O Tanoeiro da Ribeira

quarta-feira, julho 13, 2011

O Colégio Português em Roma e D. António Barroso





A ideia do Colégio começou a corporizar-se em 28 de Abril de 1898 quando, em Roma, se reuniu a “Comissão Promotora”, presidida por D. António Barroso que autenticou a acta e fez a ponte com o Papa Leão XIII.


A figura de D. António, com a aura de prestígio de que usufruía junto do Governo Português e também da Cúria Romana, iria constituir a chave da solução do problema. Com o seu carisma de Pastor e a sua arte diplomática, reunia condições ideais para fazer avançar o projecto”. (Arnaldo Pinto Cardoso, O Pontifício Colégio Português em Roma).


Procurou assegurar a autonomia do Colégio face ao Governo e interessar os bispos pela sua erecção canónica que aconteceu em 20 de Outubro de 1900.
No quadro dos “Fundadores”, exposto no Colégio, sobressai a sua figura com os Viscondes da Pesqueira e restantes membros da Comissão.


Merece ser lida a carta que, já Bispo do Porto, escreveu, em 1899, ao Visconde, natural desta cidade.
Porque nada tenho mais a peito que esta obra providencial, nem em qualquer outra coisa vejo maiores esperanças de regeneração e de salvação para esta nação… Os nossos tempos de um fé lânguida e de falta de carácter têm necessidade de fortes e corajosos exemplos. Deus tinha-me reservado a honra de apresentar humildemente ao glorioso Pontífice Leão XIII o projecto dos iniciadores; e agora tornado Pastor desta insigne Igreja Portuense e bispo diocesano de V. E., é-me concedida a alegria de acolhê-lo e de poder dizer que é da minha diocese que saiu a maior obra dos nossos tempos e o exemplo mais edificante de fé, de coragem e de operosidade católica. E conservando com íntima satisfação o honorífico título de Presidente desta obra providencial, farei quanto de mim depende para a ela corresponder dignamente e auxiliar eficazmente esta instituição, a mais bela, a mais santa, a mais necessária ao nosso país, e à qual devem dar o seu contributo todos quantos amam a religião e desejam sinceramente a prosperidade e a glória da nossa pátria”.


E valeu a pena?

A resposta deu-a João Paulo II, em 1985: ”A história da Igreja em Portugal e noutros territórios e nações de expressão portuguesa, neste século, não poderá ser escrita sem referir a participação que nela tiveram os antigos alunos do Pontifício Colégio Português”. E confirmou-a em 2003: “Como não recordar que, ao longo dos primeiros cem anos, passaram pelo Colégio 867 alunos, a grande maioria deles sacerdotes que se revelaram pastores esclarecidos e zelosos - entre eles, contam-se 3 cardeais e 64 bispos -, para cuja formação esta Instituição deu um contributo de primeira qualidade?”.
A quantos sentem honra nestes louvores lembro a romagem, presidida por D. Manuel Clemente, que a VP promove em 4 de Setembro.