COMO O BEIJA-FLOR
Conta a fábula que, certo dia, um terrível incêndio
invadiu a floresta. Desesperados, os animais fugiam em busca de refúgio.
Enquanto isso, o beija-flor, a
mais pequenina das aves, apanhava gotículas de água de um lago e lançava-as
sobre o fogo. A águia, intrigada, perguntou: – “Ô pequenino, achas que vais
apagar o incêndio sozinho?” – “Sozinho, sei que não vou”, respondeu o
beija-flor, “mas estou a fazer a minha parte”.
Envergonhada, a rainha das aves chamou os outros pássaros e todos se juntaram na luta
contra as labaredas.
Vendo isto, os elefantes e os restantes animais
venceram o medo e cada um, a seu jeito, encontrou maneira de lutar contra o
fogo. E, pouco a pouco, o incêndio foi-se extinguindo…
Lembrei-me desta história quando, na «Solenidade de
Santa Maria, Mãe de Deus», participava na Eucaristia na grandiosa catedral de
Burgos, a terceira maior de Espanha e a
primeira em estilo gótico (começou a ser construída em 1221).
Na homilia, o Senhor Bispo comentou a mensagem papal
para o “Dia da Paz”, realçando o contributo da política para a paz. Começou
pela saudação evangélica «A paz esteja nesta casa» e explicou que, segundo o
Papa Francisco, “a «casa», de que fala Jesus, é cada família, cada comunidade, cada país,
cada continente, na sua singularidade e história; antes de mais nada, é cada
pessoa, sem distinção nem discriminação alguma. E é também a nossa «casa
comum»: o planeta onde Deus nos colocou a morar e do qual somos chamados a
cuidar com solicitude”.
De seguida, destacou:
a política como meio fundamental para a paz. E, com o Santo Padre, alertou para
o nosso dever de participar nos atos eleitorais: ”Cada renovação nos cargos
eletivos, cada período eleitoral, cada etapa da vida pública constitui uma
oportunidade para voltar à fonte e às referências que inspiram a justiça e o
direito. Duma coisa temos a certeza: a boa política está ao serviço da paz;
respeita e promove os direitos humanos fundamentais, que são igualmente deveres
recíprocos, para que se teça um vínculo de confiança e gratidão”. E, com o
nosso Papa, acrescentou: “Cada um pode contribuir com a própria pedra para a
construção da casa comum. A vida política autêntica, que se funda no direito e
num diálogo leal entre os sujeitos, renova-se com a convicção de que cada
mulher, cada homem e cada geração encerram em si uma promessa…”.
E terminou com uma
pergunta: - Que poderá fazer cada um de nós pela paz? Foi, então que refleti.
Não poderei fazer muito, mas se, neste ano eleitoral, cumprir o meu dever de
votar, satisfarei o conselho do Papa e, soube-o mais tarde, o pedido do
Presidente da República; se viver em harmonia comigo mesmo, com os outros a
começar pelos mais próximos, e com a natureza, estarei em paz com Deus.
Então, poderei dizer
como o beija-flor: - “Estou a fazer a minha parte…”
(16/1/2019)
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home