O Tanoeiro da Ribeira

terça-feira, junho 07, 2011

Foi bonito!...




No dia 28 de Maio, o Coro Gregoriano do Porto foi dar um concerto à paróquia de S. João Bosco, em Mirandela. O pároco, depois de uma palavra de saudação, mostrou os diversos espaços e as múltiplas valências do Centro Social S. João Bosco que acolhe cerca de três dezenas de jovens, de famílias desestruturadas e enviados pelas Comissões de Protecção de Menores e pelos serviços da Segurança Social. Em todos os locais, sentia-se o carisma salesiano que vive no entusiasmo do P. Manuel Mendes. Comovia ouvi-lo falar dos rapazes e ver como os seus olhos brilhavam quando repetia que o mais velho já frequenta a universidade. E era recíproco o carinho que a todos dedicava.




Ao ver esta magnífica obra social, questionei-me por que razão há políticos, de olhar tão enviesado, que querem reduzir a fé ao foro íntimo de cada um e remeter a Igreja para o interior dos templos! Ah!... Se a Igreja suspendesse a sua actividade sócio-caritativa, ainda que fosse só durante uma semana!...Mas não. Para ela, as pessoas estão primeiro…




O concerto, que tinha como tema geral “ O Percurso dos tempos”, iniciou-se às 21.00 horas, com o Coro, em cortejo, a cantar o Veni Creator” e cumpriu o programa pré-estabelecido:
1.Advento / Natal
Rorate - O Sapienta - Puer Natus - Hodie Christus
Poema: Se me apartar de ti da Marquesa de Alorna
2. Quaresma
Attende, Domine - Parce Domine -Christus Factus Est
3. Páscoa / Pentecostes
Et Valde Mane - Victimae Paschali - Factus Est - Spiritus Domini
Poema: Imortalidade de Campos Monteiro
4. Tempo Comum
Ave verum - Cibavit eos - Sanctus da “Cum Jubilo
Poema: Nª Senhora de José Régio
5. Nossa Senhora
Nativitas Tua - Stabat Mater -Alma Redemptoris -Ave Maria




E porque o canto gregoriano é arte e é oração, terminou com toda a assembleia, de pé, a cantar/rezar a “Salve Regina”.



Quando o Coro se preparava para iniciar os motetes de Nª Senhora, o relógio da igreja demorou-se a tocar as 10.00 horas. O P. Mendes aproveitou essa interrupção para aconselhar a assistência a ouvir os cânticos finais de olhos fechados porque, assim, a espiritualidade do gregoriano penetra mais profundamente na nossa intimidade e faz-nos sentir mais próximos de Deus.




Durante o concerto, o silêncio foi total. Nem tosse, nem sussurros, nem telemóveis… Foi consolador até porque, naquela assembleia de mais de duzentas pessoas, havia bastantes jovens e não poucas crianças. Estão todos de parabéns.




No final, três crianças foram à sacristia para, muito empertigadas no alto dos seus dez anitos, dizer aos elementos do Coro: Cantaram muito bem. Eu gostei. Foi bonito! Surpreendidos e encantados, todos sorriram e agradeceram. Foi uma doçura….