PARTILHAR É BOM!
Este é o título do livro escrito por D. Manuel Martins que, no passado dia 23, foi apresentado na igreja dos Clérigos. Foi uma homenagem carregada de emoção, feita saudade. Um livro surpreendente que nos faz mergulhar na intimidade de um bispo com Deus: “Há muitos anos que, logo pela primeira manhã no meu encontro com Deus através da liturgia, procuro descobrir o grande apelo para esse dia, fazendo dele a luz do meu caminhar, do meu fazer”.
E
esta espiritualidade faz-se carne e fundamenta todo o seu agir, como bem diz D.
Carlos Azevedo: “A face profética de D. Manuel atravessava a sua conversão e
adesão pessoal a Cristo, antes de propor a crentes e não crentes uma
revolucionária ternura”. E acrescenta: “Estas provocações matinais orientavam a
mansidão do seu coração e norteavam a defesa determinada da dignidade humana e
a lucidez perante esquemas que oprimem e não libertam”.
Neste
início de Quaresma, quero fazer-me caixa-de-ressonância da intenção de D.
Manuel ao permitir a sua publicação: “Agora, passou-me pela cabeça que podia
ajudar alguém, pelo menos a fazer o mesmo, publicando tais pensamentos”…
Eis
algumas das suas “interrogações evangélicas”, como se diz no Prefácio.
-
“Procura viver em paz com todos. És um construtor. Os teus pés foram pensados
para anunciar a paz.”
-
“Em tudo e sempre espírito de serviço – humilde, interessado, em comunhão com o
outro. O outro é Ele…”
-
“À medida que me deixar encher de mim, esvazio-me de Cristo.”
-
“A primeira e insubstituível evangelização faz-se pelas obras. Terá sido sempre
assim comigo? Será que em todo o lado «cheiro» a Jesus?”
-
“Deus é Bondade. Com a Sua Ressurreição, o Senhor encheu a Terra da Sua
Bondade. Também a mim. Tenho que o dizer a toda a gente.”
-“Como
me atrevo a julgar tudo e todos – e condenar, tantas vezes! – se Ele não veio
para julgar nem condenar, mas para salvar?”
-“O
mundo está cheio de chagas. Não posso esquecer que, através dessas chagas, encontro
o Senhor.”
-“Que
pena ver o que se passa em tantas das nossas Comunidades! Somos sempre agentes
da paz. Sempre.”
-
“Há tanto jovem bom e com ideal! Há tantos casais «de nazaré». Há tanto Santo
por esses caminhos. O Senhor concedeu-me a graça de conhecer em toda a minha
vida, ontem e hoje, tantas e tantos. Compete-nos anunciar e cantar madrugada.
Sempre”.
Nesta
Quaresma e “Sempre”, procuremos “fazer o mesmo” que D. Manuel. Vivamos “em paz
com todos” e, em vez de lamentos de sol-posto, aprendamos a “ anunciar e cantar
madrugada”.
(6/3/2019)
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