D. António Taipa e a Obra Diocesana de Promoção Social
“Ceia de Reis” e D. António Taipa
A “Ceia de Reis” da Obra Diocesana, no dia 10 de Janeiro, foi pontilhada por momentos de intensa vivência fraterna, desde a ternura dos momentos musicais até ao carinho das palavras de D. Manuel Clemente, passando pelos espaços de gratidão e reconhecimento. Porém, esta fraternidade atingiu o seu auge quando, por convite do Presidente do Conselho de Administração, todos os convivas, de pé, fizeram um minuto de oração silenciosa, irmanando-se no sofrimento do nosso Bispo Auxiliar, D. António Taipa, que, a essa hora, rezava na igreja de Freamunde, junto ao féretro da mãe, falecida nesse dia. O que talvez poucos soubessem é que esse gesto era também um acto de gratidão a quem, desde o início, identificou com a Obra Diocesana. Eu conto.
O primeiro trabalho de campo da “Obra dos Bairros”, com início na Páscoa de 1964, teve lugar no Bairro do Cerco do Porto.
De entre as muitas equipas de trabalho que nasceram nas reuniões efectuadas com os chefes de família do bairro, apenas uma era de cariz iminentemente religioso: a Comissão da “Missa e Catequese”. Enquanto as comissões de carácter social (“Centro de Convívio”, “Salas de Estudo”, “Posto de Enfermagem”, “Fundo de Auxílio Mútuo”, “Marco de Correio e Telefone”, “Mercado”, “Higiene e Limpeza”, “Transportes”) eram apoiadas pela assistente social Maria Augusta Negreiros, a “Missa e Catequese” dependia directamente do Pe. João, sacerdote responsável pela Obra. Esta Comissão, liderada pelos senhores Alexandre e Guilherme e apoiada por José Moura, dos Cursos de Cristandade, preparou a celebração da Missa Campal, no largo fronteiro ao bloco 19, no dia 15 de Agosto de 1964, que foi presidida por D. Florentino de Andrade e Silva, o fundador da Obra, com a presença do Presidente da Câmara Municipal do Porto, Dr. Nuno Pinheiro Torres, que, com o seu apoio pessoal e institucional, desempenhou um papel decisivo na criação da Obra Diocesana de Promoção Social.
A partir dessa data, nunca mais deixou de haver missa dominical no bairro. Como não havia local de culto, passou a ser celebrada no átrio da escola primária, cedida ao domingo para esse efeito, pelo Director Escolar do Porto.
Era reconfortante para um jovem sacerdote ver como, todos os domingos, os cristãos se afadigavam em montar e desmontar altar, em dispor e guardar as alfaias litúrgicas, em preparar acólitos, leitores e cantores, em arrumar e limpar todo o espaço de modo que, na segunda-feira, tudo estivesse limpo e asseado para as crianças. E isto aconteceu ao longo de mais de dois anos.
António Taipa e o Bairro do Cerco do Porto
A partir de Novembro desse ano, um aluno do Seminário Maior do Porto, ofereceu-se para colaborar com o sacerdote da Obra nas manhãs de domingo. Para além de participar na preparação e dinamização da Missa, no final, dava um curso de formação religiosa a jovens e adultos. Esse aluno brilhante, do melhor que o Seminário possuía, que todos os domingos se deslocava ao bairro, pondo o saber e entusiasmo apostólico ao serviço da Obra, chamava-se António Maria Bessa Taipa. De tal modo foi acolhido que, quando foi ordenado diácono, aquele núcleo de cristãos, a semente da futura paróquia de Nossa Senhora do Calvário, encheu a Sé Catedral, festejando a sua ordenação como se de um vizinho se tratasse. Na Missa do domingo seguinte, todos os comungantes quiseram ter o privilégio de receber Cristo das suas mãos jovens que tremiam de emoção. Foi uma festa!...
Esta comunhão de sentimentos foi ainda mais longe. Quando, no dia 15 de Agosto de 1966, foi ordenado Presbítero, a Comunidade do Cerco apresentou-se em peso na Sé para participar na ordenação sacerdotal de alguém a quem queria como pessoa da família. Num gesto de amizade e gratidão, o novo sacerdote convidou vários jovens para partilharem do almoço da sua “Missa Nova”, pedindo desculpa por não poder convidar toda a gente…Mais ainda, como sinal da sua estima pela Obra Diocesana, escolheu para pregar nessa “Primeira Missa”, em Freamunde, não um pregador afamado, mas sim o jovem sacerdote responsável pela Obra Diocesana com quem trabalhara no bairro do Cerco do Porto.
Em síntese, atrevo-me a dizer que a escola/capela do bairro do Cerco, o primeiro local de cultura e de culto da “Obra dos Bairros”, terá sido a primeira “cátedra” onde o futuro Professor Catedrático deu as suas primeiras lições de Teologia, assim como a primeira “catedral” onde o futuro Bispo, pela primeira vez, proclamou a Palavra e distribuiu a Sagrada Comunhão.
A “Ceia de Reis” da Obra Diocesana, no dia 10 de Janeiro, foi pontilhada por momentos de intensa vivência fraterna, desde a ternura dos momentos musicais até ao carinho das palavras de D. Manuel Clemente, passando pelos espaços de gratidão e reconhecimento. Porém, esta fraternidade atingiu o seu auge quando, por convite do Presidente do Conselho de Administração, todos os convivas, de pé, fizeram um minuto de oração silenciosa, irmanando-se no sofrimento do nosso Bispo Auxiliar, D. António Taipa, que, a essa hora, rezava na igreja de Freamunde, junto ao féretro da mãe, falecida nesse dia. O que talvez poucos soubessem é que esse gesto era também um acto de gratidão a quem, desde o início, identificou com a Obra Diocesana. Eu conto.
O primeiro trabalho de campo da “Obra dos Bairros”, com início na Páscoa de 1964, teve lugar no Bairro do Cerco do Porto.
De entre as muitas equipas de trabalho que nasceram nas reuniões efectuadas com os chefes de família do bairro, apenas uma era de cariz iminentemente religioso: a Comissão da “Missa e Catequese”. Enquanto as comissões de carácter social (“Centro de Convívio”, “Salas de Estudo”, “Posto de Enfermagem”, “Fundo de Auxílio Mútuo”, “Marco de Correio e Telefone”, “Mercado”, “Higiene e Limpeza”, “Transportes”) eram apoiadas pela assistente social Maria Augusta Negreiros, a “Missa e Catequese” dependia directamente do Pe. João, sacerdote responsável pela Obra. Esta Comissão, liderada pelos senhores Alexandre e Guilherme e apoiada por José Moura, dos Cursos de Cristandade, preparou a celebração da Missa Campal, no largo fronteiro ao bloco 19, no dia 15 de Agosto de 1964, que foi presidida por D. Florentino de Andrade e Silva, o fundador da Obra, com a presença do Presidente da Câmara Municipal do Porto, Dr. Nuno Pinheiro Torres, que, com o seu apoio pessoal e institucional, desempenhou um papel decisivo na criação da Obra Diocesana de Promoção Social.
A partir dessa data, nunca mais deixou de haver missa dominical no bairro. Como não havia local de culto, passou a ser celebrada no átrio da escola primária, cedida ao domingo para esse efeito, pelo Director Escolar do Porto.
Era reconfortante para um jovem sacerdote ver como, todos os domingos, os cristãos se afadigavam em montar e desmontar altar, em dispor e guardar as alfaias litúrgicas, em preparar acólitos, leitores e cantores, em arrumar e limpar todo o espaço de modo que, na segunda-feira, tudo estivesse limpo e asseado para as crianças. E isto aconteceu ao longo de mais de dois anos.
António Taipa e o Bairro do Cerco do Porto
A partir de Novembro desse ano, um aluno do Seminário Maior do Porto, ofereceu-se para colaborar com o sacerdote da Obra nas manhãs de domingo. Para além de participar na preparação e dinamização da Missa, no final, dava um curso de formação religiosa a jovens e adultos. Esse aluno brilhante, do melhor que o Seminário possuía, que todos os domingos se deslocava ao bairro, pondo o saber e entusiasmo apostólico ao serviço da Obra, chamava-se António Maria Bessa Taipa. De tal modo foi acolhido que, quando foi ordenado diácono, aquele núcleo de cristãos, a semente da futura paróquia de Nossa Senhora do Calvário, encheu a Sé Catedral, festejando a sua ordenação como se de um vizinho se tratasse. Na Missa do domingo seguinte, todos os comungantes quiseram ter o privilégio de receber Cristo das suas mãos jovens que tremiam de emoção. Foi uma festa!...
Esta comunhão de sentimentos foi ainda mais longe. Quando, no dia 15 de Agosto de 1966, foi ordenado Presbítero, a Comunidade do Cerco apresentou-se em peso na Sé para participar na ordenação sacerdotal de alguém a quem queria como pessoa da família. Num gesto de amizade e gratidão, o novo sacerdote convidou vários jovens para partilharem do almoço da sua “Missa Nova”, pedindo desculpa por não poder convidar toda a gente…Mais ainda, como sinal da sua estima pela Obra Diocesana, escolheu para pregar nessa “Primeira Missa”, em Freamunde, não um pregador afamado, mas sim o jovem sacerdote responsável pela Obra Diocesana com quem trabalhara no bairro do Cerco do Porto.
Em síntese, atrevo-me a dizer que a escola/capela do bairro do Cerco, o primeiro local de cultura e de culto da “Obra dos Bairros”, terá sido a primeira “cátedra” onde o futuro Professor Catedrático deu as suas primeiras lições de Teologia, assim como a primeira “catedral” onde o futuro Bispo, pela primeira vez, proclamou a Palavra e distribuiu a Sagrada Comunhão.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home