"FRANCISCO CULPADO!"
“Personalidades da cultura e da política, unidas a
apoiar Papa Francisco – Na Capela do Rato, Alice
Vieira, Leonor Beleza, Vitorino, e outros, leram, ao longo de uma hora e meia,
textos do Pontífice”. (JN, 9/10/2018)
Este apoio fez-me evocar uma publicação da CN dos
Bispos Brasileiros, com o título que transcrevi.
“Querido Papa Francisco, é verdade, és culpado!
- Por seres um homem e não um anjo; porque tens a
humildade de aceitar que erras e de pedir perdão, por ti e por nós. Porque
abandonaste a tradição de morares em palácios e escolheste viver no meio das
pessoas.
- Porque deixaste de beijar os pés «perfumados» das
Eminências e beijas os pés «sujos» de condenados, mulheres, doentes, de outras
confissões religiosas, de «diferentes». Porque abriste as portas aos
«recasados» e porque, diante de temas dolorosos, respondes simplesmente «quem
sou eu para julgar!»
- Porque assumes a tua fragilidade, pedindo que
rezem por ti, quando muitos exigem que sejas dogmático, intolerante,
rubricista. Por tantos e tantos corações ditos «infiéis», «excomungados» e
«impuros» terem redescoberto o rosto belo de Cristo ternura e misericórdia;
porque «chamas as coisas pelos nomes» e não te retrais de lembrar aos bispos
que não sejam pastores de aeroporto, mas sim gente com «cheiro às ovelhas».
- Porque rasgaste as páginas da intolerância, dos
moralismos estéreis e impiedosos e nos ofereceste a beleza da compaixão, da
ternura e da frontalidade; porque nos abriste não tanto os olhos, a inteligência
e a razão, mas, sobretudo, o coração.
- Por quereres carregar a cruz da Igreja em vez de
desviares o olhar, seres indiferente às dores e às lágrimas das pessoas do
nosso tempo; porque não suportas os crimes hediondos feitos por aqueles que
falam de Deus, mas vivem contra Ele. Porque buscas a verdade e a justiça,
abraçadas pela misericórdia, em vez de silenciar, esconder, minimizar ou
ignorar.
- Porque deixaste de querer uma Igreja de
privilégios e mordomias, de glórias e poder mundanos e nos ensinas a força do
serviço, a riqueza do lava-pés e a grandiosidade da simplicidade.
Papa Francisco, deixa que te culpem destes «crimes».
Sabes que ao teu lado estão incontáveis mulheres e homens que, como tu, não são
anjos, mas frágeis, pecadores, esperando que Cristo olhe por nós e para nós.
Sabes que contigo está uma enorme «procissão» de corações que por ti rezam a
cada instante.
Foi Cristo quem te colocou ao leme desta “barca” que
é a Igreja. É Cristo quem te dará forças para prosseguires esse caminho de
«culpabilidade» que tanto bem tem feito ao mundo e à Igreja.
Querido Papa Francisco, obrigado por seres «culpado»
pela beleza da Igreja sonhada por Jesus.”
Quando, como disse o cardeal D. António Marto em
Fátima, o Papa é vítima dum ataque “ignóbil”, urge dar voz a quem não se
refugia no silêncio.
(31/10/2018)
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