Também nós choramos…
Era toda uma freguesia vergada ao peso da tragédia. Os jornais noticiaram: “ Um homem de 65 anos morreu trucidado pela fresa de um tractor quando preparava o terreno ao lado da casa do filho para fazer um jardim. José Moreira desempenhou vários cargos, desde o de presidente da Cooperativa A Celer ao de presidente da Comissão de Festas e dirigente do Rebordosa Atlético Clube”. (JN, 7/4/11)
A igreja matriz fez-se pequena para acolher quantos queriam homenagear o conterrâneo que morreu, como viveu, a trabalhar e a ajudar os outros. Nascido numa família de nove filhos, cujo pai faleceu eram ainda crianças, bem cedo, a mãe-viúva lhes inculcou o valor do trabalho, da honra e da caridade, o que os levou a uma participação activa nos diversos campos da vida comunitária, desde o religioso – as irmãs estiveram na criação da JAC paroquial – ao autárquico, passando, entre outros, pelo cooperativo, assistencial e desportivo.
Ninguém veio ao funeral por mero dever de cortesia. Na igreja, o silêncio estava carregado de horror e mágoa. Como iria a Igreja ser sinal e instrumento de salvação para esta assembleia sofredora?
O celebrante, desde o início, mostrou-se em sintonia com esta dor comunitária. Na homilia, ao comentar a ressurreição de Lázaro, disse que ouvíramos a irmã a chorar a morte do irmão e a queixar-se da ausência de Jesus. “Também nós choramos a morte do José e apetece-nos dizer: “Senhor, se estivesses aqui o José não teria morrido. E Jesus compreenderia este nosso queixume porque também ele chorou a morte do amigo”. Depois de evocar a afirmação de Jesus “Eu sou a Ressurreição e a Vida” falou sobre essa Vida em plenitude - não aquela que Jesus restituiu a Lázaro que voltou a morrer - que dá sentido às dores da vida presente. No decurso da celebração, revelou a humanidade da Igreja que, como Jesus, sofre com a morte e a dor dos seus filhos. Sem recorrer a qualquer panegírico laudatório, iluminou as trevas da morte com a luz da Esperança e reconfortou toda aquela assembleia em dor.
Numa expressão feliz que ouvi, via-se que as suas palavras “tinham alguém por dentro”. Isto é simpatia/compaixão, virtude de quem sofre com o sofrimento dos outros, mas, acima de tudo, é Caridade. E, quando tal acontece, a Igreja torna-se presença salvadora do Cristo Ressuscitado. Se não, as palavras rituais fazem lembrar o juízo de Paulo:
“Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, se não tiver Caridade, sou como o bronze que ressoa ou como o címbalo que retine”. (I Cor,13)
Deixo-vos com a resposta à pergunta 155 do YOUCAT – CATECISMO JOVEM DA IGREJA CATÓLICA: “ Cristo vem ao nosso encontro e introduz-nos na Vida eterna. (…) Quem morre não viaja para “nenhures”, mas regressa à casa do amor de Deus, o seu Criador”.
A igreja matriz fez-se pequena para acolher quantos queriam homenagear o conterrâneo que morreu, como viveu, a trabalhar e a ajudar os outros. Nascido numa família de nove filhos, cujo pai faleceu eram ainda crianças, bem cedo, a mãe-viúva lhes inculcou o valor do trabalho, da honra e da caridade, o que os levou a uma participação activa nos diversos campos da vida comunitária, desde o religioso – as irmãs estiveram na criação da JAC paroquial – ao autárquico, passando, entre outros, pelo cooperativo, assistencial e desportivo.
Ninguém veio ao funeral por mero dever de cortesia. Na igreja, o silêncio estava carregado de horror e mágoa. Como iria a Igreja ser sinal e instrumento de salvação para esta assembleia sofredora?
O celebrante, desde o início, mostrou-se em sintonia com esta dor comunitária. Na homilia, ao comentar a ressurreição de Lázaro, disse que ouvíramos a irmã a chorar a morte do irmão e a queixar-se da ausência de Jesus. “Também nós choramos a morte do José e apetece-nos dizer: “Senhor, se estivesses aqui o José não teria morrido. E Jesus compreenderia este nosso queixume porque também ele chorou a morte do amigo”. Depois de evocar a afirmação de Jesus “Eu sou a Ressurreição e a Vida” falou sobre essa Vida em plenitude - não aquela que Jesus restituiu a Lázaro que voltou a morrer - que dá sentido às dores da vida presente. No decurso da celebração, revelou a humanidade da Igreja que, como Jesus, sofre com a morte e a dor dos seus filhos. Sem recorrer a qualquer panegírico laudatório, iluminou as trevas da morte com a luz da Esperança e reconfortou toda aquela assembleia em dor.
Numa expressão feliz que ouvi, via-se que as suas palavras “tinham alguém por dentro”. Isto é simpatia/compaixão, virtude de quem sofre com o sofrimento dos outros, mas, acima de tudo, é Caridade. E, quando tal acontece, a Igreja torna-se presença salvadora do Cristo Ressuscitado. Se não, as palavras rituais fazem lembrar o juízo de Paulo:
“Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, se não tiver Caridade, sou como o bronze que ressoa ou como o címbalo que retine”. (I Cor,13)
Deixo-vos com a resposta à pergunta 155 do YOUCAT – CATECISMO JOVEM DA IGREJA CATÓLICA: “ Cristo vem ao nosso encontro e introduz-nos na Vida eterna. (…) Quem morre não viaja para “nenhures”, mas regressa à casa do amor de Deus, o seu Criador”.
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