NO 50º ANIVERSÁRIO DA SUA MORTE
Lembrei-o
ao ler a mensagem do Santo Padre para o «Dia da Paz» deste ano.
Um
homem bom. Humanista. Íntegro. Gentil. Aberto ao diálogo. Preocupado com os
mais pobres. Discreto, à maneira do Evangelho: “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”(Mt 6,3).
Faleceu
no dia 6 de março de 1969. Era, então, Presidente da Câmara Municipal do Porto
que, a título póstumo, atribuiu o seu nome ao “Bairro Dr. Nuno Pinheiro
Torres”.
O
P. Lino Maia disse dele: “Seguiu a política de fomento habitacional e deu o
impulso inicial para a renovação da Ribeira-Barredo. Enquanto jovem, foi
presidente da Direcção Diocesana do Porto da Juventude Independente Católica.
Mais tarde, distinguiu-se como presidente da Liga dos Homens da Acção Católica,
na Diocese de Vila Real, presidente da Junta Arquidiocesana da Acção Católica e
destacado membro do Conselho Superior de Portugal da Sociedade de S. Vicente de
Paulo”.
Sem
o seu contributo, a “Obra dos Bairros” – nome inicial da Obra Diocesana de
Promoção Social – talvez nunca passasse dum sonho lundo. Foi ele quem
patrocinou a sua criação com um avultado subsídio anual e a cedência de
instalações nos bairros, como foi lembrado nas suas «bodas de ouro», em 2014: “
Gerada no coração de um bispo, acalentada pelo humanismo de um presidente da
Câmara, ganhou vida na dedicação e saber de uma mulher. O bispo foi D.
Florentino, o presidente foi Dr. Nuno Pinheiro Torres; a mulher chamava-se D.
Julieta Cardoso. Este é o tripé em que assenta a origem da Obra Diocesana”.
Para o «Senhor Presidente», a Obra era uma
bênção para as populações desalojadas, como claramente expressou nas palavras
que lhe ouvi: “A Câmara procura dar casas às pessoas. Mas isso não basta. É
preciso dar-lhes alma. E essa tarefa nós não sabemos nem podemos fazer. Vós,
sim. Por isso, vos apoiamos”.
Sempre
considerou a ação pastoral nos bairros como um bem precioso. Apoiado por D.
Florentino, edificou capelas na Pasteleira e no Cerco do Porto e pediu-lhe
sacerdotes para esses bairros a quem forneceu casa para viver. Assim nasceram
as paróquias de Nossa Senhora da Ajuda e Nossa Senhora do Calvário. O pároco
desta última recordou-o, em 2017, nas «bodas de ouro» da sua criação: “No dia 1
de novembro de 1966, foi sagrada a capela do
Cerco do Porto por D. Florentino com a presença do Dr. Nuno Pinheiro Torres.
Nessa data, não podia imaginar que, passado pouco tempo, iria celebrar aí
várias missas por sua alma e do seu motorista, vítimas de brutal acidente na
Estrada Nacional nº 1, na zona da «Branca». Era um amigo da Obra Diocesana e da
nossa paróquia”.
Seria
ingratidão não o evocar nos cinquenta anos da tragédia que o vitimou quando
regressava de mais uma reunião de trabalho em Lisboa. Memória e louvor! Paz à
sua alma. E um sincero bem-haja!
(
27/2/2019)
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