VOX POPULI, VOX DEI
Hoje, vamos conhecer melhor D. António Barroso, com
testemunhos de seus contemporâneos.
- Missionário em Angola, recebeu do Rei “o maior
aplauso e louvor por atos que tanto ilustram o seu carácter de português e que
tanto o recomendam ao reconhecimento nacional”.
- O Comissário Régio em Moçambique escreveu: “Fundavam-se
novas paróquias, criavam-se missões. O Prelado embrenhava-se nos sertões para
reconhecer as necessidades da diocese, as suas virtudes austeras sem
intolerância inspiravam respeito e simpatias”.
- Afonso
Costa, no próprio decreto que o condenou ao exílio, reconhecia: “D. António
Barroso prestou outrora relevantes serviços à Pátria e é dotado de
incontestáveis virtudes pessoais que o impõem como homem ao respeito dos seus
conterrâneos”. E atribuiu-lhe uma pensão que ele se recusou receber.
- Um dos padres ordenados em Remelhe escreveu: “Era
a uma ermida de encosta, pequenina e baixa a que descia connosco o envelhecido
Bispo apoiado numa cana-da-índia, cana verde duma soberania vergada pelas
violências do Poder, mas reflorida em rústico báculo de Pastor perseguido.”
- D. António Barbosa Leão, seu sucessor no Porto, confessou
que “em sua casa faltaria talvez na mesa até o necessário; o seu vestuário muitas
vezes denunciava pobreza, mas para os pobres havia sempre: esmolas e palavras amigas”.
- Para o escritor Raul Brandão, “o Bispo é uma
grande figura de bondade. Dá tudo o que tem”.
- Em 1914, regressou discretamente de Remelhe. Mas o
povo, mal soube, fez romaria à volta do palacete de Sacais, para onde foi viver.
“A Ordem” falava num “espectáculo
deslumbrante e verdadeiramente esmagador”, A revista “Lusitânia” dizia: “Ei-lo que volta! Traz do exílio mais brancos os
cabelos. Há todavia na sua face o mesmo sorriso afável e bom que atrai os
corações e na luz dos seus olhos vibra ainda a centelha fina do brilhantíssimo
espírito que o tom firme da voz revela”
- Quando morreu, a imprensa lamentava a morte do
«Bispo dos pobres». “A caridade exerceu-a tão largamente, como o seu coração
lho pedia.” (O Primeiro de Janeiro); “O
paço episcopal do Porto passou a ser o doce refúgio de quantos desventurados se
acolhiam sob a protecção de D. António Barroso.” (O Comércio do Porto). “Figura primacial da Igreja e do Episcopado,
era para todos os portugueses uma das mais lídimas e gloriosas figuras da nossa
terra, do nosso Portugal” (A Voz Pública)
-“ A Condessa de Vila Flor escreveu: “A sua
algibeira estava permanentemente vazia, porque pertencia a todos que
precisavam. Para fazer caridade era pródigo. Na Câmara dos Pares, a sua voz
iria sempre que fosse necessário defender os altos interesses da Religião e da
Pátria”. (in Boletim Venerável D. António
Barroso, Nº 23)
- “O Senhor Bispo era um santo que sofreu como Nosso
Senhor”, dizia-me minha mãe.
(14/11/2018)
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