O FUNDADOR DO "SEMINÁRIO DA SÉ"
Em 28 de setembro de 2011, escrevi na VP: “D. Manuel Clemente, na «Romagem à
terra de D. António Barroso», recordou outro bispo do Porto que também fora missionário,
D. João de França. Interroguei-me: - Que sei eu deste bispo? - Muito pouco. “
Uma assinante escreveu-me, então, num email:
“Se quiser saber mais, conhece amigos que são seus familiares…”.
No passado dia
31, numa visita guiada ao Paço Episcopal, essa amiga, ao ver o quadro de D.
João de França, disse: - “Era tio-avô da minha avó.” Indicou-me o local onde
nascera e falou-me da homenagem que lhe foi prestada em Gondomar.
Dias depois,
fui à procura da rua da Portelinha, (no antigo lugar da Azenha) em São Cosme.
Encontrei a casa e li a placa que, em 09/11/2012, (fez há dias 5 anos) foi
descerrada por D. Manuel Clemente, “comemorando os 150 anos da sua entrada na
Sé do Porto”. Diz: “Em 19 de Março de 1804, nasceu nesta casa D. JOÃO DE FRANÇA
CASTRO E MOURA. Missionário em Macau em 1825. Bispo de Pequim em 1841.
Regressado a Portugal em 1857, é sagrado bispo do Porto em 1862. Faleceu em 16
de outubro de 1868.”
O livro “Os Retratos dos Bispos do Porto na coleção
do Paço Episcopal” foi apresentado no dia 6 deste mês para cumprir a
vontade de D. António Francisco que, com ele, queria assinalar os 163 anos do
nascimento de D. António Barroso. A sua leitura permitiu-me conhecer melhor D.
João de França.
Aos 16 anos, entrou para o seminário do Porto. Em 1823, ingressou na
Congregação da Missão, em Lisboa, tendo, em 1825, partido para Macau onde
continuou a sua formação no colégio de S. José. Aqui veio a celebrar a sua
primeira missa, em 1830, depois de passar pelas Filipinas onde se ordenou. Em
agosto desse ano, partiu para a China. Devido a perseguições locais, teve de
refugiar-se em Xangai. Foi nomeado vigário-geral de Nanquim onde apanhou o
paludismo, passando a residir em Pequim de que, em 1838, se tornou governador.
Em 1840, Gregório XVI nomeou-o administrador apostólico de Pequim. Em 1841, foi
eleito bispo de Pequim mas não chegou a ser sagrado. Em 1847, voltou para Macau
e ainda rumou a Timor aonde chegou em 1850. Regressado a Portugal, foi nomeado
bispo do Porto em 1862, onde visitou quase toda a diocese e fundou o seminário
diocesano no antigo colégio de S. Lourenço no ano letivo de 1862-1863. Na
“Câmara dos Pares”, opôs-se frontalmente ao poder do Estado no provimento dos
benefícios eclesiásticos. Em 1867, foi agraciado pelo papa Pio IX com o título
de “prelado assistente ao Sólio
Pontifício”
D. João de França
será lembrado “pela sua larga folha de serviços nas missões do Oriente, pelo
seu alevantado patriotismo e pela integridade do seu carácter”.
Concluindo…Não
sabia, mas agora fiquei a saber…. E, na origem, tenho de agradecer a D. António
Barroso.
(15/11/2017)
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