UM LAMENTO E UM LOUVOR
Em 20 de dezembro, o JN
noticiava: “O diretor da Casa do Gaiato, P. Júlio Pereira, teme pela saúde dos
utentes que, no início de novembro, foram retirados do Calvário, pela Segurança
Social (SS)”. E acrescentava: “A SS garante que os utentes «tiveram de imediato
acompanhamento médico» e que, no mesmo dia, «o plano terapêutico e as
prescrições registadas no SNS foram solicitadas ao Agrupamento do Centro de
Saúde local e enviadas para as instituições respetivas”. Tudo muito certinho.
No entanto…
O amigo que já referi (cf. VP, 12/12/2018), delegado de
informação médica, contou-me: “Em 12 de novembro, no Lar onde está minha irmã,
reuni com um representante da administração, uma técnica e uma enfermeira. O
que me causou mais preocupação foi uma lista que me mostraram onde figurava a
medicação que ela estaria a tomar, ou iria tomar, que, excetuando dois fármacos
que já tomava no Calvário, compreendia uma série de outros, de várias substâncias
que não poderiam, de forma alguma, fazer parte de qualquer prescrição para seu
uso. Creio ter havido, na indicação que me foi transmitida, uma mistura de
medicações que talvez fizessem parte do conjunto das doentes provenientes da
Casa do Calvário ou qualquer outra provável confusão.”
Mais ainda… Em 26 de novembro, às 20h56, enviou ao referido
Lar um e-mail de que transcrevo: “Como é do vosso conhecimento, a minha irmã,
atualmente ao vosso cuidado, deveria ser presente hoje numa consulta de
Medicina Interna no Hospital Padre Américo. O seu caso clínico foi iniciado a
partir de análises efetuadas (na altura estava ainda sob a responsabilidade da
Casa do Calvário) cujos valores foram considerados anormais e que poderiam
indiciar algo de grave, obrigou-a a um internamento prolongado no citado
Hospital que mereceu todo o cuidado, tanto do estabelecimento hospitalar como
da instituição que a acolhia. Como, até ao momento, não foi possível um
diagnóstico definitivo, desloquei-me, hoje, ao respetivo serviço hospitalar na
intenção de a acompanhar e saber da evolução do seu estado e do resultado duma
ressonância magnética a que foi submetida. Dado que durante toda a manhã a
minha irmã não compareceu à consulta (… ) ”.
Às 21h19, recebeu a resposta: “Não foi feito o transporte à
consulta por falta de meios logísticos. Não conseguimos arranjar ambulância nem
bombeiros, nem na Cruz Vermelha. Não podíamos correr o risco de viajar na nossa
carrinha sem condições para a sua irmã (…)”.
Lamenta e não compreende esta justificação porque sua irmã
não tem qualquer deficiência física. “No Calvário, tal nunca aconteceria.”
Congratulo--me com o indulto concedido ao P. Baptista pelo
Presidente da República com o apoio dos três ex- Presidentes da República que
“defenderam a importância social do seu trabalho” (JN, 28/12/2018). O meu
aplauso. (9/1)2019)
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