O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, outubro 25, 2017


CNE – O ESSENCIAL SÃO AS PESSOAS
 
 
Gosto de divulgar outros órgãos de comunicação. Hoje, faço-me eco dum pequeno “periódico católico com edições quando Deus quiser”. Falo do “300… Em Movimento”, do CNE – Senhora do Calvário, de que evoco o título “(Que) Praga”. O autor começa por, com ar muito sério, apresentar a taxionomia classificativa dos organismos biológicos: animais e vegetais. Para logo a seguir, com fino humor, acrescentar: “Recentemente, (…) anda por aí «outra (espécie) nova» … Comporta duas subespécies (…). É uma praga!”

E explica: “A primeira que se apresenta, sendo a mais minúscula do conjunto, mostra-se forte, por vezes com dotes de querer ensinar alguma educação e, ao mesmo tempo, diria que engraçada.“ E concretiza: “forte, porque consegue erguer de uma cadeira qualquer humano e levá-lo para fora da roda dos seus companheiros; dote de querer ensinar alguma educação, porque regra geral ouve-se «desculpem», «engraçada», vá-se lá perceber porquê, mas no regresso à roda dos companheiros, a malta regressa a sorrir (de soslaio) mas a sorrir! É verdade! Muito importante também, é que apesar dos avisos da sua existência, surge onde menos se espera, atacando tudo e todos com sons, ruídos e vibrações estridentes, metamorfando o seu «hospedeiro». Provoca tiques físicos bem localizados, gerando episódios em que o seu portador altera comportamentos, muda sistematicamente a sua maneira de estar junto dos seus pares ou amigos, esquece-se da paragem de saída do autocarro, desencadeia processos de solidão urbana – aqueles em que as pessoas atravessam as ruas às cegas, esquecendo que passam ali carros!!! Refiro-me ao «melgamóvel»!”

Depois de classificar a segunda subespécie que “dá surdez total gerada pelo bloqueio do canal auditivo” a que chama «melgafones», deixa um lamento e faz um apelo.

“Tenho dificuldade em perceber o que faz uma criança ou um adolescente com um telemóvel em riste, insistentemente ao sábado à tarde em plena atividade dos escuteiros, sabendo os Pais perfeitamente onde eles se encontram, com quem estão e o que estão a fazer! Torna-se ainda mais inaceitável o raciocínio, quando lhes fazem chamadas, sabendo que eles não podem usar os telemóveis durante as atividades. O que pensar do respeito devido aos animadores e ao trabalho que desenvolvem? Pergunta-se ainda: «perante qualquer necessidade não seria melhor ligar com os Dirigentes»? Claro… De preferência antes de a atividade começar! Isso ajudava a que eles entendessem porque não podem ter ali os telemóveis e a nós Dirigentes, a entender «como o dever do Escuta vem de casa»!

Quanta sabedoria e quanta mágoa…Educar é apaixonante mas não é coisa fácil. E então nos nossos dias…

 Como escreveu o assistente do Agrupamento 300, “No essencial do CNE são as pessoas…”

( 25/10/2017)