O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, maio 02, 2018

CASA DOS GIRASSÓIS



Bonito nome. Nobre função. Auspicioso prenúncio…

D. Manuel Linda, depois de ter visitado, na 2ª feira, a “Casa Sacerdotal”, residência de padres e bispos fragilizados pela idade e pela doença, e, na terça, a Ala Pediátrica do Hospital de S. João onde esteve com crianças e seus familiares, terminou a primeira semana de Bispo do Porto na inauguração dum “ Centro de Dia”.
Foram três “sinais indicadores do seu bom carisma de pastor”, como escreveu Rui Osório no JN (22/4/2018).
A Associação Nun’Álvares de Campanhã – a mesma que acolheu D. António Francisco na primeira noite de Natal que passou na Diocese e ouviu palavras de louvor no seu último ato público em território diocesano (cf. VP, 22/11/2017) – pode reivindicar a honra de ter recebido D. Manuel Linda no seu primeiro, creio, ato público após a entrada na diocese. Aconteceu em 21 de abril, na inauguração, abrilhantada pelo Coro Paroquial de Campanhã, da “Casa dos Girassóis. E fê-lo na presença do vereador Fernando Paulo, em representação do Presidente da Câmara, de Manuel Pizarro, vereador que acompanhou Rui Moreira na cerimónia do lançamento da primeira pedra em dezembro de 2013, de Ernesto Santos, presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, de Paulo Morais que, quando vereador da Câmara do Porto, esteve na origem da doação do terreno onde o novo edifício foi construído, para além de outros convidados incluindo muitos dos futuros utentes do Centro agora inaugurado.
D. Manuel Linda, antes de proceder à bênção, elogiou esta Associação pelo bem que, ao longo de mais de 80 anos, tem prestado à comunidade, acentuando a sua vertente humana e cristã e dando relevo ao humanismo e à preocupação pelos mais débeis como imperativos evangélicos.
O presidente da direção, Albino Magalhães, depois de agradecer a presença de todos e dizer que esta Associação nasceu no seio da Igreja, afirmou que gostaria de citar Fernando Pessoa. Porém, não o fazia porque o sonho inicial – o “Lar de Idosos”- não se realizou por falta de apoios. Enalteceu o empenho do senhor Presidente da República, que não pôde estar presente, em favor dos “sem-abrigo”. Mas realçou que esses são gritos, bem fortes, que a sociedade não pode varrer para debaixo do tapete. Há, porém, muitos outros que, silenciados, vivem, em suas casas debaixo do tapete. Especialmente nesta zona da cidade que continua às escuras apesar de, como diz o seu pároco, Cónego Fernando Milheiro, “o sol quando nasce no Porto, passa em primeiro lugar em Campanhã”. Este, a seguir, acrescentou: São pessoas que nos olham como nossos pais nos olharam e esperam quem as ouça e lhes dê voz.
O vereador Fernando Paulo ouviu o apelo e, a encerrar, completou o poema de Pessoa: Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Assim o desejamos e esperamos…
(/5/2018)