TEMOS MÃE, TEMOS MARIA
Este foi o tema levado à cena na Associação Católica
do Porto, rua Passos Manuel, 54, no dia da “Anunciação do Senhor”.
O texto que enriquecia o cartaz-convite dizia: “A Anunciação do Senhor é, na Bíblia, um dos momentos raros
de diálogo entre o Céu e a Terra. O Anjo Gabriel vem da parte de Deus propor a
Maria que aceite ser Mãe do Messias prometido. Uma Mulher é chamada a responder
a Deus e diz “Sim”, colocando-se como serva do Senhor, enquanto José apresenta
as razões para outra resposta. Este conflito foi posto em teatro por Castro
Guedes. Trata-se do maior acontecimento da humanidade, a grande
"revolução": Deus veio
habitar na terra dos homens, fez-Se nosso irmão e foi uma mulher
quem acolheu esta proposta! A representação de Daniela Jesus e Miguel Branca
exprimem ”a luta” entre Maria e José, e o canto com harpa de João Carlos Soares
exprime o que Deus na Bíblia foi dizendo à humanidade.”
Foi uma assembleia, em comunhão, que assistiu ao desenrolar dos diversos quadros.
O primeiro – FÉ- começa por apresentar
José, um crente tranquilo, seguro da tradição do seu povo, que, ao ver a
inquietação de Maria, lhe pergunta: - “Que te traz agitada? Que procuras?”
Maria, uma crente, aberta a novas vivências a quem o futuro preocupa, confessa:
- “Sinto inquietação.” É um diálogo carregado de ternura que nos envolve numa
atmosfera quase mística, acentuada pela presença de Gabriel que, num primeiro
momento, dedilha a harpa “apenas com música, sonoridades e vocalizos sem formar
palavras.” Para num segundo momento, sobrepor palavras à música: “O impossível
se faz possível/Ao Senhor nada é impossível.” Maria perturba-se. José
preocupa-se e pergunta-lhe:-“Medo! Medo de quê? Somos fiéis à tradição. E
cumprimos com os dinheiros para o Templo…” Maria responde: - “Olhei a madrugada
e era bela, mas vi o pôr-do-sol e me assustei!”
No segundo – ESPERANÇA-
sobressai o diálogo de Maria com Gabriel que, em vez de palavras, dedilha a
harpa. O que leva Maria a perguntar: - “Que movimentos são esses que ondeiam no
ar produzindo uma melodia que desconheço, mas me é familiar?” – “É a Música
celeste que te fala”, responde o Anjo. -“Que me anuncias?” - “Trago-te a
Verdade que em teu ventre se gerará” responde o Anjo em voz Off
O terceiro - CARIDADE- traz-nos
as angústias de José que dialoga “consigo mesmo. Como em espelho”. E de Maria que
se desdobra num diálogo introspetivo e sofre. -“Ai se eu te pudesse dizer,
José.”. São diálogos que nos mostram como, mesmo em sofrimento, é grande o
carinho que os une. Para concluir: “A Esperança é filha da Fé.”, diz José - “E
tem uma irmã chamada Caridade”, acrescenta Maria.
Amigo leitor, aproveite a sessão do dia 22 às 17
horas, no mesmo local. E sentirá a doçura das amêndoas pascais… (8/4/2018)
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