“Agora, para andar, tens de meter gasolina.”
Gostaria de partilhar convosco duas notícias que li nos jornais.
A primeira falava duma “mulher de armas que tem aguentado a sua empresa com determinação hercúlea, que faz dela uma verdadeira líder”. Conta que, ao completar 18 anos, o pai ofereceu-lhe a carta. Acto contínuo perguntou se queria um carro. Como o pai até era proprietário e administrador de empresa, ela achou que pedir um BMW seria razoável. Veio encontrar à porta um 2CV que o pai comprou a um funcionário da empresa por “três contos e meio” e que até estava a servir de galinheiro. Todo recuperado, com estofos novos, até parecia um bom partido. “Agora, para andar, tens de meter gasolina. Andas se tiveres”, disse-lhe o pai.
Ao ler este testemunho, lembrei a confidência dum grande industrial: “Ninguém da minha família, a começar pelos meus filhos, entra para as minhas empresas sem primeiro trabalhar em duas ou três, estranhas ao grupo. Não sabe mandar quem não aprendeu a obedecer”.
A segunda notícia dizia que “ O 6º aniversário da pequena Sara não passou em branco. Beatriz fez questão de celebrar a data com tudo o que a filha tinha direito. É uma idade muito bonita e marcante, porque é quando começamos a ter outro tipo de aprendizagens”.
A festa de aniversário é apresentada como um dever da mãe que tinha a obrigação de “celebrar a data com tudo o que a filha tinha direito”. Não se trata de uma dádiva, expressão generosa do amor materno, mas duma exigência. As criança não aprendem a agradecer mas a exigir sempre e cada vez mais. Crescem com muitos direitos e bem poucos deveres. Julgam que o mundo gravita à sua volta.
No primeiro caso, pode causar-nos alguma admiração a rigidez do pai. “Mas a verdade é que aquela filha aprendeu que não podia estar à espera do dinheiro do papá para fazer a sua vida. E partiu para a luta. Trabalhou em várias empresas antes de abraçar o projecto da família” e, agora, garante aos seus trabalhadores que fará “tudo para aguentar a empresa, pelo menos, até eles poderem reformar-se”.
No segundo, interrogamo-nos se será esta a melhor forma de preparar as crianças para enfrentar uma sociedade que traz ao colo os jovens enquanto têm atrás de si o dinheiro dos pais, mas que os escorraça quando querem entrar no mercado do trabalho.
Urge repensar e questionar muitas das expressões e mitos que moldaram a educação actual, tais como “é proibido proibir”; “ela não pediu para nascer”; “meu filho, meu herói”; “ela sabe muito bem o que quer”; “ mais que mãe, sou uma amiga”; "pai-camarada";“ a aprendizagem deve fazer-se por prazer”.
Compete-nos realizar a síntese entre estes dois modelos opostos. E um novo paradigma educacional se irá construindo.
A primeira falava duma “mulher de armas que tem aguentado a sua empresa com determinação hercúlea, que faz dela uma verdadeira líder”. Conta que, ao completar 18 anos, o pai ofereceu-lhe a carta. Acto contínuo perguntou se queria um carro. Como o pai até era proprietário e administrador de empresa, ela achou que pedir um BMW seria razoável. Veio encontrar à porta um 2CV que o pai comprou a um funcionário da empresa por “três contos e meio” e que até estava a servir de galinheiro. Todo recuperado, com estofos novos, até parecia um bom partido. “Agora, para andar, tens de meter gasolina. Andas se tiveres”, disse-lhe o pai.
Ao ler este testemunho, lembrei a confidência dum grande industrial: “Ninguém da minha família, a começar pelos meus filhos, entra para as minhas empresas sem primeiro trabalhar em duas ou três, estranhas ao grupo. Não sabe mandar quem não aprendeu a obedecer”.
A segunda notícia dizia que “ O 6º aniversário da pequena Sara não passou em branco. Beatriz fez questão de celebrar a data com tudo o que a filha tinha direito. É uma idade muito bonita e marcante, porque é quando começamos a ter outro tipo de aprendizagens”.
A festa de aniversário é apresentada como um dever da mãe que tinha a obrigação de “celebrar a data com tudo o que a filha tinha direito”. Não se trata de uma dádiva, expressão generosa do amor materno, mas duma exigência. As criança não aprendem a agradecer mas a exigir sempre e cada vez mais. Crescem com muitos direitos e bem poucos deveres. Julgam que o mundo gravita à sua volta.
No primeiro caso, pode causar-nos alguma admiração a rigidez do pai. “Mas a verdade é que aquela filha aprendeu que não podia estar à espera do dinheiro do papá para fazer a sua vida. E partiu para a luta. Trabalhou em várias empresas antes de abraçar o projecto da família” e, agora, garante aos seus trabalhadores que fará “tudo para aguentar a empresa, pelo menos, até eles poderem reformar-se”.
No segundo, interrogamo-nos se será esta a melhor forma de preparar as crianças para enfrentar uma sociedade que traz ao colo os jovens enquanto têm atrás de si o dinheiro dos pais, mas que os escorraça quando querem entrar no mercado do trabalho.
Urge repensar e questionar muitas das expressões e mitos que moldaram a educação actual, tais como “é proibido proibir”; “ela não pediu para nascer”; “meu filho, meu herói”; “ela sabe muito bem o que quer”; “ mais que mãe, sou uma amiga”; "pai-camarada";“ a aprendizagem deve fazer-se por prazer”.
Compete-nos realizar a síntese entre estes dois modelos opostos. E um novo paradigma educacional se irá construindo.
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