O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, novembro 14, 2018

VOX POPULI, VOX DEI


Hoje, vamos conhecer melhor D. António Barroso, com testemunhos de seus contemporâneos.

- Missionário em Angola, recebeu do Rei “o maior aplauso e louvor por atos que tanto ilustram o seu carácter de português e que tanto o recomendam ao reconhecimento nacional”.

- O Comissário Régio em Moçambique escreveu: “Fundavam-se novas paróquias, criavam-se missões. O Prelado embrenhava-se nos sertões para reconhecer as necessidades da diocese, as suas virtudes austeras sem intolerância inspiravam respeito e simpatias”.

 - Afonso Costa, no próprio decreto que o condenou ao exílio, reconhecia: “D. António Barroso prestou outrora relevantes serviços à Pátria e é dotado de incontestáveis virtudes pessoais que o impõem como homem ao respeito dos seus conterrâneos”. E atribuiu-lhe uma pensão que ele se recusou receber.

- Um dos padres ordenados em Remelhe escreveu: “Era a uma ermida de encosta, pequenina e baixa a que descia connosco o envelhecido Bispo apoiado numa cana-da-índia, cana verde duma soberania vergada pelas violências do Poder, mas reflorida em rústico báculo de Pastor perseguido.”

- D. António Barbosa Leão, seu sucessor no Porto, confessou que “em sua casa faltaria talvez na mesa até o necessário; o seu vestuário muitas vezes denunciava pobreza, mas para os pobres havia sempre: esmolas e palavras amigas”.

- Para o escritor Raul Brandão, “o Bispo é uma grande figura de bondade. Dá tudo o que tem”.

- Em 1914, regressou discretamente de Remelhe. Mas o povo, mal soube, fez romaria à volta do palacete de Sacais, para onde foi viver. “A Ordem” falava num “espectáculo deslumbrante e verdadeiramente esmagador”, A revista “Lusitânia” dizia: “Ei-lo que volta! Traz do exílio mais brancos os cabelos. Há todavia na sua face o mesmo sorriso afável e bom que atrai os corações e na luz dos seus olhos vibra ainda a centelha fina do brilhantíssimo espírito que o tom firme da voz revela”

- Quando morreu, a imprensa lamentava a morte do «Bispo dos pobres». “A caridade exerceu-a tão largamente, como o seu coração lho pedia.” (O Primeiro de Janeiro); “O paço episcopal do Porto passou a ser o doce refúgio de quantos desventurados se acolhiam sob a protecção de D. António Barroso.” (O Comércio do Porto). “Figura primacial da Igreja e do Episcopado, era para todos os portugueses uma das mais lídimas e gloriosas figuras da nossa terra, do nosso Portugal” (A Voz Pública)

-“ A Condessa de Vila Flor escreveu: “A sua algibeira estava permanentemente vazia, porque pertencia a todos que precisavam. Para fazer caridade era pródigo. Na Câmara dos Pares, a sua voz iria sempre que fosse necessário defender os altos interesses da Religião e da Pátria”. (in Boletim Venerável D. António Barroso, Nº 23)

- “O Senhor Bispo era um santo que sofreu como Nosso Senhor”, dizia-me minha mãe.

(14/11/2018)