clero regular, reformas para o clero secular, reformas para os bispos!... a certa altura, recordo-me bem, impacientei-me e disse-lhes: “ Também os eminentíssimos cardeais necessitam de uma eminentíssima reforma!…” Em1564, para pôr em prática as resoluções conciliares, convocou o Sínodo Diocesano e o Concílio Provincial com todas as dioceses sufragâneas de Braga, a nossa incluída. Foi o primeiro bispo da Cristandade a executar os decretos tridentinos.
“ Pai dos pobres e dos enfermos”
Morreu em 1590, com fama de santidade. Já durante a vida, o povo lhe chamava “Arcebispo Santo, Pai dos pobres e dos enfermos”. Os Vianenses tiveram de guardar o seu corpo, com armas na mão, para não ser furtado pelos Bracarenses. O seu processo de beatificação só foi introduzido em 1702. Em 1842, foi declarado venerável. No dia 4 de Novembro de 2001, o Papa João Paulo II concedeu-lhe a beatificação.
Uma visita

Se não for ousadia da minha parte, amigo leitor, gostaria de lhe sugerir uma visita a Viana para fazer uma oração junto do túmulo do “santo”. Aproveite para admirar a fachada da igreja, construída entre 1566 e 1576, por iniciativa de Frei Bartolomeu dos Mártires. No seu interior, vale a pena apreciar o Altar-mor e as capelas de: Nª.Sª dos Mares, Sagrado Coração de Jesus, Nª Sª de Monserrate e de Nª Sª do Rosário. No largo fronteiro à igreja, contemple o conjunto escultórico que retrata a chegada de Frei Bartolomeu a Viana do Castelo, inaugurado no 7º aniversário da sua beatificação.
No âmbito das comemorações dos 750 anos do Foral concedido por D. Afonso III a Viana do Castelo, o Centro Dramático de Viana, a convite da Câmara Municipal e com o apoio do Coro Gregoriano do Porto, realizou, no dia 12 de Fevereiro, uma “entrevista histórica” a Frei Bartolomeu dos Mártires, na igreja de S. Domingos, onde se encontra o seu túmulo. “ Os meus últimos anos de vida terrena foram vividos no convento de São Domingos na Vila de Viana da Foz do Lima.” Os participantes, e eram muitos apesar da noite fria, mergulharam na intimidade de um grande português, figura cimeira da Igreja portuguesa que soube conciliar a sua alta dignidade eclesiástica com a humildade de um santo que se fez próximo de todos os que sofriam.
A sua vida

Esta pequena hagiografia baseia-se, fundamentalmente, no texto da “entrevista histórica”, da autoria de Castro Guedes, com transcrição de alguns excertos.
Nasceu, em Lisboa, em 1514, na Paróquia de Nossa Senhora dos Mártires, onde foi baptizado com o nome de Bartolomeu Fernandes do Vale. Por devoção e honra à padroeira da sua igreja, trocou o Vale do avô paterno pelos Mártires de Nossa Senhora.
Entrou na Ordem Dominicana em 1528. Terminados os estudos em 1538, dedicou-se ao ensino no Convento de São Domingos, em Lisboa, onde teve por alunos Dom António Prior do Crato e o cronista Diogo Couto
Arcebispo de Braga
Em 1558 foi eleito Arcebispo de Braga, o cargo eclesiástico mais honroso no Portugal de então. A sua humildade não foi afectada. “Eu fui sobretudo frade da Ordem Dominicana dos Pregadores.” Do seu múnus episcopal recorda “ com ternura e saudade o encontro com as gentes simples das terras do Barroso, de Trás-os-Montes e de todo este Alto Minho. Maior riqueza que as criaturas de Deus não há… Os meus esforços sempre foram em direcção às pessoas mais humildes.”
Na peste que grassou em 1569, abriu, à sua custa, um hospital nos arrabaldes de Braga para acolher os doentes, que ele próprio ia visitar e curar. Protegeu os pobres, os estudantes necessitados, os órfãos e as viúvas desamparadas. Também, foi grande a sua preocupação com a formação do clero, o ensino e a moralização dos costumes. “ Foi por isso que fiz traduzir, para uso do clero, a “Suma dos Casos” da autoria do Cardeal Caetano e eu mesmo me apressei a escrever o “Catecismo da Doutrina Cristã” e um livro de “Práticas Espirituais”. Reorganizou o Colégio de São Paulo, entregando-o aos Jesuítas, para a instrução da juventude. Na sequência do Concílio, criou o Seminário Conciliar de Braga, em 1571.
No Concílio de Trento (1562-1563)
“ Se alguma coisa fiz no Concílio de Trento foi procurar para ele contribuir o mais humildemente possível… Com a minha visão, já então, da absoluta necessidade de um regresso à humildade, justamente… Ainda me recordo: foram 268 petições naquele turbilhão de pedidos de reformas para isto e para aquilo! Ele eram reformas para os fiéis, reformas para o clero regular, reformas para o clero secular, reformas para os bispos!... a certa altura, recordo-me bem, impacientei-me e disse-lhes: “ Também os eminentíssimos cardeais necessitam de uma eminentíssima reforma!…” Em1564, para pôr em prática as resoluções conciliares, convocou o Sínodo Diocesano e o Concílio Provincial com todas as dioceses sufragâneas de Braga, a nossa incluída. Foi o primeiro bispo da Cristandade a executar os decretos tridentinos.
“ Pai dos pobres e dos enfermos”
Morreu em 1590, com fama de santidade. Já durante a vida, o povo lhe chamava “Arcebispo Santo, Pai dos pobres e dos enfermos”. Os Vianenses tiveram de guardar o seu corpo, com armas na mão, para não ser furtado pelos Bracarenses. O seu processo de beatificação só foi introduzido em 1702. Em 1842, foi declarado venerável. No dia 4 de Novembro de 2001, o Papa João Paulo II concedeu-lhe a beatificação.
Uma visita

Se não for ousadia da minha parte, amigo leitor, gostaria de lhe sugerir uma visita a Viana para fazer uma oração junto do túmulo do “santo”. Aproveite para admirar a fachada da igreja, construída entre 1566 e 1576, por iniciativa de Frei Bartolomeu dos Mártires. No seu interior, vale a pena apreciar o Altar-mor e as capelas de: Nª.Sª dos Mares, Sagrado Coração de Jesus, Nª Sª de Monserrate e de Nª Sª do Rosário. No largo fronteiro à igreja, contemple o conjunto escultórico que retrata a chegada de Frei Bartolomeu a Viana do Castelo, inaugurado no 7º aniversário da sua beatificação.
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