QUEM MEUS FILHOS BEIJA...
Se pedisse aos meus leitores para
completarem o título desta crónica, todos acertariam. E se pedisse
para reescreverem esta máxima da sabedoria popular, substituindo a
palavra filhos, certamente que muitos escreveriam: “Quem
meus pais beija minha boca adoça”. Foi o que me aconteceu
no passado dia 1, ao ler, no JN, o texto “Habemos Papam”
de Eduardo Paz Ferreira, advogado e docente universitário que acaba
de publicar o livro “Encostados à parede – Crónicas de novos
anos de chumbo”.
Fez-me muito bem saborear esta
mensagem. Por isso, decidi, com vénia, fazer-me sua caixa de
ressonância. O articulista avalia a significação ético- política
da última viagem do Santo Padre. Começa por confessar que “ As
palavras de Sua santidade o Papa Francisco, no Congresso dos Estados
Unidos, continuam a ecoar na minha cabeça e no meu coração e,
muito particularmente, o momento em que explicou que um bom líder
político é o que , atento ao interesse de todos, aproveita o
momento com um espírito de abertura e pragmatismo. E acrescenta:
“Da sua passagem pelo Congresso ficam, como imagens marcantes, as
lágrimas de políticos com dureza, (…) Mas sobretudo de John
Lewis, um dos últimos ativistas da luta pelos direitos civis, ao
ouvir o Papa recordar Martin Luther King que conduziu a sua marcha
como parte da campanha para alcançar o sonho de igualdade de
direitos civis e políticos para os afro-americanos, afirmando que
aquele sonho continua a inspirar-nos a todos, para
concluir que são sonhos que despertam para o que é mais
fundo e verdadeiro na vida de um povo.”
Formula
um juízo de valor: “Misturando razão e emoção como ninguém, o
Papa mostrou durante a viagem a Cuba e aos Estados Unidos a grandeza
do seu pensamento e a bondade da sua ação, prosseguindo o caminho
que assumiu desde a entronização”. Depois de realçar a sua
passagem pelas Nações Unidas que considerou como “um momento de
enorme elevação”, dá ênfase ao seu alerta no encontro das
famílias em Filadélfia: Um povo que não sabe tratar das
crianças e dos avós é um povo sem futuro, porque não tem a força
nem a memória que o faça avançar”.
Em jeito de
síntese, conclui “O seu projeto, sempre paciente e corajosamente
repetido, é o de uma sociedade mais justa, mais fraterna, sem
exclusões e preocupada com o legado para o futuro”. Afirma ainda
que a forma ritual do Habemus Papam “foi-se tornando numa
frase reconfortante para todos os que sentem que o Papa Francisco é
um farol orientador e um porto de abrigo, como não encontram outro
num Mundo de onde desapareceram os grandes líderes.” E termina com
um voto.: “Que as suas palavras e ação nos inspirem sempre.”
Amigo leitor, diga
lá se não sentiu o mesmo que eu... Felicito o autor desta crónica
e o JN que a publicou.
(13/10/2015)
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